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Psicólogo graduado pela Universidade FUMEC, Pós-graduado em Psicologia Médica pelo departamento de Psiquiatria e Neurologia da Faculdade de Medicina da UFMG e Mestre em Educação, Cultura e Sociedade pela UEMG, tendo desenvolvido dissertação na área de Violência Contra a Mulher.

Meu namorado vive na gandaia. Sinto-me abandonada

gandaia“Prezado Dr. Douglas Amorim, bom dia. Primeiramente, quero dizer que acompanho o seu trabalho e acho o senhor um profissional excelente e muito diferenciado. Estou num relacionamento há cerca de dois anos. Antes de mim, meu namorado ficou por cinco anos solteiro e sempre foi muito festeiro e animado. Ocorre que, frequentemente, passamos por situações de conflito, relacionadas a saídas e festas que ele frequenta sozinho. No começo do relacionamento, ele chegou a fazer isso sem me contar, porém, conversamos e eu disse que aquilo me incomodava. Desde então, ele sempre me avisa, mas, mesmo assim, muitas vezes, me sinto insegura e com ciúme por ele estar sozinho. Quando conversarmos, ele sempre demonstra gostar muito de mim, diz que não faria nada para me magoar, e que não tenho motivos para brigar, pois, apesar de estar sem a minha companhia, ele nunca me faltou com o respeito. Em uma de nossas brigas, ele chegou a dizer que tenho atitudes infantis, pois, em um casal, cada um também tem que ter seus momentos. Falou que eu preciso respeitar isso. Não sei o que fazer. Por um lado, penso que ele poderia diminuir as saídas para fazer minha vontade. Mas, por outro, também sinto que, se fizesse isso, estaria o aprisionando. Por favor, me ajude”. 

 

Envie sua dúvida para perguntaUAI@gmail.com  Não identificamos os autores das perguntas

 

Resposta:

Querida leitora, fico feliz por acompanhar meu trabalho. Muito obrigado pelos elogios. A primeira coisa que me chamou a atenção, foi o fato de você estar namorando uma pessoa há dois anos e, até hoje, não ter ajustado os ponteiros com relação a uma questão como essa. Segundo seu relato, ele é uma pessoa que gosta de sair sozinho com uma certa frequência e isto te incomoda muito. Isso vem desde a época do início do seu namoro, quando ele chegava a sair escondido, até que você descobriu que ele o fazia. Acontece que, após vocês conversarem, o consenso a que se chegou foi o dele não fazê-lo mais sem que você soubesse, e não o dele diminuir ou parar de frequentar festas e baladas sem sua companhia.

O fato dele dizer que você tem atitudes infantis com relação a essa questão pode ou não fazer sentido. Veja bem: a justificativa apresentada é a de que cada um dos parceiros precisa ter seus momentos, sem necessariamente estar com o outro. Até aí, tudo bem. Seu namorado está se referindo ao conceito de individualidade. Realmente, precisamos ter nosso espaço em determinados momentos. Portanto, não precisamos estar com o outro 100% do tempo, certo? Por outro lado, precisamos discutir sobre a questão quantitativa e qualitativa deste tipo de momento. Qual é a frequência em que ele opta por sair sem você? Uma vez por semana? Duas? Em quais dias? Sexta? Sábado? Por que a sua presença não é bem vinda neste tipo de programa? Além dessas perguntas, outras também são importantes de serem apreciadas. Geralmente, quais são estes programas? Festas? Micaretas? Boates? Barzinhos?

Ao que tudo indica, o número de saídas é bastante elevado e parece que ele deseja continuar no mesmo ritmo que fazia, quando solteiro. O que me leva a pensar isso é a sua colocação, no que diz respeito a ele diminuir as saídas. Na minha humilde opinião, penso que isso seria bastante razoável porque, honestamente, creio ser bastante difícil uma mulher permanecer tranquila, sabendo que seu namorado está por aí, madrugada afora. Volto a dizer: é preciso que todos nós tenhamos um mínimo de privacidade e individualidade. Entretanto, também é necessário compreender que, quando optamos por ter um estilo de vida (solteiro/namoro/casamento), precisamos ter comportamentos que sejam compatíveis com tal opção. Ficar saindo pras baladas constantemente sozinho, me parece um tanto quanto incompatível com a escolha de se ter uma namorada. Quando estamos nos relacionando com alguém e realmente o amamos, o usual é querermos passar a maior parte do nosso tempo livre com esse alguém, e não, sozinho.

Dicas pra você: antes de namorarmos ou casarmos com qualquer pessoa, precisamos ter em mente duas coisas que considero fundamentais. A primeira delas é o tipo de pessoa que gostaríamos de ter ao nosso lado. A segunda, refere-se ao tipo de relacionamento que gostaríamos de ter. Todos nós temos necessidades mínimas dentro de um namoro ou casamento: carinho, dedicação, respeito, sexo, presença, companheirismo e solidariedade, entre outras coisas. Quando essas necessidades mínimas não são atendidas, das duas uma. A relação não segue adiante ou então, até segue, porém, com um dos parceiros aceitando migalhas. Preste muita atenção a isso.

Tem mais de dois anos que você vem desejando mais presença dele e, quando o solicitada a fazê-lo, é taxada de infantil e outras coisas mais. Lembre-se de que, quando escolhemos namorar alguém, precisamos fazer alguns sacrifícios e concessões. Quais são os que você está disposta a fazer? E ele? Tome muito cuidado e não feche os olhos para uma questão que te incomoda tanto. Sempre digo que namoro é vestibular pra casamento. Se está assim no namoro, é bom pensar como ficaria no futuro. Por fim, muito cuidado pra não se confundir: o fato de pedir a ele que diminua as saídas, não significa aprisioná-lo. Significa que você está comunicando uma insatisfação, pura e simplesmente. Reflita sobre esses pontos e aja de acordo com o que você acredita que seja mais coerente e adequado para alguém que deseja namorar. Boa sorte!

Um abraço do

Douglas Amorim

Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade

Consultório: (31)3234-3244

www.douglasamorim.com.br

Instagram:@douglasamorimpsicologo

Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim

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