Operação Lioness é a nova criação de Taylor Sheridan

O incansável Taylor Sheridan, criador, produtor e roteirista dos sucessos televisivos atualmente em exibição Yellowstone e Tulsa King, ataca novamente. Saindo um pouco do regionalismo dessas duas atrações, ele criou Operação Lioness (Special Ops: Lioness), cujos oito episódios da primeira temporada já estão disponíveis no Paramount+ (ou, no nosso caso, no Prime Video). Não é nada que vá mudar o panorama da televisão, mas tem diferenciais bem interessantes e deve arrebanhar uma boa quantidade de espectadores.

A principal característica a se reparar em Lioness é o elenco. À frente, ninguém menos que Zoe Saldana, que tem participação em três grandes franquias do cinema: Guardiões da Galáxia, Star Trek e Avatar. Ela consegue trazer alguma simpatia a uma personagem bem antipática, uma agente da CIA que lidera uma equipe que planta espiãs próximo a alvos da agência para eliminá-los. A mais nova escolhida, Cruz (Laysla de Oliveira, de Locke & Key) é uma fuzileira naval durona que passou por situações difíceis na vida e se alistou. Depois de se destacar em algumas missões, ela é recrutada por Joe. Oliveira também segura bem a tarefa e bate de frente com Saldana quando necessário.

Enquanto o pessoal da linha de frente não é muito conhecido, os superiores são mais marcantes. Logo acima de Joe, temos a burocrata vivida por Nicole Kidman (de O Homem do Norte, 2022), cuja participação é pequena, porém impactante. Kaitlyn parece ficar apenas atrás da mesa, supervisionando o grupo, mas não nega se aproximar da ação quando necessário. Ainda acompanhamos, em paralelo, a história dela com o marido (Martin Donovan, de Tenet, 2020), um figurão do mercado financeiro que parece ter mais acesso a informações privilegiadas que ela.

Completando a hierarquia de poder, temos Michael Kelly (da série de Jack Ryan) como o diretor da CIA, um sujeito que fica pendendo entre sua equipe e os peixes mais graúdos que frequentam a Casa Branca. Entre essa turma, temos o Secretário Mullins, uma figura detestável e contraditória interpretada com um prazer sádico por Morgan Freeman (de Despedida em Grande Estilo, 2017), ao lado de Jennifer Ehle (de Ela Disse, 2022) e Bruce McGill (de Reacher). Com maior ou menor importância para a trama, todos funcionam bem, fechando um time muito competente.

O problema em Operação Lioness começa a aparecer nos episódios finais. Algumas pessoas parecem ter se incomodado com a forma como os militares e a CIA são mostrados, soldados resignados e incansáveis que se sacrificam pelo bem mundial – e não só dos Estados Unidos, veja como são bonzinhos! O defeito maior, no entanto, é a pressa com que o roteiro resolve as coisas, deixando alguns buracos pelo caminho e levando a uma conclusão nada satisfatória. Se houver uma segunda temporada, ainda sem confirmação, será primordial corrigir esses erros.

A personagem de Stephanie Nur é o alvo da operação por ser filha de um terrorista

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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