The Last of Us é o mais recente sucesso da HBO

Com o nono episódio exibido na noite do Oscar, roubando audiência da Academia, a primeira temporada de The Last of Us chegou ao fim. Elogiadíssima pelos novatos nesse universo, a série conseguiu agradar também os fãs do videogame. Além de um farto orçamento, que permitiu muito cuidado na produção, a HBO garantiu fidelidade à obra original, satisfazendo gregos e troianos. E a segunda temporada já está confirmada.

Criado pela desenvolvedora norte-americana Naughty Dog, também responsável por Uncharted: Drake’s Fortune (que virou o filme com Mark Wahlberg e Tom Holland), The Last of Us é um jogo para o Playstation 3, lançado em junho de 2013, que ganhou uma sequência em 2020, além de produtos em outras mídias, como uma revista em quadrinhos. Tido como um dos melhores jogos já inventados e com vários prêmios na sacola, era questão de tempo até que ele ganhasse vida na TV ou Cinema.

A história de The Last of Us, longe de ser muito fantasiosa, parte de uma possibilidade: e se as alterações climáticas fizessem o fungo Cordyceps se tornar resistente à temperatura do corpo humano? Teoricamente, ele poderia tomar conta dos seres humanos infectados, como já faz com insetos, e é dessa premissa que o jogo e a série partem. As pessoas se tornariam zumbis violentos e as cidades entrariam em colapso.

Em sua primeira adaptação de um jogo, a HBO incubiu o produtor Craig Mazin (vindo do sucesso de Chernobyl) do trabalho, e ele contou com a consultoria de Neil Druckmann, o diretor criativo da Naughty Dog que comandou o projeto. Só pelos nomes envolvidos, já dá para perceber que o estúdio levou a tarefa a sério. Como os atores que viveram os personagens no game não são tão conhecidos, coube aos produtores escalar nomes mais reconhecíveis.

Para o papel principal masculino, Joel, foi chamado Pedro Pascal, atualmente estrelando também The Mandalorian. Um dos grandes atores do momento, devido a estes dois sucessos, Pascal caiu muito bem e usa um sotaque texano, se aproximando bem do jogo. Para viver Ellie, a garota que Joel protege, foi escolhida, em meio a uma centena de candidatas, Bella Ramsey, altamente recomendada pelos showrunners de Game of Thrones, que atestaram o talento da jovem atriz.

Com a dupla principal definida, era o momento de escolher os muitos coadjuvantes que participam de episódios esporádicos, como o terceiro, que conta em paralelo a história de Frank e Bill, dois sobreviventes que cruzaram o caminho de Joel. Não se surpreenda se os dois atores escalados (acima), Nick Offerman (de Pam & Tommy) e Murray Bartlett (de The White Lotus), ganharem vários prêmios nas próximas oportunidades. Os dois são ótimos e dão muita dimensão a personagens que, no jogo, eram pequenos ou quase inexistentes. Outra atriz marcante que aparece é Anna Torv (de Mindhunter), que faz uma Tess dura e amável ao mesmo tempo. Outras surpresas com relação ao elenco vão sendo reveladas ao longo da temporada.

Sob essa desculpa de apocalipse zumbi, vários temas interessantes são tratados e The Last of Us se mostra uma série em várias camadas. Antes de mais nada, aqui são as relações humanas que importam, sejam entre casais, pais e filhos, irmãos etc. É o que motiva a maioria dos personagens a seguirem adiante em meio a tanta destruição e morte. Todos esses predicados fazem com que a segunda temporada (ou parte) já seja extremamente aguardada, mesmo que ela chegue apenas em 2025. Os personagens estarão mais velhos e teremos novas tramas para acompanhar.

Para se ter uma base de comparação, estes são os protagonistas no videogame

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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