Uma família negra da periferia da Grande BH, Minas Gerais, vê Jair Bolsonaro sendo eleito. A partir daí, imagina-se que isso terá grandes consequências. Não, não nas vidas daquela família. Marte Um (2022) é marcado por várias possibilidades não concretizadas, como essa, e não chega a lugar algum.
Quando parece que o filme vai se centrar em Deivinho (Cícero Lucas), que joga futebol para agradar o pai (Carlos Francisco), mas quer ser astrofísico, o roteiro opta por cobrir toda a família, acompanhando as rotinas de cada um para, pouco depois, abandonar todas as premissas vislumbradas. A mãe (Rejane Faria) se envolve em uma situação ridícula que não dá em nada. E o mesmo é observado com todos os demais.
O diretor e roteirista Gabriel Martins não escolhe qual caminho quer seguir e acaba não seguindo nenhum. Os diálogos não são inspirados e a qualidade do som não ajuda. As atuações variam do correto ao risível, mas o roteiro não ajuda o elenco, que não tem muito com o que trabalhar. Ao final, fica a dúvida do que se pretendia com Marte Um.