A cinebiografia de Marilyn Monroe criou uma boa expectativa devido ao talento dos envolvidos e ao fato de ser baseada no livro supostamente revelador de Joyce Carol Oates. No entanto, o filme revelou-se uma tortura cansativa e interminável, que mostra a atriz num eterno sofrimento, sendo ferida e abandonada por todos que a cercaram.
Ao invés da visão feminista esperada, o roteiro do também diretor Andrew Dominik (de O Homem da Máfia, 2012) sexualiza Marilyn e aumenta o fetiche em torno do mito. Muitas informações tratadas como fatos não têm embasamento histórico e vão sendo colocadas em sequência. Longo e episódico, o filme vai saltando no tempo para cobrir as passagens tidas como necessárias e não deixa as coisas claras cronologicamente.
Mesmo não parecendo muito fisicamente, Ana de Armas (de 007 – Sem Tempo Para Morrer, 2021) faz um ótimo trabalho, captando os maneirismos e expressões de Marilyn. Ela é um dos únicos pontos a serem ressaltados em Blonde, que também conta com uma bela fotografia. Destacam-se também, no elenco, Bobby Cannavale e Adrien Brody, que vivem dois ex-maridos da atriz, Joe DiMaggio e Arthur Miller.