Adaptado para o Cinema em 1984, o livro A Incendiária, de Stephen King, chega agora à tela grande em nova roupagem. Diferente da primeira encarnação, nem melhor, nem pior. O que não significa nada, já que nenhum dos dois é grande coisa. Cada um com suas liberdades quanto à fonte, ambos com cara de longa oitentista de baixo orçamento. Nem dá para dizer se tratar de uma modernização, já que a estética continua a mesma.
Assim como o anterior, esse novo filme ganhou o nome Chamas da Vingança (Firestarter, 2022) e tem como destaque uma menininha expressiva que rouba a cena dos adultos. Em 1984, era ninguém menos que Drew Barrymore, vinda do grande sucesso de E.T. (1982), ainda hoje atriz e produtora de renome. A nova aposta chama-se Ryan Kiera Armstrong. Já experiente, apesar da pouca idade. Inclusive, esteve no universo de Stephen King, tendo participado de It: Capítulo 2 (2019), além de outra franquia gigantesca, a da Marvel, de Viúva Negra (2021). A menina é boa e segura o filme nas costas, exatamente o que a equipe devia esperar.
Quem causa maior espanto é Zac Efron, que até outro dia era o adolescente de High School Musical. Aos 35 anos, o ator mantém o ar jovial e é difícil vê-lo como o adulto responsável, o que mostra que talvez não tenha sido a melhor escolha para viver o pai de Charlie. Ele e Sydney Lemmon (de Fear the Walking Dead e Succession) são os pais da garotinha e vivem fugindo, com medo que o governo, representado pela agência conhecida como “A Loja”, os encontre e faça testes em Charlie. Os dois participaram de um projeto científico secreto como cobaias e adquiriram poderes, passados para a filha.
No elenco, não há mais ninguém que se sobressaia. O sumido Kurtwood Smith, lembrado sempre como o assassino do policial Murphy em Robocop (1987), dá um “oi” e mal tem tempo de ser notado. O roteirista, Scott Teems (de Halloween Kills, 2021), e o diretor, Keith Thomas, não têm nada muito relevante na bagagem e realizam um filme genérico e corrido, que parece ter pressa de resolver tudo logo. A admiração que eles devem dividir sobre os anos 80 se reflete na contratação do mestre John Carpenter como um dos compositores da trilha, que se destaca em alguns momentos.
É estranho que insistam na adaptação de um livro que já foi transposto para as telas, até ganhou continuação para a TV (Vingança em Chamas, 2002), quando King tem tantas obras interessantes na fila. É um tal de insistir em refazer Carrie, a Estranha, O Cemitério Maldito, O Iluminado… Uma coisa é querer honrar uma história que não foi devidamente adaptada, caso de It, ou expandir o que foi escrito, como a nova minissérie Chapelwaite, baseada no conto Jerusalem’s Lot. Em 48 anos de carreira do escritor, com 65 livros publicados, qual é a necessidade de se voltar sempre aos mesmos?
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