Tendo chegado ao Brasil com certo atraso, Morbius (2022) já estava cercado por propaganda negativa. Depois de uma curta temporada nos nossos cinemas, a fama piorou e muita gente deve ter deixado para conferir o longa em casa. A própria Sony Pictures adiou a estreia algumas vezes, o que mostra a falta de confiança da distribuidora no lançamento. E a verdade é que o filme não é assim tão terrível. É apenas ruim, como trocentos outros que são despejados no nosso mercado todos os meses.
Desperdiçando um personagem dos quadrinhos que poderia ter potencial como coadjuvante, a Sony pegou carona no sucesso dos Estúdios Marvel e lançou Morbius como protagonista, mais um anti-heroi na linha de Venom que, assim como o colega, era originalmente um vilão das histórias do Homem-Aranha. Michael Morbius é um cientista brilhante que sofre de um tipo de degeneração e pesquisa morcegos buscando uma cura para si. Assim como Eddie Brock (Venom) e o Dr. Curt Connors (o Lagarto), é um sujeito bem-intencionado levado por circunstâncias a matar pessoas.
Ou seja: uma trama tão batida que no próprio universo do Aranha temos exemplos muito próximos, nem precisamos ir longe. E o desenrolar pode ser facilmente previsto. Os efeitos especiais vão do eficiente ao confuso, às vezes criando cenas difíceis de acompanhar. E não faltam closes gratuitos apenas para valorizar o investimento em efeitos. Lembra o nível das aventuras do Motoqueiro Fantasma, que o pobre Nicolas Cage não conseguiu salvar.
No papel principal, temos o oscarizado Jared Leto, visto recentemente em Casa Gucci (House of Gucci, 2021) numa caracterização exagerada que mostra que a preferência do ator por papéis “diferentes” extrapolou os limites do ridículo. Ele afirmou, em entrevistas, que gosta de transformações físicas, o que atinge um extremo em Morbius. Agora, se Leto está risível, pior é Matt Smith (de Noite Passada no Soho, 2021), a quem sobram as cenas mais forçadas e os piores diálogos. Dois bons atores levados a passarem vergonha num roteiro canhestro. Smith, ao menos, parece se divertir.
Alçado à fama com o sucesso sueco Dinheiro Fácil (Snabba Cash, 2010), o diretor Daniel Espinosa realizou longas interessantes, mas aqui não tem nenhuma oportunidade de trazer ar fresco. Os roteiristas, Matt Sazama e Burk Sharpless, não têm muito o que fazer, e não que fariam, se pudessem – eles assinam coisas como Drácula – A História Nunca Contada (2014) e O Último Caçador de Bruxas (2015). Desse jeito, a Sony complicou bastante a vida de Espinosa. E inviabilizou o futuro de Morbius no universo compartilhado de vilões do Aranha, que já conta com Venom e logo terá Kraven, O Caçador. E, à exemplo do MCU, não perca as duas cenas (descabidas) escondidas nos créditos.
Expoente da literatura de terror nacional, Raphael Montes já vendeu estimados 500 mil livros e…
Com apresentação de Jimmy Kimmel (abaixo), que exerce a função pela quarta vez, a 96ª…
por Alexandre Marini Marcelo Seabra me convidou para escrever um pouco sobre minha percepção a…
A partir do final da década de 70 e por todos os anos 80, houve…
Depois das 2h35min da primeira parte, chega aos cinemas essa semana Duna: Parte Dois (Dune:…
Conheça melhor alguns dos indicados ao Oscar 2024: Maestro (indicado a sete Oscars) Esforço gigantesco…