Marvel chega à TV com WandaVision

Três episódios assistidos e ainda é difícil definir WandaVision, nova série dos estúdios Marvel veiculada pelo recente serviço de streaming Disney+. Dando início à Fase Quatro do Universo Cinematográfico Marvel, a atração faz referência a diversas obras e nomes e retoma um casal visto nos filmes dos Vingadores, a mutante Wanda Maximoff e o androide Visão. A única coisa que podemos afirmar é que algo está errado naquela realidade.

No primeiro episódio, temos Wanda e Visão vivendo como um casal tradicional num subúrbio norte-americano tentando esconder dos vizinhos o fato de terem poderes sobre-humanos. Com um clima de pastelão inspirado em séries clássicas da TV, como I Love Lucy, temos situações engraçadas, até exageradas. Pela questão dos poderes, lembra também A Feiticeira. Mas essa rotina idílica é constantemente ameaçada por algo que poderia ser descrito como “erros na Matrix”, lembrando do longa de 1999. É como se tudo aquilo fosse criado por alguma inteligência artificial e estivesse sujeito a falhas.

Retomando seus personagens vividos no Cinema, Elizabeth Olsen e Paul Bettany têm uma química ótima que acaba superando a estranheza de ter um casal formado por uma humana e um robô. E o sujeito, ao invés de John ou Bob, se chama Visão. O elenco de apoio ajuda a sustentar aquela realidade, com destaque para Debra Jo Rupp (de Friends e That 70’s Show), Teyonah Parris (de Se a Rua Beale Falasse, 2018) e Kathryn Hahn (de I Know This Much Is True). Muito se tem especulado a respeito da possível participação de outros rostos vistos no UCM, o que não aconteceu até o momento.

A fotografia da série e o uso das cores é bem interessante e lembra os tradicionais quadros do pintor Norman Rockwell, além de fazer um pequeno aceno ao longa Pleasantville (1998). O clima de artificialidade também remete a O Show de Truman (The Truman Show, 1998), o que pode significar que aquilo é uma realidade controlada e monitorada. Esta é a primeira série dentro desse universo compartilhado e deve se comunicar com as próximas, estreladas por outros coadjuvantes dos Vingadores.

Sem entrar em detalhes para não estragar nada, o final do terceiro episódio dá o gancho para o futuro e começa a esclarecer as coisas. Ou as complica mais ainda. Tocar Daydream Believer, dos Monkees, não é acidental, como se tudo fosse um sonho. Serão nove episódios no total, cada um com um custo em torno de US$ 25 milhões, todos escritos pela criadora da atração, Jac Schaeffer (do inédito Viúva Negra), e dirigidos por Matt Shakman (de séries como Game of Thrones). Essas características podem ser garantia de qualidade, mas é bem difícil agradar a todos. Legião (Legion) foi outra série a fugir do óbvio e teve vida curta. Vamos ver como será a aceitação de WandaVision.

O uso das cores é bem interessante

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é mestre em Design na UEMG com uma pesquisa sobre a criação de Gotham City nos filmes do Batman. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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