por Marcelo Seabra
Ao lado do parceiro habitual, Ian Brennan, Murphy assina agora Hollywood, nova produção original da Netflix, já disponível no aplicativo. Ele ajudou a contar histórias reais com grande talento, notadamente O Assassinato de Gianni Versace e Feud, sobre a intriga entre dois grandes nomes do Cinema, Joan Crawford e Bette Davis. Dessa vez, seguindo a escola Tarantino de relatar os fatos, Murphy mistura realidade e ficção para contar o que ele gostaria que tivesse acontecido, e não o que realmente aconteceu, na capital norte-americana da sétima arte no pós Segunda Guerra.
Quando Hollywood começa, tudo indica que será um festival de orgias, traições e todo tipo de putaria. Esse é o tom do primeiro episódio. Uma vez apresentados os personagens, esse choque inicial vai dando lugar a um desenvolvimento bem adequado. É muita gente para acompanhar, mas fica sempre tudo claro. Na tela, eles são, em sua maioria, novatos no mundo do Cinema – e na cidade – que lutam por uma oportunidade, e ela nem sempre aparece no lugar certo. Pode ser, por exemplo, em um posto de gasolina que oferece sexo aos clientes.
De personagens importantes para a trama a pontas, temos nomes bem estabelecidos e iniciantes no elenco. Muitos trabalharam com Murphy antes, como o premiado Darren Criss (de Versace), Dylan McDermott (de American Horror Story), Patti LuPone (de Pose), Joe Mantello (de The Normal Heart, 2014) e David Corenswet (de The Politician). Dentre os rostos mais reconhecíveis, vemos Jim Parsons (o Sheldon de The Big Bang Theory), Mira Sorvino (Oscar de Melhor Atriz por Poderosa Afrodite, 1995), o diretor e ator Rob Reiner (de O Lobo de Wall Street, 2013), Holland Taylor (a mãe dos Harper em Two and a Half Man) e Queen Latifah (de Chicago, 2002).
Junto aos veteranos, Murphy faz uma boa mistura com atores menos experientes, como Laura Harrier (de Infiltrado na Klan, 2018), Jake Picking (de O Dia do Atentado, 2016), Samara Weaving (de Três Anúncios para um Crime, 2017) e o novato Jeremy Pope. As atuações não são perfeitas, tendo um ou outro exagero aqui ou ali, mas tendem a ficar acima da média. Enquanto alguns atores partem do zero em suas composições, outros têm onde buscar inspiração. Picking, por exemplo, vive uma variação de Rock Hudson, enquanto Parsons faz o agente Henry Wilson, a figura vilanesca da série, que realmente existiu.
Sem pesar a mão, a atração brinca com situações corriqueiras desse universo, como a definição da estratégia de distribuição de um longa e as lutas em torno de um orçamento estourado. Com uma recriação de época primorosa, entendemos como funcionava a escalação de extras para as produções, ou como eram as leituras de roteiro com o elenco e outros pormenores, sempre com uma trilha sonora grandiosa que ajuda a compor o cenário. Com apenas sete episódios, Murphy marca mais um ponto em sua bem-sucedida carreira, além de homenagear um mundo que conhece bem.
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Gostei bastante da minissérie.
Realmente foi muito bem pensada e a mensagem bem atual.