por Marcelo Seabra
Dez anos depois, o diretor Ruben Fleischer conseguiu reunir os mesmos quatro membros principais de seu Zumbilândia para a continuação. O tempo passado é importante para a trama e não é ignorado: muito pelo contrário. Todos envelheceram e a narração inicial chega até a agradecer quem está assistindo por ter mantido o interesse. Os zumbis evoluíram e as piadas aceleraram, acontecendo uma atrás da outra, geralmente em alto nível. E as relações entre os personagens continuam sendo o foco, o que resulta no ótimo resultado de Zumbilândia: Atire Duas Vezes (Zombieland: Double Tap, 2019).
Nos encontramos novamente com Columbus (Jesse Eisenberg), Tallahassee (Woody Harrelson), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) quando eles estão morando simplesmente na Casa Branca. Com um estilo de vida mais tranquilo, eles ocasionalmente saem para buscar mantimentos e se deparam com as criaturas, que eles dividem em grupos de acordo com as características. Os mais bobos, que se distraem com borboletas, por exemplo, são os Homers. E as referências ao mundo pop não param por aí, das mais eruditas (como o livro clássico Ratos e Homens) às mais óbvias, como The Walking Dead.
O volume de tiradas e piadas é tão grande, com tanta velocidade, que pode ser necessário assistir ao filme duas vezes, o que não é ruim. Seus 100 minutos passam rápido e nos afeiçoamos ainda mais aos nossos velhos conhecidos. Ajuda muito ter os mesmos roteiristas, Paul Wernick e Rhett Reese, que conservaram o espírito do original. E eles ganharam o reforço de Dave Callaham, ninguém menos que o criador da franquia Os Mercenários (The Expendables). Não dá para chutar qual foi exatamente a contribuição dele. Só dá para dizer que o amarrado foi bem feito.
A seleção musical é tão variada quanto bem escolhida. De cara, somos surpreendidos por um Metallica, e a trilha vai do mais cult, como Portishead, ao mais popular, como Dylan e Elvis. E não só os roteiristas e as músicas são novidade: o elenco ganhou ótimas adições. Zoey Deutch (de Tinha Que Ser Ele?, 2016 – acima) rouba várias cenas e há uma dupla que faz o mesmo. Outros nomes interessantes são os de Rosario Dawson (a Claire das séries Marvel), Luke Wilson (de O Estado das Coisas, 2017) e Thomas Middleditch (de Godzilla II, 2019).
É bom lembrar que, apesar de ser aparentemente uma comédia, o universo de Zumbilândia contém uma boa dose de gore, com cabeças explodindo e vísceras dando um alô. Estômagos mais fracos vão evitar algumas passagens. Mas o que importa mesmo é a evolução dos personagens e os laços entre eles, que se fortalecem mesmo que, por fora, mantenham uma imagem de durões. E, aí, ganham ainda mais a simpatia do público, que os conhece o suficiente para se importar e torcer por eles.
Eu me diverti muito no cinema com esse filme! Estava aguardando muito essa sequência por sou muito fã de Zumbilândia (quem estava comigo no cinema nem notou haha), obviamente o primeiro vai estar sempre à frente no meu coração. Mas torço muito que eles voltem em dez anos estourando mais cabeças de zumbis hahaha!
Quem sabe, Karen, eles voltam novamente? Vamos torcer! Volte sempre!