por Marcelo Seabra
Nos papéis principais, temos um casal de verdade, o que torna a química entre eles palpável. E ajuda serem ótimos atores. Jarvier Bardem (de Mãe, 2017) e Penélope Cruz (de Assassinato no Expresso Oriente, 2017) são os grandes trunfos do longa, e trazem autenticidade por serem nativos do espanhol. O problema é que a língua só é usada em determinados momentos, como quando Escobar usa o consagrado xingo “mal-parido”. Para atingir um público mais amplo, a língua teve que ser o inglês.
Baseado no livro da apresentadora Virginia Vallejo, o roteiro nos leva ao início do caso entre ela e Escobar, e ela logo se deixa tomar pelo fascínio por aquele homem poderoso e dominador. Podemos nos perguntar como aquela mulher independente, forte e popular acabou se apaixonando por um monstro. Claro que o estilo de vida que ele proporcionava a ela era um fator importante. Mas é preciso notar que a personalidade carismática de Escobar mantinha todos orbitando à sua volta.
Se Escobar: A Traição traz um ângulo diferente do visto, por exemplo, em Escobar: Paraíso Perdido (Escobar: Paradise Lost, 2014), não consegue fugir da sombra de Narcos, que conseguiu cobrir todo o período do reinado do sujeito. Com muito mais detalhes e informações, a série monta um quebra-cabeça complexo e bem completo. Fugindo da obrigação de abraçar toda a história, o roteiro do novo filme deixa vários buracos, como no momento em que Pablo está apoiando políticos locais e logo é eleito senador. Os pulos temporais são bem bruscos.
Para situar o espectador, o filme acompanha muito o traficante e deixa aquela que deveria ser a protagonista de lado. De cara, na apresentação do elenco, o nome de Bardem vem na frente do de Cruz, o que já dá uma ideia do que virá. Os penteados e figurinos roubam a cena, e a caracterização de época é bem interessante. Ao narrar as peripécias do bando de criminosos, pouco é novidade, e não há ação ou suspense suficientes para prender a atenção do público. Nesse quesito, é preferível ficar com Feito na América (American Made, 2017). E o título nacional ainda presta um desserviço, levando a crer se tratar de outra coisa.
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