Legion é o novo mutante da TV

por Marcelo Seabra

Com o sucesso das adaptações de quadrinhos para o Cinema e TV, qualquer coisa que venha dessa mídia causa expectativa. Não seria diferente com Legion (2017), nova série do canal a cabo FX que chegou ao Brasil um dia após a estreia norte-americana, na semana passada. Baseada em um personagem ligado aos X-Men, a atração teve um primeiro episódio visualmente atrativo, com um roteiro que lança várias pontas que devem prender o espectador.

Criada por Noah Hawley (de Fargo), a série nos apresenta a David Haller (Dan Stevens), um sujeito que parece perturbado por uma doença mental. Ele ouve vozes e vê coisas que não estão lá, e por isso passa uma temporada num hospital psiquiátrico. O primeiro episódio se passa, basicamente, nessa instituição, e conhecemos alguns dos demais internos, assim como o médico que cuida deles. David se interessa na hora que bate os olhos em Syd (Rachel Keller, de Fargo), e os dois vão se envolver em uma luta que chegará a pessoas perigosas ligadas ao governo.

Cronologicamente, esse primeiro capítulo é desafiador, com a trama indo e voltando no tempo. Nada complicado de acompanhar, mas é o principal alvo das críticas que surgiram. No entanto, é fato que a série foge de todas as fórmulas de heróis que conhecemos, se afastando de tudo que já existe na TV e Cinema. É muito mais adulta e interessante que, por exemplo, Agents of SHIELD e toda a programação do CW. E tem um protagonista seguro e competente na pele de Stevens, ator descoberto em Downton Abbey e que já tem outros projetos enfileirados, como o novo A Bela e a Fera.

Nos quadrinhos, criação do escritor Chris Claremont e do desenhista Bill Sienkiewicz, Legião é um mutante poderoso que descobre ser filho do Professor Charles Xavier, líder e fundador dos X-Men. Um trauma na infância faz com que sua personalidade se divida e cada um dos novos “indivíduos” domina uma parte dos poderes dele. Nada disso apareceu na série ainda, e é cedo para dizer se vai, mas o que percebemos é que Haller é um narrador pouco confiável, que não sabe bem o que é real e o que não é. Se o público fica perdido em algum momento, certamente o protagonista também está. Nessa quinta-feira, um dia após a exibição nos Estados Unidos, poderemos acompanhar o desenrolar da história.

Nos quadrinhos, Legião se mostra um mutante extremamente poderoso

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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