The Last Kingdom adapta obra de cultuado escritor inglês

por Rodrigo “Piolho” Monteiro

The Last Kingdom estreou na Inglaterra e nos Estados Unidos via BBC e BBC America em 10 de outubro e tem tudo para agradar a fãs de Vikings e, em menor proporção, de Game of Thrones, ainda que guarde mais semelhanças com a primeira do que com a segunda. A estreia será no History Channel no dia 8 de maio, às 21h. A segunda temporada, já confirmada pela BBC, será veiculada em 2017, ainda sem data.

Tendo como pano de fundo a época em que a futura Inglaterra – então uma ilha dividida em cinco reinos distintos – sofria com invasões de povos escandinavos, especialmente dinamarqueses, a cada verão, a série conta a história de Uhtred Uhtredson, também chamado de Uhtred de Bebbanburg (Alexander Dreymon, da terceira temporada de American Horror Story), um homem com uma vida bastante complicada. Herdeiro natural de um grande senhor de terras, Uhtred vê seu pai, Uhtred (Matthew Macfadyen, de Ripper Street), ser assassinado em uma batalha contra os invasores nórdicos. Capturado, ele se torna escravo de um dos invasores, o chefe Viking Ragnar (Peter Gantzler), ao lado de outra menina capturada, Brida (Emily Cox, de Homeland) e, quando chega à idade adulta, é mais dinamarquês do que saxão.

Tendo sido praticamente adotado por Ragnar e criado não como um escravo, mas como se fosse seu filho, Uhtred prefere a companhia dos dinamarqueses, é pagão e sonha em recuperar Bebbanburg, a fortaleza de seu pai, seu direito natural que, desde que ele fora capturado, fora usurpada por seu tio. Uma série de fatos que não devem ser revelados para não estragar surpresas faz com que Uhtred acabe cruzando o caminho de Alfred (David Dawson, de Ripper Street), rei de Wessex, que também tem um sonho: expulsar os invasores nórdicos de vez e unir os cinco reinos da ilha em um único país: a Inglaterra. Para isso, Alfred acha essencial contar com a ajuda de Uhtred que, mesmo seguindo as tradições e costumes dinamarqueses, é manipulado para lutar contra aqueles que considera seus iguais.

The Last Kingdom é uma adaptação da série de livros The Saxon Stories (No Brasil, As Crônicas Saxônicas), do escritor britânico Bernard Cornwell. A série leva justamente o nome do primeiro livro da saga de Cornwell (que, até o momento, teve oito volumes publicados por aqui, nove na Inglaterra e, segundo o próprio autor, deve render mais dois antes de seu fim) e tem causado uma certa divisão entre os fãs da obra, a exemplo de todo tipo de adaptação com esse histórico. Enquanto uns gostam do que aparece na telinha, outros criticam desde o visual de Alexander (que difere bastante daquele descrito por Cornwell nos livros), até o fato de diversas passagens do livro terem sido alteradas ou omitidas para caber no formato estabelecido pela BBC.

Polêmicas à parte, a série é mais um produto de qualidade da BBC. O elenco, que também conta com Rutger Hauer (o eterno replicante de Blade Runner) é afiado, a ambientação é bem pensada, a reconstrução histórica e a direção são bem competentes. Conspirações, batalhas campais, intriga e mesmo um pouco de sexo e nudez (censurada na versão americana, liberada na versão europeia) são ingredientes da série que pode satisfazer a vontade dos fãs desse tipo de drama. E, a exemplo da grande maioria das séries inglesas, cada temporada de The Last Kingdom é curtinha, tendo apenas oito episódios.

O veterano Hauer está lá

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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