por Rodrigo “Piolho” Monteiro
Se essa diversificação, por um lado tira o foco do canal, por outro lhe traz dividendos em termos de verba publicitária e faz com que o History comece a investir em séries dramáticas de boa qualidade. O primeiro exemplo dessa seara foi Hatfields & McCoys, minissérie em três partes que conta a história de rivalidade entre duas famílias na fronteira entre os estados da Virgínia e do Kentucky nos anos que se seguiram à Guerra Civil americana (1861-1865). Estrelada por Kevin Costner e Bill Paxton – e já transmitida no Brasil no canal a cabo Space – a série rendeu um Globo de Ouro a Costner.
Com base nos bons resultados de Hatfields & McCoys, o History resolveu investir em uma nova série de ficção histórica, dessa vez viajando um pouco mais para o norte e no passado para mostrar as primeiras incursões dos grupos vikings à Inglaterra, que marcariam o período da história conhecida como “Era Viking”. Ela foi iniciada por volta de 790 D.C. e teve seu ápice na conquista da Inglaterra em 1066 D.C. Nos séculos seguintes, uma série de fatores históricos e políticos – dentre eles a cristianização da Europa – acabaram por minimizar a influência dos povos escandinavos na cultura européia como um todo. O renascimento do interesse pela cultura viking teve um primeiro momento no fim do século XIX e sofreu um grande impulso recentemente graças aos avanços nos processos arqueológicos que a cada dia descobrem mais e mais artefatos e evidências da contribuição dos vikings não só para a cultura, mas em aspectos como a navegação.
Vikings, no entanto, não se foca apenas nas invasões. Também joga luz no que seria o dia a dia daquela sociedade e o choque de culturas que ocorre a partir da iniciativa de Ragnar de viajar para o oeste e entrar em contato com o cristianismo, quando sua tripulação saqueia um mosteiro em Lindisfarne – fato que muitos historiadores consideram como marco primordial do início da “Era Viking” e um de seus espólios é tomar para si o padre Athelstan (George Blagden, de Os Miseráveis, 2012) como seu escravo. O protagonista é baseado na figura real de Ragnar Lodbrok, renomado herói viking que, por um breve período, chegou a ocupar o trono da Dinamarca e conquistar parte da Suécia.
A série é escrita por Hirst, que usa os consultores do History para adicionar um caráter mais histórico e acurado a suas tramas, mas não dispensa personagens no mínimo excêntricos, como o deformado leitor de runas que diz prever o futuro. Tem tudo para agradar não só aqueles interessados por esse período da História, mas também os fãs de séries de ação no estilo Spartacus ou Game of Thrones, devido à precisa reconstrução de cenários e cenas de lutas. Ainda que, obviamente, o tom aqui seja menos explícito. Com uma primeira temporada inicialmente prevista para nove episódios – quatro deles já transmitidos nos EUA –, Vikings ainda não tem data de lançamento no Brasil.
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