por Marcelo Seabra
Muitos filmes podem te fazer chorar, a maioria pelos motivos errados. Crianças doentes e gente morrendo são o caminho mais fácil, e mais reprovável. O mais difícil é fazer um filme honesto sobre as dificuldades e o lado bom da vida, em qualquer que seja a etapa. O diretor, produtor e roteirista Stephen Chbosky mostra muita maturidade, apesar da pouca experiência, na condução de As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower, 2012), longa interessante, ainda que não muito original, sobre a adolescência de um garoto introvertido.
Baseado no livro semi-autobiográfico de Chbosky (de 1999), o filme nos apresenta a Charlie, um estudante de 16 anos que já mostra de cara ser bem tímido ao escrever cartas a um amigo inexistente que funcionam como um diário. Ele passou por experiências difíceis, que vão se revelando ao longo da projeção, e tenta se encaixar na escola que começa a freqüentar. Mesmo querendo passar despercebido, ele chama a atenção dos veteranos, aqueles atletas babacas que adoram sacanear tipos como Charlie. Com pouco tempo, ele identifica um colega de postura extravagante (Ezra Miller) que pode vir a ser seu amigo e se aproxima, entrando em um mundo novo para ele, com festas e pessoas igualmente à margem no quesito popularidade. Assuntos complicados são abordados, como drogas, abuso infantil e a sexualidade de adolescentes, o que fez o livro ser proibido em algumas escolas americanas.
A época em que a história se passa não fica muito clara, mas dá para deduzir que trata-se do início da década de 90, quando Chbosky ainda estava no colégio. Ainda era tradição dos mais sensíveis gravar fitas cassete para namoradas e amigos, fazendo aquelas seleções bregas e inesquecíveis que incluíam desde o mais moderno aos clássicos das décadas anteriores, como The Smiths, XTC e David Bowie. Inclusive, a tal música do túnel que passa a ser procurada pelos amigos é tratada como desconhecida e é um dos maiores hinos de Bowie, Heroes: falha perdoada devido ao número de acertos de Chbosky. O elenco de apoio também ajuda, com Paul Rudd e Tom Savini como professores, Dylan McDermott e Kate Walsh são os pais, Melanie Lynskey como a tia Helen e Joan Cusack como a médica. Como pode-se perceber, é um filme que merece ser conferido e lembrado.
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