por Rodrigo Seabra
Para tanto, consultamos não apenas 1) os resultados e comentários divulgados por publicações sérias, mas também 2) a reação do público nos mesmos sites e 3) as recém-divulgadas indicações aos Globos de Ouro 2012, suas muitas inclusões despropositadas e omissões absurdas, além de 4) acrescentarmos a experiência própria, claro.
Outra série corretamente indicada e elogiada é Game of Thrones (canal a cabo HBO), uma história de muitas atuações competentes, muitos personagens e também muito hype – felizmente, a série sobreviveu excepcionalmente bem ao que era esperado dela. Da TV aberta americana, talvez somente The Good Wife (CBS) tenha sido bem lembrada como destaque, mais uma vez com grande merecimento.
As quatro séries podem ser encaradas como estando em um mesmo nível da mais alta qualidade que a dramaturgia televisiva tem a oferecer – provavelmente junto a Mad Men, que não teve temporada em 2011, mas volta em 2012. Mas é fato também que as temporadas de Boardwalk Empire (HBO), Treme (HBO) e Spartacus: Gods Of The Arena (Starz) foram constantemente lembradas como pontos altos dentre os dramas de 2011. Fica claro que a TV a cabo americana está cada vez mais enterrando os dramas de canais abertos, certamente pelas enormes possibilidades de temática, linguagem e direcionamento que simplesmente não podem ser exploradas em redes abertas a todo o público.
A turma de Parks and Recreation (NBC) é outra que foi largamente elogiada e vem derrapando no Nielsen (o medidor de audiência americano) há quatro temporadas, ainda que com mais sorte que Community. Enquanto isso, It’s Always Sunny in Philadelphia comemorou sua sétima temporada no canal FX sem se preocupar com o puritanismo nem com a audiência, que não importa da mesma maneira em canais a cabo. Difícil de acreditar que, já há sete anos (e renovados para mais dois), Dennis, Mac, Charlie e Dee fazem todos os absurdos que se possa pensar em torno de seu bar na Filadélfia e não apenas continuam firmes no ar, mas rendendo ótimas e novas histórias. Só mesmo na TV a cabo.
Outras séries dignas de uma menção honrosa são Happy Endings (do canal aberto ABC), que estreou no midseason de 2011 e já garantiu muitos elogios em sua segunda temporada (com comparações a outras boas séries de grupos de amigos, como Friends e How I Met Your Mother), e a animação Archer (FX), em sua terceira temporada e já agraciada com um prêmio “Melhor Série A Que Você Não Está Assistindo” pela organização GLBT Logo. Cabe ainda lembrar o gênero intermediário das “dramédias”, em baixa na TV americana, mas representada na escolha da crítica pela série britânica Misfits, sobre um grupo de adolescentes sarcásticos que ganha superpoderes.
É importante salientar que nenhuma das séries cômicas mencionadas acima foi indicada aos Globos de Ouro, que preferiu se concentrar entre o insosso (Episodes, New Girl e a terceira temporada da antes genial Modern Family) e o francamente ruim (Glee), deixando como salvação apenas Enlightened, que conquistou
A história das listas de fim de ano parece nunca terminar e rende ainda escolhas daquilo que de pior a TV americana produziu. Pra informarmos bem o leitor e sermos justos com o que merece vaia, vale mencionar também. As séries mais detonadas pela crítica (e aqui, vale dizer, nem sempre detonadas pelo público, que adora uma porcaria) são, sem dúvida, Whitney (NBC), I Hate My Teenage Daughter (Fox) e Last Man Standing (ABC). São realmente o pior tipo de comédia no ar, recicladas à exaustão e só indicadas se você realmente quiser ser ofendido por personagens sem qualquer
Dentre as séries dramáticas, levam o abacaxi Charlie’s Angels (tentativa desastrada de recriar As Panteras com elenco e historinhas sem vitalidade alguma) e Terra Nova (mais alvo de decepção generalizada que de crítica) – lembrando que 2011 foi o ano em que escapamos de ter o também tenebroso remake de Mulher-Maravilha, cujo piloto recusado vazou online e preferimos nem qualificar. Ainda foi bastante mencionada, com enorme razão, a mais recente temporada da grande série Dexter, um desastre em diversos sentidos, especialmente nas “grandes revelações” da temporada que não pegaram ninguém de surpresa e na menção desonrosa para Colin Hanks como o inexpressivo ator convidado.
Outras tantas séries atraíram grupos de defensores e de detratores ao mesmo tempo (como Once Upon A Time, American Horror Story, a segunda temporada de The Walking Dead e a comédia 2 Broke Girls) e ficam na coluna do meio. Mas, para fechar em alta, vamos recomendar séries que foram lembradas aqui e ali em listas de boas temporadas e merecem uma conferida, como as iniciantes Revenge (um guilty pleasure geral, parece), Suburgatory e Boss, e ainda Men of a Certain Age (em sua temporada final), Justified, Sons of Anarchy (ressurgindo com méritos), Fringe (quase na repescagem, infelizmente), Terriers (que estreou e foi cancelada em meio a indignação e elogios isolados) e Bob’s Burgers (uma animação tosca e engraçadíssima). Pelo que pudemos acompanhar da maioria, são todas séries que valem a pena, apesar de não terem estado com tanta frequência na elite de “o que assistir” de 2011. Veja assim mesmo!
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