Advogado, e muito mais que meu amigo, foi alvo de operação policial; leia

Um glacial formado na era do gelo, com quase 500 quilômetros quadrados de extensão, me foi “roubado” pelas notícias do Brasil

Com menos de 3 anos de vida, este blog já ultrapassou a casa dos 5 milhões de leitores únicos, o que o coloca entre os dois ou três mais lidos de Minas Gerais. Nada mal para um hobby.

Eu tenho três tipos de leitores: os ocasionais e os assíduos, que se dividem entre quem merece minha atenção e aqueles que não passam de meros números na minha estatística do Google Analytics.

Ao grupo dos que merecem minha atenção, consideração e respeito, segue o texto abaixo.

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Me despedi temporariamente de vocês em 6 de maio último (post aqui). Iniciei uma jornada em busca de autoconhecimento, cultura e encontro com meu passado. Estou na metade. Tem sido espetacular!

Um dos requisitos básicos é o pouco contato com o Brasil e suas mazelas diárias. A exceção são a família e os amigos próximos. Neste período, me ausentei completamente do blog e da minha página do Facebook. Apenas um texto num momento especial — acho que há dois ou três dias.

Pois bem. Estava sentado no local da foto acima quando meu celular começou a me alertar sobre mensagens de WhatsApp. Parecia meu aniversário! Em tempo: no mundo civilizado, ainda que no Círculo Polar Ártico ou no Deserto do Saara, há sinal de celular onde quer que se esteja.

Ao passar os olhos me deparei com as perguntas: “viu o Bady?”

Um frio me percorreu a espinha. Ele é gordo, fumante, estressado, insone, sedentário… Imaginei um infarto ou algo pior. Bady Curi é mais que um amigo. É um irmão que ganhei. Conheço muito pouca gente tão dócil e caridosa.

Brigamos muito, ou melhor discutimos muito. Temos opiniões políticas, econômicas e sobre justiça muito diferentes, haja vista nossos textos (meu e dele), que publico no blog. Por exemplo: ele é contra as arbitrariedades do MP e da PF, sobretudo a espetacularização das operações e o excesso de prisões preventivas. Escreve com frequência sobre isso.

Já eu acredito que estamos em guerra! O país se transformou num poço sem fundo de corrupção, e ainda que concorde com ele — juridicamente falando — quero mais é ver o circo pegar fogo. Prefiro os excessos ocasionais à costumeira impunidade pré-Lavajato. Para cada erro do MP ou PF, dez Lulas, Dirceus, Cunhas e companhia têm sido retirados das ruas.

Nesta quinta-feira (23), Bady foi vítima daquilo que tanto critica. Estou realmente muito distante para opinar, mas “prestar depoimento” não exige polícia na porta de casa e TV Globo de plantão. Hoje, sinto na pele a indignação daqueles que são tratados com excesso de poder pelo Estado.

Pessoalmente, pelo pouquíssimo que saiu na imprensa, duvido que haja fundamento na alegação da PF. Mais: pelo que conheço da sua atividade profissional, ele não precisa disso nem atua desta forma. Aí reside a crítica do Bady: acaso nada seja provado contra ele, quem irá reparar o dano moral e profissional que sofreu? Quem irá se desculpar ou indenizá-lo?

Há pouco tempo, André Esteves, do Banco BTG, um dos mais respeitados do mundo, teve sua foto estampada, careca e com uniforme de Bangu I, nas capas dos jornais. Absolutamente nada foi provado contra ele!!! O banco quase quebrou. André foi marcado para sempre.

E se ficar provado que meu amigo/irmão é culpado?

Que pague na forma da lei. Com a maior rigidez possível.

E se tudo não passar de mais um show de mídia, o que é bem provável?

Que eu e amigo choremos na cama, que é lugar quente. Quem mandou vivermos na selva Brasil?

Para encerrar: se o Bady intermediou suborno para os tais empresários ganharem a ação, por que o nome do juiz supostamente subornado não foi divulgado pela PF?

Pois é…

P.S.: Só voltarei a mexer com blog e Facebook após a minha volta, conforme comunicado. Os comentários ficarão armazenados e os mediarei futuramente.