Em defesa da Lava Jato e do Brasil

Casos extremos exigem medidas extremas. Não dá para querer tratar a corrupção lulopetista como assalto à padaria da esquina

Lula quer que Moro lhe apresente os recibos das suas falcatruas, as notas fiscais dos seus crimes, os registros em cartório dos imóveis que usa, que reforma, que guarda seus cacarecos, mas que não são seus.

Palocci diz que não há provas contra ele. Que não é o Italiano das planilhas, que as contas clandestinas que operava não lhes pertencem. Diz desconhecer qualquer esquema de corrupção, caixa 2 ou crimes semelhantes.

Sérgio Cabral nega que os mais de R$ 300 milhões recuperados em contas de sua propriedade sejam seus. Nega ter recebido propina ou superfaturado contratos. Jura que não sabia que seus secretários e assessores diretos metiam a mão nos cofres do estado.

Zé Dirceu… bem, Zé Dirceu é um caso à parte. Jamais negou e jamais confirmou nada. Um guerrilheiro e terrorista será sempre um guerrilheiro e terrorista. Um sujeito que passou anos sob nome e documentos falsos, enganando a própria esposa, é casca grossa. Um criminoso serial dos mais perigosos.

Em comum, a ladroagem. A pilhagem escancarada e infinita do dinheiro dos brasileiros. Em comum também o cinismo e arrogância próprios dos facínoras. Mas algo mais os une: só foram descobertos a partir das delações premiadas e dos depoimentos daqueles ou presos ou levados sob condução coercitiva. Notem, senhores: ao contrário dos assassinos violentos, que utilizam armas para matar, estes assassinos de colarinho branco usam o poder e as canetas. Vagabundos sórdidos que operam nas sombras através de laranjas ou bate-paus de confiança. Não metem a mão na cumbuca; apenas o dinheiro nos bolsos. Não deixam rastros, digitais ou provas materiais dos seus crimes.

Vaccari, Duque, Brani, Yousseff e tantos outros pilantras serviam como operadores destes crápulas. Assim como Bittar, Suassuna, Okamoto e Leo Pinheiro servem como laranjas de Lula. Este é o modus operandi dos mafiosos, sejam traficantes de drogas, doleiros ou políticos corruptos. Ou vocês pensam que Fernandinho Beira-mar mantém seus bens em seu próprio nome? Assim, ao lidar com este tipo de crime, de criminosos organizados nas entranhas do Estado, as prisões preventivas são o único instrumento eficaz na apuração e resolução dos casos. Vejam, como exemplo, o tal Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, cujo servidor (terminal de computador onde os dados ficam armazenados) se encontrava em uma ilhota no Caribe. Não fosse a condução coercitiva da secretária de Marcelo Odebrecht e tudo continuaria como antes.

Advogados dos criminosos e alguns juízes do STF, agora que seus clientes e padrinhos políticos estão completamente encalacrados, iniciaram uma cruzada de morte contra a Lava Jato e as prisões preventivas. Alegam que os procuradores infringem as leis e a Constituição, e que o Estado de Direito corre risco. Ora, e o que dizer do risco que o país e a própria democracia correm ao permitir que agentes criminosos desta periculosidade ganhem as ruas? Ou será que Zé Dirceu se manterá quietinho, em casa, assistindo à Sessão da Tarde? Ou que Palocci, caso seja solto, não moverá uma palha no sentido de destruir provas e meter a mão no dinheiro ainda escondido? Acaso estes malandros são menos perigosos que Bruno, acertadamente preso outra vez? Ou que o Marcola?

Não, senhores. Não defendo arbítrio ou coerção, muito menos ilegalidade. Ao contrário. Sei do que um Estado tirano é capaz. Sei do que promotores inescrupulosos são capazes de fazer em busca da “justiça” que defendem. Mas definitivamente não é este o caso em tela. Definitivamente os procuradores da Lava Jato não estão agindo além do que a gravidade exige. O Estado brasileiro, ou melhor, uma pequena parte dele, está em guerra contra uma organização criminosa gigantesca, bilionária, sofisticadíssima, poderosa e com tentáculos em todas as esferas, seja no Executivo, Legislativo e, como resta claro, Judiciário. Repito: guerra! E guerra é guerra. Não é possível que o rigor das leis e a extrema observância das regras valham apenas para um lado, quando o outro se utiliza das mais sórdidas vantagens, inclusive da clandestinidade dos seus agentes, que agora começa a ruir.

Força, Lava Jato!

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