Os limites (muito largos) do BBB

Me parece que esta edição do reality ultrapassou algumas barreiras pouco recomendáveis. Talvez seja a hora de uma boa reflexão

Tapa de amor dói?

Não assisto ao programa. Confesso que fui espectador assíduo das primeiras edições. Talvez seja a idade. Perto dos 50, o saco para fofocas, brigas de adolescentes e bêbados caindo ou vomitando diminui bastante. Nem as sensacionais bundas têm mais tanta graça assim, já que os grupos de WhatsApp nos trazem dúzias delas a cada 30 segundos, hehe. Hoje assisto ao reality como assisto à F1: vejo certas cenas, mas não tenho a menor ideia do que está se passando.

Já há alguns dias que percebo uma série de notícias sobre o casal desta edição. A garota Emily, que me parece mal saída da adolescência, protagoniza cenas, digamos assim, um pouco pesadas. Para sua idade e para a TV aberta. Uma rápida pesquisa no YouTube nos leva à linda menina sussurrando para o namorado que ejacule em sua boca. Outro vídeo nos mostra a garota apagada, vomitando como um vulcão cuspindo lava. Bem, se isso não é exagerado, não sei mais o que é.

Não sou a favor de nenhum tipo de censura. Ao contrário. Por mim, após certa hora e com os devidos avisos, aceitaria até filme pornô triplo X na TV. O que me incomoda de verdade é assistir a programa direcionado à adolescentes, à tarde, em canal aberto, mostrando garotos de 14 ou 16 anos transando, como no tal Malhação. Aí não dá! E igualmente acho inadequado o que se mostra nestes realities. Vejam bem: como disse antes, não assisto ao programa. Não sei se tais cenas estão sendo mostradas ou editadas. Por isso não estou condenando a Globo. De qualquer forma, pela repercussão na internet, me parece que a barra está mesmo pesada no programa ao vivo.

Hoje há uma foto do rapaz quase esgoelando a namorada. Me parece que as regras do programa proíbem agressão. Bem, imagino que seja apenas a agressão física, a troca franca de bordoadas, né? Porque se esmagar uma menina contra a parede e enfiar o dedo no nariz dela é permitido, aí, meu camarada, danou-se! Podemos pegar na garrucha e pregar chumbo à vontade. Aliás, tais modos repetem-se costumeiramente na internet. Basta uma rápida lida na maior parte dos comentários do blog. Só que aqui eu deixo passar o que quero e respondo, à altura, quem eu quero. Show ao vivo não permite tal moderação.

Não sou daqueles que desejam banir as novelas ou os realities, porque fontes de má influência e maus exemplos. Eu não. Cada um que assista aquilo que lhe apraz e que satisfaz a sede de conhecimento, de cultura. Sim, BBB também é cultura! Até programa político do PT é cultura. Certamente, cada conteúdo possui um tipo de público. Não por acaso serem (os petistas) o que são. Apenas acredito que certas cenas poderiam ser evitadas e isso não traria prejuízo aos programas, nem desfiguraria os conteúdos. Eu mesmo, aqui no blog, não escrevo palavrões — o que costumo fazer no Facebook, por exemplo, que é uma página pessoal. Tal conselho (não uma imposição) foi-me dado pelo meu editor Benny Cohen. Ele me disse: “Ricardo, não mudará o conteúdo das suas mensagens, não desfigurará sua personalidade e tornará seus textos mais civilizados”. Bingo! Ele está certo. Mesmo que às vezes me dê muita vontade, eu seguro minha onda.

Pois é. Por que a Globo não faz o mesmo, né? Será que tá faltando um Benny Cohen por lá?

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2 thoughts to “Os limites (muito largos) do BBB”

  1. Nunca assisti. Nem uma única vez… nem mesmo um pedacinho, só para ver como é.
    Desde o início, achei a ideia do programa uma imensa mediocridade.
    Censuras à parte, se excluíssem da grade tal programa, o país só teria a ganhar.

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