Te desafio a encontrar uma mísera vírgula fora do lugar no texto que segue abaixo.
Eu não quero pagar um super salário para funcionário público algum. Quero pagar o justo, e em contrapartida quero que ele desempenhe corretamente sua função. Não quero que me trate de forma diferente da qual qualquer prestador de serviço trata seu cliente, mas não aceito mais ser tratado com descaso e desrespeito. Quem paga espera receber; quem recebe deve entregar.
Também não quero mais custear benefício de vagabundo nenhum. Sim, vagabundo! Aquele que se aproveita do poder para conceder a si mesmo qualquer vantagem que os demais não têm, para mim trata-se de um vagabundo. Seja aposentadoria especial, abonos e bônus, auxílios diversos para moradia, creche, paletó ou o escambau. Chega de ser roubado para prover boa vida àqueles que não querem trabalhar duro para tê-la.
Nunca pedi à ninguém que se tornasse funcionário público. Quem o fez, faz ou fará, que aja por sua conta e risco. Não acho justo que um servidor estatal receba algo que alguém da iniciativa privada não recebe normalmente, inclusive esta tal estabilidade. Nenhum trabalhador privado tem garantia de emprego. Por que um funcionário público tem de ter?
Me revolto com as leis de “proteção” aos servidores. É um tal de não poder ofender, de não poder desacatar, não poder questionar. Que porcaria é essa? Se a maldita Constituição Federal diz que todos são iguais perante às leis, por que esta diferenciação? Que valham as mesmas regras para todos; ou que não valham para ninguém. Mas um atendente do Mc Donald’s deve ter os mesmos direitos e deveres que um outro (atendente) da prefeitura de qualquer cidade.
“Mas Ricardo, se não for assim não haverá mais candidatos a empregos públicos”. Mentira! É claro que haverá. Aliás, como sempre houve. Principalmente nestes tempos de crise. O Brasil não é mais aquela mega zona rural, onde para atrair funcionários públicos para trabalhar em Macapá precisava-se de incentivos diversos. O Brasil é hoje predominantemente urbano, com cidades ligadas entre si por aeroportos ou estradas. Não há mais grotões isolados da civilização.
“Ok. Então o que você propõe?” Simples. Regras iguais para todos. E pra já! Nada deste papinho furado de “direitos adquiridos”. Direitos adquiridos em cima da desgraça de milhões eu não reconheço. Direitos adquiridos em cima da falta de direitos dos outros é cretinice. Os tais direitos adquiridos foram impostos por aqueles que usaram indevidamente suas canetas. Meritocracia, produtividade, isonomia, riscos, instabilidade. Todos têm de se sujeitar.
Palhaçada tem limite. Safadeza também. Sofrimento, sacrifício, dor, agonia, desespero mesmo. Gente sem dormir, sem emprego, sem dinheiro para as despesas de amanhã. Condomínio atrasado, escola de filho atrasada, plano de saúde atrasado e uma casta arrogante, vagabunda, egoísta, preguiçosa brincando de classe média-alta? Não tá certo isso, não. Isso precisa ser interrompido já! Na marra!
Neguinho quer passar férias na Disney? Que trabalhe para isso! Quer almoçar todo fim-de-semana fora? Faça com seu próprio dinheiro. Quer carro bacana e motorista para levá-lo ao trabalho? Ganhe na loteria. Quer se aposentar aos 45 anos com salário integral? Se vire e pague uma previdência privada. Mas chega dessa porra de ter isso tudo e me mandar a maldita conta para pagar. Eu não quero mais. Tô de saco cheio. Quero cuidar apenas da minha família, que já tá difícil à beça.
Ricardo, o serviço público e a eficiência deste tem que ser revista, mas isto não acontecerá com os políticos que aí estão, não se engane, em qualquer economia a massa de trabalhador público é considerável o que difere é a qualidade do serviço prestado. A sua indignação não mudará muita coisa, pensar que você vai se ocupar somente de sua família é equívoco, a prova disto é o seu blog, devemos buscar a responsabilidade com a coisa pública como o é em muitos países, cito exemplo na Suíça onde o governante viaja de segunda classe no trem e sem seguranças, ou mesmo em Portugal onde o presidente viaja na classe Y, enquanto no Brasil os políticos, principalmente do pt, fazem viagem internacional na primeira classe. Se quiser mudar o país, mude o eleitor.
Ricardo, mais um texto excelente. Sua opinião nos faz abrir a mente. Muito obrigado e que a inspiração para escrever lhe acompanhe sempre, amigo.
Obrigado, Eric. Abraço
Depois do seu comentário, tenho certeza que você não sabe nada sobre as leis que regem o funcionalismo público. Menos ainda sobre idade de aposentadoria, quando você fala de aposentadoria aos 45 anos. Queria lembrar ainda que todo servidor público paga imposto de renda como qualquer um e que a previdência pelo menos no meu caso é de 11 por cento sobre o que eu ganho, o que não acontece na iniciativa privada. Trabalho mais de 44 horas semanais. Tenho 37 anos de serviço, porém a lei atual só me permite aposentar aos 60 anos de idade. Depois governo Fernando Henrique Cardoso e Lula, o único direito que sobrou para o servidor foi a estabilidade que dependendo do caso pode inclusive perder. Nunca fui para fora do pais, por falta de dinheiro. Também não tenho data base para aumento de vencimento. Fiquei 6 anos sem aumento de vencimento. Recomendo a você mais uma vez, que faça um estudo sobre as leis atuais que regem os servidores e as condições que trabalham antes de fazer os seus comentários. Quem desvia dinheiro neste pais não são os servidores.
Este tal de Ricardo é um desinformado. Fala besteiras uma atrás das outras. Aposentei com 60 anos (lei) após 35 anos de serviço público. Fiz concurso público para ser funcionário público, se você não tem competência para passar em um concurso público problema seu. Quem aposentou com 45 anos ou 55 anos foi FHC, TEMER e outros privilegiados. Não generalize suas divagações sob pena de se tornar tendencioso. Os empregados na iniciativa privada deveriam batalhar, brigar para terem um salário decente na sua aposentadoria e não ficarem dependendo de filhos para se manterem quando estiverem aposentados. Não devemos pedir que se nivele por baixo a classe de trabalhadores. Culpe os políticos pelo desemprego e não os funcionários públicos. Culpe parcelas de funcionários públicos por salários e vantagens nababescas mas não generalize.
Bem, parece que não sou tão desinformado assim, já que concorda com tudo que escrevi. Apenas, sabe-se lá o por que, vestiu o chapéu e ficou magoado.
Olha! Gosto muito dos seus textos e sei que existem abusos, mas o responsável pelas mazelas do país não é o servidor público, mas sim o político e classes abonadas, principalmente no Judiciário e legislativo. No geral, o servidor não ganha bem, não tem fundo de garantia, não tem plano de saúde, e ainda lhe cortaram a maioria de benefícios. Por outro lado, ser servidor, trabalhador e cumpridor de deveres que o cargo público impõe, não deixa de ser uma conquista para pessoas que, como eu, era filho de um trabalhador braçal e que, mesmo estudando em escolas públicas, ralei muito em apostilas e livros (caros), muitas noites sem dormir, estudando dentro de ônibus inclusive, para poder ter uma vida um pouco mais digna! Sim porque cansei de ver meu pai e muitos amigos serem explorados pela classe empresarial de nosso país, que reclama, reclama, mas nunca pensa no social! Prova disso são as revelações da operação lava jato, que demonstrou o quanto levam vantagem em cima de nosso povo e nossos recursos! Então, caro xará de 67, quero lhe pedir para distinguir o joio do trigo antes de bater nós pequenos que nada devem! Abraços
Antônio, políticos e abonados do Judiciário e Legislativo são funcionários públicos. Abrs!!
Pois é Ricardo! Preste atenção no que escrevi: “temos de separar o joio do trigo!” Esse termo genérico não pode ser aplicado a todos!
Kertzman,
Concordo com sua análise. Porém, ela peca pelo excesso de generalização.
A expressão “funcionário público” nos remete ao professor primário, ao funcionário comum, antigamente chamado de “barnabé”.
Políticos e abonados do judiciário (expressão sua) nada têm de “funcionários”. Menos ainda de finalidade pública.
Grande abraço e continue com a lucidez de sempre.
Funcionário público, não; funcionalismo público
Prezado Ricardo; não se irrite tanto, pois em nada, a não ser para uma boa úlcera gástrica, esta revolta contribuirá. Você se queixa de algo que foi herdado dos descobridores/colonizadores; porém, nos dias atuais, alcançou dimensões jamais imaginadas. O maior empregador nacional brasileiro é o poder público nas suas três categorias: municipal, estadual, federal. Todos – eu disse todos – na condição de “zé povinho”, almejam uma vaga no serviço público. A favor, uma condição básica: ESTABILIDADE e o direito de reclamar do tamanho do salário. Além do mais, não sendo por falta grave, a garantia de emprego é o que determina a atitude do cidadão perante a vida. Se trabalha ou não, não vem ao caso; no fim do mês a “mixaria” cai na conta. Conheço funcionários públicos que abandonaram a iniciativa privada, pelo cargo no serviço público, mesmo tendo os ganhos financeiros consideravelmente reduzidos. Se você tiver oportunidade, leia – na íntegra – a carta em que Pero Vaz Caminha relata ao rei D. Manuel, o descobrimento da terra que se tornou Brasil mais tarde. No final da missiva, ele respeitosamente solicita uma benesse para um parente. Você vai perceber que o empreguismo e nepotismo vem exatamente desta época.