Vitória e liderança que não apagam a desconfiança

Beneficiado por um erro crasso da arbitragem, o Galo voltou de Patos de Minas com a vitória, os três pontos e a liderança – ainda que provisória – da competição.

Estamos tão habituados a ser prejudicados por erros dos juízes, que me seria facultado ignorar o fato. Ocorre que, nem a favor e nem contra. Quero árbitros isentos e corretos.

Ontem, depois desse erro, quase Emerson se perde na partida. Na sequência, marcou falta inexistente do nosso ataque, talvez ainda perturbado pela infelicidade do gol legítimo da URT.

Dito isso, em nome da isenção e mesmo reafirmando que aqui só falamos de Galo, vamos ao festival de horrores da partida de ontem.

De início, menos mal eu diria, o treinador optou por uma escalação onde pulverizou seus titulares e reservas, diferente da última partida no Mineiro, quando escolheu apenas jogadores que compunham o banco.

Ainda assim, o jogo foi um dos piores do Galo de todos os tempos. Patric como capitão, dava para imaginar isso antes mesmo do início da partida.

O mísero gol, anotado por – acreditem – Di Santo, foi o único momento que deu alento ao Atleticano.

Destaque na jogada para Dylan Borrero que, com precisão, colocou a bola na cabeça do argentino. O garoto vinha bem na partida, até que o treinador optou por tira-lo e colocar Hyoran.

A que ponto chegamos, o Dylan era – ao meu sentir – dos melhores e talvez o mais lúcido do Galo em campo. É sacado.

Para piorar, depois tirou Marquinhos e para o time segurar o placar entrou Zé Welison. Convenhamos, time que se fecha faltando 15 minutos para terminar o jogo contra adversário reconhecidamente mais fraco, merece castigo.

E fez outra alteração, aos 49m do segundo tempo. Faltavam dois para a partida terminar.

Pois, com essa covardia por pouco tomou o empate. O adversário errou no mínimo dois lances perigosos de gol e ainda no último suspiro da partida teve uma falta de relativo perigo a seu favor. Quem fez a infração? Zé Welison. Quase que a conta chega.

Sobre lances faltosos, um do Allan, na metade do primeiro tempo, expõe o estado pilhado que o nosso time está atravessando. Era lance para cartão.

Se for para tirar proveito, algumas considerações minha corneta permite, como a dos leitores. Convergentes ou divergentes do que vou mencionar. O espaço é para isso, desde que respeitada a opinião de todos.

Nossos laterais principais não saíram jogando. A zaga, por mais frágil que seja, deve ser essa que jogou ontem. Faltam atacantes que decidam. Mas esses ainda não estão no elenco. Será que Savarino vai vingar? Prefiro Felipe a Di Santo e Ricardo Oliveira. Edinho, Zé Welison, Martinez, Hernández e similares podiam tentar seguir carreira noutro lugar.

Encerrando, que tristeza assistir o Galo retardando a partida, fazendo a famosa cera (até o goleiro em dois momentos) para segurar resultado frente à URT. Angustiante!

E os torcedores (hoje com minúsculo) acendendo sinalizadores num momento que pedíamos a Deus para o jogo acabar. Idiotice!

Enfim, vencemos, mas não convencemos. Ainda falta muito para esse time virar equipe. Lá em Patos é complicado, eu sei, estive lá em 2016. Empatamos em dois gols, sabe Deus como. Pratto ainda perdeu penalidade.

Reforços urgentes, pois durante o jogo via a composição do banco de reservas e me sentia deprimido. As opções são poucas e ainda assim não estimulam.

Festejo os três pontos, claro, mas me preocupo com o futuro. O Campinense é muito mais perigoso que o time patense.

E ainda este mês, pela Sul-Americana, temos uma missão quase impossível. Quero ganhar. Com isso aí que estamos assistindo não será fácil.

Em tempo: Ontem as redes sociais explodiram com as postagens dos “sabem de tudo” garantindo o acerto com Tardelli. Meu pitaco pessoal.

Se for pra vir ganhando no máximo 400 mil/mês, seria aceitável. Nada, além disso, apesar do Bolt (do Marques) receber acima. E outra, se der certo, tudo bem, mas não me invente de buscar outra independência financeira. Já foi em busca disso e, por duas vezes, abandonou o nosso time.

Registre-se que ele só se destacou no Galo, fora daqui não teve o mesmo brilho. A meu juízo, se retornar não será como em tempos passados.

O Atleticano tem desconfiança no seu desempenho e ainda – caso recupere o futebol que encantou a Massa – se terá continuidade ou vai forçar nova transferência.

Vida que segue!

*fotos: Bruno Cantini/Atlético