Cada gestor, público ou privado, deixa em sua passagem um legado que a história vai contar às futuras gerações. Nos meus primeiros passos nessa Atleticanidade, ouvia sobre um banqueiro (filho do dono de uma instituição financeira privada – conhecida como o banco do guarda-chuva – e ex-governador de Minas Gerais) seria a redenção definitiva do Galo. Passou como um dos piores momentos na vida do Galo.
De lá para cá pude experimentar toda sorte imaginável, desde tempos de glórias e conquistas até rebaixamento no Brasileiro. Evidente que a cada situação dessas, o nome do presidente é lembrado e resgatado imediatamente na memória. Brasileiro foi Nelson Campos, Libertadores, Copa do Brasil e Recopa é Alexandre Kalil. Reaver o terreno onde fica o Diamond foi à época do Afonso Paulino, com méritos a Demétrio Ornelas e Moreno Neto. Rebaixamento foi na gestão de Ricardo Guimarães e a venda da primeira metade do Diamond leva ao nome de Daniel Nepomuceno.
Fiz essa curta digressão para chegar onde quero. Qual será o legado da gestão Sette Câmara? Até o momento, nenhum único e mísero título. Nem regional. A base, que no ano anterior à sua posse havia conquistado todas as categorias vem fazendo campanha irregular e sem revelar jogador. Ao que seus seguidores afirmam, é o momento da austeridade para colocar a casa em ordem. Só não mostram os números para o seu principal cliente e que sustenta essa paixão. O Torcedor. Todos nós queremos saber quais dívidas são essas e quem foram os responsáveis.
Vida que segue. Mas o que pode estar por vir vem sendo lançado gradativamente em nosso dia a dia. Recentemente um diretor da área financeira, em entrevista numa emissora de rádio, deixou escapar sobre a possibilidade de vender a segunda metade do Diamond para quitar o enorme passivo que Sette assumiu de gestões passadas. Não foi confirmado, tampouco desmentido, mas o assunto vem – sutilmente – ganhando proporção entre o grupo de apoio da diretoria.
Se lembro bem, quando a alienação da primeira metade do shopping do Galo, o valor recebido foi de 250 milhões de reais. Disse na ocasião e reafirmo agora, não tenho elementos para avaliar se a venda foi super, sub ou valorizada nos padrões daquele momento pelo mercado imobiliário. Convenceram-me de que seria um bom negócio. O estádio, como foi dito na época, deveria estar pronto em 2020. Até agora sequer teve início a obra.
Pois caríssimas Atleticanas e caros Atleticanos, aos que pude ouvir sobre essa intenção de venda do resto do Diamond, aventa-se o valor de 400 milhões de reais para tentar saldar um débito que ultrapassa 600 milhões de reais. Acredita que com esse valor, o Galo conseguirá quitar – através de negociação – toda essa histórica dívida. Até posso perceber que existem interessados em comprar essa dívida e livrar o nosso time do rol dos grandes endividados do futebol brasileiro.
Mas, ai me ocorre duas situações. Digamos que tudo isso seja maravilhoso, que o Galo abdique definitivamente deste patrimônio e passe a viver um novo momento de saúde financeira. Quem garante que as próximas gestões não irão levar o clube ao buraco que vivemos na atualidade. E sem o seu maior patrimônio. É risco!
A outra discussão que vem à tona para quem acompanha o noticiário e tem lido e ouvido é sobre a intenção de o governo mineiro em rediscutir a questão do Mineirão. Até uma CPI foi formada na Assembleia Legislativa para apurar o contrato com a Minas Arena. O secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, também na Assembleia, chegou a dizer sobre a possibilidade de tentar passar Mineirão e Independência – em conjunto – para serem geridos num único contrato. Seria o momento dos clubes assumirem esse protagonismo. Imagino o estádio da Pampulha (e também o do Horto) com as nossas cores nos dias dos jogos do Galo, e com a iluminação alusiva ao uso dos outros dois clubes a cada partida.
Pode ser uma ilusão, mas admito que aqueles valores já recebidos e que – ao que é dito – está numa conta vinculada à construção do estádio, poderia vir a ser utilizada com essa finalidade. Para tanto, o Conselho sempre solícito às ações administrativas, teria de aprovar a mudança da destinação. Assim, teríamos equacionado problemas financeiros e administrativos, resguardando ainda boa parte do patrimônio Atleticano. Resta saber se os 250 milhões recebidos – tem quase dois anos – renderam o suficiente para valer os 400 milhões que vem sendo sugeridos para a outra metade.
Ah! Em tempo. O Galo é uma instituição privada, mas de interesse público. Qual será o legado do Sette Câmara?
E, por favor, o assunto é delicado e polêmico. Vamos respeitar opiniões divergentes. Inclusive a opção, se for o caso, da diretoria.
*fotos: Bruno Cantini/Atlético
Depois de perder a final e o título para o flamídia, tendo para chegar às…
Sem público ou a liminar – apressadamente despachada pelo presidente do stjd – será revogada…
Depois de um primeiro tempo horroroso, pior que nas três derrotas seguidas para o mesmo…
Deveria estar aqui hoje, ainda que lamentando a justa perda da Copa do Brasil, focado…
“Serei Galo mesmo que a bola não entre, mesmo que a nossa casa se cale,…
Apesar do comportamento imbecil de alguns poucos torcedores, o Galo sai grande da competição. Essa…
View Comments
Como torcedor preocupa-me também a situação financeira do nosso time, e a meu ver o empreendimento do shopping foi a coisa mais certa efetivada por uma diretoria, temos estádios maravilhosos no estado e que ocupam boa parcela de terrenos, ocupar mais ? pra que mineirão ? é nosso também, Inepa, Arena do jacará, Sabiá, Ipatingão e outros, vaidade seria ? se o shopping fosse totalmente nosso ao final do contrato existente, parece 2014, ai sim teríamos nossa finanças paulatinamente saneadas e com valores conhecidos para um planejamento ano após ano, como times da europa, sabem de cor o que terão de receitas e ai em cima disso contratam etc e tal. Vender 51% para mim foi mal negócio, o restante 49 % será questão de tempo, e se o estádio sair corremos o risco de chegar um oficial de justiça e tomar, é meu, para saldar dívidas e ai ? nem shopping, nem estádio e muita gozação, Estádio Jose de Magalhães Pinto, também é nosso, como é do nosso saudoso Bela Vista de Sete Lagoas, um forte abraço a todos sofredores como eu, nossas diretorias a muito fazem negócio errados, na briga de reaver títulos, nós não entramos, além de perder a hegemonia do primeiro título brasileiro para o Bahia, não ganhamos título de mundial pelo campeão do gêlo,muito mais jogos dos que nos mundiais atuais, os titulos de 1980/81, do Serra Dourada e Maracanã, ai vemos a cara de nossos diretores, estes mesmos que venderam talvez a preço de banana 51% do shopping, que não foram eles os autores dessa grande proeza, parabéns aos idealizadores
Análise interessante.
Cada vez que se fala sobre a administração no Galo, mais eu me entristeço e fico desesperançoso, desanimado. É muito bandido no cangote do GAlo, há anos a fio. Ricardo Guimarães, Ziza Valadares, Daniel Nepomuceno, Sette...e até o Kalil, que trouxe títulos mas uma dívida terrível...esses caras não podem ser atleticanos.
Outra coisa,
Esse diretor deve ser escoteiro, "sempre alerta", "atento ao mercado". Esse Rui Bosta além de não contratar ninguém, ainda vai renovar com os cocôs, Elias e Nathan.
A venda do restante do Diamond Mall pode ser muito benéfica ao atlético, desde que:
i) o dinheiro tenha a destinação exclusiva para quitar dívidas com lastro no CDI e outros índices caros no mercado (ex: dívidas bancárias), que consomem grande parte do orçamento sem reduzir de forma significativa (ou em nada) o montante principal (ou seja, paga-se apenas juros, praticamente).
Esse é, na minha visão e ao ler as demonstrações financeiras do clube, o grande gargalo do Atlético no dia a dia. A dívida fiscal está controlada pelo refinanciamento do profut, mas não se pode descuidar.
ii) a venda somente ocorra mediante alteração no estatuto do atlético para impor um limite de gasto anual (controle de dívida atrelado ao orçamento e à receita do ano), assim como responsabilização expressa do dirigente que descumpra essa regra.
iii) o valor de venda consiga quitar ao menos 80% da dívida de curto e médio prazo, restando apenas as dívidas de longo prazo que não afetem o fluxo de caixa do clube nos próximos anos.
Feito isso, acredito ser um bom negócio, e desde que a parte restante já vendida seja efetivamente
investida em nosso estádio (troca de ativos). E-commerce vai derrubar bastante ainda a receita de shopping centers e este não é o nosso negócio. Ainda que ele se mantenha, sem os devidos cuidados, pode ser tornar um abacaxi em 20 anos.
Antes de vender o Shopping, que venda a gestão (terceirize), abra o capital. O Atlético é sem dúvida, uma das maiores marcas esportivas da América do Sul! Imaginem ganhando os títulos que há tanto, não ganhamos
Boa tarde, Estádio próprio bem gerido é sinonimo de lucro. Só pegarem os exemplos de Inter e Palmeiras, faturam mais de 50 milhões anuais com seus Estadios. Sou contra a venda da outra metade do Shopping. Gostaria de saber quanto ja rendeu a venda da outra metade para a Arena MRV já que esta numa conta vinculada só para essa finalidade. A Arena MRV será sim uma guinada na vida do GALO. Se querem usar algo para abater as dividas, porque não a Vila Olimpica ou então o prédio da Sede ja que a presidência segundo informações será alocada para a Arena MRV. Imaginem quanto não vale a Sede do GALO.
Acho que o Galo precisa de reforços, e isso é urgente. Deveríamos contratar jogadores argentinos que são a cara do Galo : jogam com raça. Do que adianta ter todo esse patrimônio se não temos um time decente. Ninguém dá oportunidade pra base. Como vão ganhar experiência se não jogam? Querem construir uma arena moderna com uma capacidade de mais de 40.000 torcedores. Temos que cair na real, não tem dinheiro para construir um estádio com o Independência. Acho que essa história de estádio é apenas uma cortina de fumaça para encobrir o que realmente se passa nos bastidores do Galo. É isso que eu acho...
Não é o tópico de hoje, mas falemos do jogo. Amanhã o Galo tem uma chance única de vencer o Grêmio no sul. O time de lá não tem Kanneman, Bruno Cortez, Matheus Henrique, Luan. O jean pierre não está 100% e o Tardelli fora de forma. Ainda assim, tem mais padrão de jogo que o nosso time e terão posse de bola. É hora do Rodrigo Santana! vejamos.Fábio Santos volta, OREMOS. Léo Silva e Ricardo Oliveira serão titulares. Só aí são 3 jogadores com idade avançada e em fase ruim. Desta vez, Elias não joga. Ufa! A torcida deles não aceitará nova derrota e por isso o Galo precisa ser inteligente. Fazer a pressão trocar de lado, jogando bem compactado e tentando encaixar contraataques. Nosso time não é um Barcelona, então temos que jogar dentro do que é possível. Se o time entrar concentrado e com a defesa firme, acredito que o Chará decide numa jogada individual. Palpite Galo 1x0.
Boa tarde Eduardo e massa. Grande texto Eduardo. se fosse eu vendia o shopping e pagava a dívida e amontavam um grande time para ganhar títulos. muitos clubes tem estádio e estão na série B.C.D.estadio não ganha títulos. alias todas diretoria e ex jogadores e empresários atuais vazavam do galo,com está diretoria amadora e empresários que mandam no time esquece títulos. obs. galo foi único time brasileiro que não venceu seu jogo na sulamericana no mínimo está diretoria amadora e jogadores deveria ter vergonha na cara,isto eles não tem a tempos. acorda diretoria .vai galooo.
Claro que os 250 milhões não viraram 400 milhões. Se o valor da venda render 1% ao mês, 24% em dois anos. Portanto, o juros nesse período foi de 60 milhões, e hoje, o valor está na faixa de 310 milhões.