Vamos falar de solidariedade

Na verdade essa expressão de sentimento e compreensão com o próximo, se mistura com a Atleticanidade. A resiliência e resignação do Torcedor do Galo, por si só, me garantem nessa afirmação. Diferente de algumas torcidas, o Atleticano – que já foi agredido física e moralmente -, é superior a tudo isso e segue seu caminho em busca do equilíbrio nas relações. Basta relembrar quebradeira na nossa casa por duas vezes – ao que parece – pelos mesmos atores e prejuízos técnicos e títulos ao longo da história por ação danosa e de interesse da organização das competições e da transmissão. E seguimos!

Pois bem, ontem, eu e milhares de Torcedores acordamos cedinho e fomos para o estádio do Galo. Foram 36.871 Atleticanos, que pagaram de 10 a 20 reais, para uma arrecadação de 666 mil e 90 reais. Ingresso barato, considerando a média dos valores cobrados. Perguntaria algum desatendo: “O jogo decidia o que? Quem era o adversário?” Nada disso, treinamento normal, como teria sido no Centro de Treinamento comandado pelo Milito. Só que, em apoio ao Rio Grande do Sul e aos gaúchos, com renta totalmente revertida à causa daquele povo sulino.

O Instituo Galo, dirigido pela primeira dama Atleticana – Maria Alice, esposa do presidente Sérgio Coelho -, já havia repassado cem mil reais à mesma causa. Ainda já encaminhados água e leite, através de doações recebidas. Essa ação social e solidária não é novidade nessa gestão do Galo. Desde que assumiu, nosso presidente Sérgio – notório e dedicado às causas sociais – deu vida a essa atividade dentro do Clube Atlético Mineiro. O casal, auxiliados por uma valorosa equipe de voluntários, tem assistido e atendido milhares de pessoas em Belo Horizonte e Minas Gerais. Agora rompeu as fronteiras mineiras e foi até o sul do Brasil.

Além dessas contribuições mencionadas, outras doações aconteceram e ainda continuam sendo recebidas pelo Instituto. O jogador Hulk, um gigante dentro e fora dos gramados, junto com sua família enviou outros 100 mil reais. O Galo – ao que soube – acresceu em um milhão de reais. Donativos foram recebidos na entrada do estádio, água e alimento não perecível, que serão encaminhados para o Rio Grande do Sul. Quem foi ver o treino se emocionou com tanta solidariedade e vivenciou uma atmosfera muito positiva.

No início do treinamento, jogadores em volta do círculo central e torcida nas arquibancadas – após o minuto de silencio – ouviram o hino daquele estado. Durante o treinamento o Torcedor que lotou as cadeiras, entoando gritos de apoio aos gaúchos e músicas Atleticanas, vibrava com cada jogada e gols. Fossem do time com camisa rosa ou verde. Ao final, como se comemorando título, aplaudiu a volta olímpica dos jogadores. Tudo em nome dessa expressão afetuosa e elevada: solidariedade.

Voltei para casa, confesso, com o mesmo sentimento que retorno de um grande jogo do Galo. Sei de gente que comprou ingresso para não ir, outros que compraram para repassar, entre tanta demonstração de humanidade. Mas, diferente disso, uma situação me tocou na alma e no coração. Saindo da nossa Arena, andando com meus passos que já estão lentos, ouço uma menina ao telefone. Conversando com alguém ela dizia ter ido mas não conseguiu entrar. Vestida de maneira simples a jovem pré-adolescente, humilde como boa Atleticana contava vibrando que – apesar disso – conseguiu doar a quantia do ingresso para a campanha. Segui em lágrimas e com vontade – faltou um empurrão – de voltar e dar um beijo na mocinha.

Parabéns dona Maria Alice! Parabéns presidente Sérgio Coelho! Parabéns Instituto Galo! Parabéns Milito! Jogadores! Diretoria e comissão técnica! Investidores do Galo! Parabéns Massa Atleticana! Termos duas coisas em comum. Ambas antecedidas pela expressão amor. Amor pelo Galo e Amor pela Vida! Cantamos em todos os jogos que “o Galo é o time do amor”. Aqui é Gaaalooo!

Solidariedade e Atleticanidade, juntas, explicam a razão de ser “o orgulho do esporte nacional”!

*fotos: 1) Pedro Click/Atlético; 2 e 3) Daniela Veiga/Atlético