Se Ele é por nós, quem será contra nós?

Pois bem, vamos inicialmente ao assunto que interessa, que até sinalizei ontem ao final da postagem no blog. Enquanto o time dava outro vexame histórico pelo Campeonato Brasileiro, no sorteio da Conmebol, Deus mostrava que é realmente Atleticano. Vejamos o caminho para a sequência da Copa Libertadores. Além de não cruzar com nenhum time brasileiro, até as semifinais, inclusive, o Galo pega o inexpressivo time boliviano Jorge Wilstermann na primeira fase do mata-mata. Apesar disso, com o futebol ridículo que o nosso time vem apresentando, não seria nenhuma surpresa que a vaga escapasse pelo ralo. Se passar por ele, assim o Atleticano espera, vamos encarar o vencedor de Guarani do Paraguai e River Plate da Argentina.

Pelo chaveamento, já definido no sorteio, considerando o favoritismo do River Plate na primeira fase, caso o Galo avance e supere a segunda pedreira, vêm as semifinais. Antes dela, todos os times classificados, a partir daí, poderão fazer mais três alterações na relação de jogadores. A primeira terá de ser agora, antes da primeira partida na Bolívia, da mesma forma com três novas inscrições. E o que escolher em meio a tanta perebada que não imaginávamos?

Superando essas duas barreiras, nas semifinais vamos encontrar um destes quatro adversários: The Strongest (Bolívia), Lanus (Argentina), Emelec (Equador) ou San Lorenzo (Argentina). Se for o último, caso o time do Galo tome vergonha na cara e chegue até lá, apesar do Papa ser torcedor deste time, Deus vem provando que é Atleticano. Na hierarquia, superamos. É, caros, o momento sugere mesmo apelar ao Criador, pois se depender do que estamos vendo em campo, o quadro é entristecedor.

Já do outro lado, com todo respeito, os cruzamentos serão muito mais complicados. Atlético do Paraná e Santos; Barcelona do Equador e Palmeiras; Godoy Cruz e Grêmio; Nacional do Uruguai e Botafogo. Desse lado sai o outro finalista. Ê, Galo, faça a sua parte. A mão divina fez a dele, exatamente num momento complicado para nossas vidas, tenham vergonha na cara e compromisso com essa Torcida. O caminho é favorável.

Se não avançar nessa competição, o que seria na Copa do Brasil? Os cruzamentos internos são muito mais complicados, e – sabemos – que a CBF joga contra. Vamos pegar de imediato o Botafogo, aquele mesmo que, com a ajuda do Simon, já nos eliminou deste torneio. E os juízes, ao contrário da Libertadores, serão sempre os mesmos capachos da CBF. O que tem de carioca apitando por Pernambuco, Espírito Santo, entre outros estados não é brincadeira. A maracutaia come solta, temos de vencer o adversário e a sacanagem. Com esse futebolzinho que estamos acompanhando, nem precisa usar deste nojento artifício. O Galo morre por suas próprias pernas.

Só dependemos de nós mesmos para avançar nestas duas Copas, Libertadores e do Brasil. Não podemos ser contra nós. A quinta-feira só não foi pior pelo feriado. Muitos algozes viajando, não cruzamos com aquele mala do trabalho, só nas redes sociais algumas tímidas provocações. O Corinthians, com um treinador novo – a exemplo dos cariocas Flamengo e Botafogo –, nos garantiu um pseudo conforto. Quem diria!

Além do sorteio da Copa Libertadores, dois pitacos me permito. Ainda não digerindo os resultados recentes, com o nosso time matando a gente de raiva e indignação, duas coisas paralelas me incomodaram durante todo o feriado de quinta-feira. Perdemos, merecemos perder, mas tivemos um gol mal anulado.

É preciso essa desgraça de CBF perceber que o nosso time está tão desarticulado que pode até desconsiderar aquela orientação histórica de prejudicar ao Galo. Não precisa dos erros de arbitragem, Felipe Santana (eu vinha chamando de F. Conceição, mas um leitor sugeriu algo melhor: F. Satanás) e seus companheiros fazem o serviço com mais lisura que os apitadores. Bassols, apesar de ser da Federação Pernambucana, é carioca. Sem mais!

Outro fato. Entre os 22 relacionados para a partida, onze titulares e onze no banco de reservas, tinha jogador que deveria ser lançado em situações favoráveis e não na hora do aperto. É muita sacanagem lançar em jogos complicados como os que o Galo vem fazendo. Atletas sem nenhuma experiência, sobretudo com a pressão da Torcida. Já queimamos muitos no passado, e o treinador cometendo esse tipo de erro, coloca em risco a repetição de Mancini, Lincoln e outros. Nosso planejamento, tanto reclamado e o que foi prometido existir para 2017 é o responsável pelo momento atual.

Em tempo: se a derrota de quarta doeu a nós todos, teve uma criança que não merecia isso. Olívia, a pequena Atleticana de sete anos, voltou para casa decepcionada ao lado do papai Gustavo. Fiquei tão impressionado com a carinha de tristeza da garota ao final do jogo, que deu vontade de voltar e socar a cara dos responsáveis por isso. Só senti alivio na manhã seguinte ao saber que, mesmo em meio a tanta tristeza com o Galo, a garotinha comemorou que conheceu “Papai Noel”. É gratificante para um quase ancião.

A propósito, aos curiosos em relação à minha idade. Sigo Galileu Galilei. “Tenho, na verdade, apenas os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais, do mesmo modo que também não tenho as moedas que já gastei.” Acredito que ainda vou entre 20 e 30 anos, exatamente por não insurgir com o alheio. Nunca me preocupei, por exemplo, em ganhar dinheiro. Não sou soberbo, mas coleciono amigos, que são muito mais valiosos que qualquer ganho material.