A quem interessa a desarmonia do Atleticano

 

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Nossos dias têm sido longos. Assimilar o momento e os resultados totalmente inesperados, dar a volta por cima e sonhar com uma vitória e reação daqui para frente, têm sido nossa rotina. Presenciar Atleticanos que têm mais crença e outros descrentes se digladiando, seguramente é mais dolorido que assistir à displicência de alguns jogadores no gramado.

Para todo e qualquer um de nós, Torcedores, o momento do time tem incomodado. Se a culpa é do treinador, da direção, dos próprios jogadores, cada um tem uma leitura diferente, mas o que o Atleticano quer é o nosso Galo de volta. Time de raça, de suor na camisa e a tradição que motivou Vicente Mota a imortalizar “Galo, Forte, Vingador!”

O compromisso, firmado com o leitor deste blog – em que pese a situação do time, vem se tornando cada dia mais prazeroso – me coloca diariamente à frente do teclado para postar algo ao nosso debate. Tem dias que a vontade é de colocar um post, todo preto, com uma única palavra de ordem, tal a angustia que – por exemplo – tomar gols e jogar pontos pelo ralo provocam a todo Atleticano.

Mas a missão sugere diferente: debater, fazer nossa voz ser ouvida e refletida por aqueles que nos representam. Em que pese alguns negarem, sei que muitos deles leem o que estamos manifestando. Confesso que não sou do ramo. Fui um péssimo peladeiro na infância e juventude, ninguém me queria no time. Sobre o futebol em si, da mesma maneira, não sou um entendido. Mas, com sinceridade, sei quando o time está bem ou mal. Ouço entrevistas de treinadores que me deixam estarrecido.

Só para exemplificar, quando da minha infância lá em Araxá, tinha um treinador de nome “Zé Adelino”. Dirigia time amador e, sempre ao final dos jogos, fazia uma análise da partida. “Meu time dominou o adversário, encurralamos no campo deles, isso e aquilo…”. Mas, o resultado – via de regra -, era vitória do adversário. Assim vejo muitos treinadores atualmente. Afinal, o que realmente vale é ganhar e fazer três pontos.

Crédito: UAI

Digo tudo isso, para chegar a dois pontos que precisam de nosso debate e de nossa reflexão. A quem interessa que o Atleticano esteja se agredindo? Apenas aos não Atleticanos, pois quanto mais conflito interno nosso, mais se divertem. Chamar o outro de bipolar, de pé frio, ou até mesmo daquele nome/adjetivo atribuído aos não Atleticanos. Nome de pessoa do sexo feminino e que faz dueto com João. Evito, até suprimia em comentários essa expressão, depois liberei nas postagens do leitor. Entretanto, no meu caso, continuarei omitindo esse termo pejorativo.

Vejamos. Sobre bipolar. Já admiti aqui que sou um deles. Mas, o que me deixa bipolar, a bem da verdade, é a mudança de comportamento do time em jogos. Ou seja, sou o efeito da bipolaridade da apresentação do Galo nos jogos. Vale dizer, bipolar é o desempenho deles, não nosso de Torcedor. Já sobre “pé frio”, tenho uma opinião curta e simples. Quem taxa o outro disso é aquele torcedor que nunca vai ao campo. O Atleticano presente, já assistiu de tudo: títulos nacionais, internacionais, regionais, grandes vitórias e extraordinárias apresentações, como também já voltou frustrado para casa. Por uma única razão. Ele vai e acompanha o Galo, independente do momento. Portanto, é inaceitável a pecha.

Por fim, entendam, não estou aqui com a intenção de polemizar com o Rafael Carioca, cujo domínio de bola e dribles são desconcertantes. Mas os números não estão favoráveis. Dias atrás, postei aqui balanço feito pelo amiGalo Zeca Espora. Em 2016, com Carioca em campo, foram 26 jogos, 42 gols sofridos, numa média de 1,62 por partida. Sem ele, esses números caíram para 0,72 por partida, sendo 11 jogos e 8 gols tomados. Pois bem, agora – a título de especulação – quando cumpriu suspensão, vencemos e fizemos nosso melhor placar no Brasileiro: 3 a 1 no clássico mineiro. Depois, ele voltou e em dois jogos perdemos um e empatamos outro. São números!

Blogueiro

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  • "Em 2016, com Carioca em campo, foram 26 jogos, 42 gols sofridos, numa média de 1,62 por partida. Sem ele, esses números caíram para 0,72 por partida, sendo 11 jogos e 8 gols tomados. Pois bem, agora – a título de especulação – quando cumpriu suspensão, vencemos e fizemos nosso melhor placar no Brasileiro: 3 a 1 no clássico mineiro. Depois, ele voltou e em dois jogos perdemos um e empatamos outro. São números!"

    Que analise rasa meu caro barbudo.
    Partindo por essa análise pifia contribuo com a bela apresentação na final da copa do brasil em 2014 e seu grande jogo contra o botafogo este ano pela ida da copa BR. E aí!?

    Peça desculpa ao Carioca, é o mínimo depois dessa perseguição toda.

    • O espaço é livre e democrático. Tens quando o quiser. Só um detalhe, caso queira, aqui não tem nada imperativo. Da cá pra lá e também de lá pra cá.

  • Simples, RC. Robinho .MR e Fred são ótimos jogadores titulares em qqer time do Brasil. O problema do Galo é o Burro teimoso e sem sorte RM. Ponto final.

  • Acho o atleticano fundamentalista, arrasa seu próprio time quando está por baixo e endeusa quando melhora.

  • Boa noite,
    Amanhã deveremos trazer bom resultado, pois dia que Roger Machado fecha a casinha, o time sofre menos pressão e contra ataques. Se jogasse aqui também dessa forma,com dois volantes pegadores e um meio campo que sai para o jogo,talvez não tivéssemos deixado tantos pontos pelo caminho

    • Se jogasse aqui desse jeito quase todo mundo estaria aqui reclamando igual comadre que o time joga retrancado...

  • Aqui é Galo...
    Neste blog, ao lermos os diversos comentários, vemos a força de uma torcida apaixonada, vemos inquietação, raiva, orgulho, vontade de crescer, de alcançar vitórias, títulos, vontade de mudar para melhor, ser feliz, e ver o Galo Vingador, grande, muito grande, na linha de ponta.
    No campo, na televisão ou ouvindo as transmissões de rádio, deparamos com um time apático, sem reação de mudança, nada a ver com a pujança da torcida.
    Time do Galo, sintonize sua vibração com a da torcida!

  • Jógavamos no interior, nos brejos da vida, pés descalços, sonhos na cabeça.
    Ouvíamos falar de "sir joão havelange", ascendencia holandesa , fifa , o Brasil fazendo bonito no mundo , ditando as regras do futebol mundial.
    O tempo , que tudo coloca nos devidos lugares nos fez ver um carioca , sogro de ricardo teixeira (da minha cidade , como dona Beja que fez a vida , (literalmente) , no Araxá), um carioca numa entidade que dá aulas de banditismo para a máfia siciliana.
    A realidade , às vezes é muito ruim.
    Crescendo e amadurecendo, vendo como as coisas por aqui funcionam , chega-se à conclusão que o futebol , ópio do povo não estaria nunca imune aos desmandos , às maracutaias , e por isto sempre me orgulhei de ser atleticano , nunca nos curvamos , nunca fomos beneficiados , sempre lutamos e peitamos poderosos , somos orgulho da nação , e somos o primeiro campeão nacional , na bola, na regra, sem fax.

  • boa tarde Eduardo e massa,mais um grande post,parabéns,engraçado cada historia,na minha família são 9 irmãos 8 deles não liga para bola,na décadas de 80 eu pequeno,meu irmão mais velho tinha um radio de pilha e eu comecei ouvir um jogo e fala gol de reinaldo,gol do galo,ai que foi conhecer o galo,amar este manto alvinegro,ja falei aqui e repito se roger não tiver peito para por alguns medalhões no banco ele vai cair,vai galoooooooooooooooooooooo.

  • Num arroubo de humildade e sinceridade , Eduardo de Ávila disse nunca ter sido bom de bola , mas conhecedor profundo do futebol, acompanhando e torcendo há décadas pelo Galo e sabedor , muito sabedor de ver quando o time está ruim, de ver que o time não engrena e de ver que o que presenciamos no presente, não nos representa de maneira alguma.
    Eu também fui um lateral mediano, um dos últimos a ser escolhido no par ou ímpar e sempre alcançava a titularidade quando era dono da bola, de capotão número 5 , o must da época. Passava sebo de porco na minha chuteira preta e desfilava minha ruindade nos pastos por aqui ; acabando a bola, voltava para o banco , até ganhar outra, de meu tio.
    Eu sei também quando meu Galo está mal, passando 2013 e 2014, quando chutamos a zica, e a inhaca do complexo de vira lata , o patamar mudou e a exigência também, aumentou.
    2016 , além de um ano pífio e improdutivo, teria de ser o ano do : 'um passo para trás , para dar dois para a frente", pensava. Porém , não , está um ano difícil de digerir , medalhões ganhando fortunas do clube e nos colocando nesta ridícula situação , tememos pelo pior , pela eliminação na copa do brasil e libertas, já que o brasileirão foi pro saco e ninguém foi responsabilizado por isto, até agora. A cobrança, pelo que vimos até agora , é o presidente assistir ao treino dos reservas, estamos bem encaminhados.
    Um treinador voluntarioso e teimoso, que prefere falar bonito e não dizer nada , um treinador que não barra medalhão que não rende nada para o clube, um presidente que não enfia uma justa causa nestes mercenários, que findo o jogo, após derrotas, vão abraçar o outro time, isto não é fair play, isto é falta de vergonha na cara e desconhecimento de onde está jogando , aqui não é cbflu, não é sardinha, aqui é Galo, p@#$##, cambada de fil#$%$ da p%¨&$.
    Eu falei e repito : com carioca e fred não iremos a lugar algum.
    Pode me deletar, não tiro uma vírgula do que penso. E se perder para o generico fumo goianiense, além das desculpas, veremos o estádio estampado em jornais na segunda feira , quer valer?
    E os chapa brancas que aqui frequentam , não tentem me chamar maria , eu sou Galo até depois da morte.

    • Rindo muito. São várias similaridades. Especialmente a bola de capotão número 5. Eu passeava sebo era nela. Quando não era minha, nem banco pegava.

  • Parabéns pelo post

    Não apenas no futebol, mas esse país precisa aprender a respeitar opiniões divergentes e entender q mesmo assim querem o mesmo objetivo. O pensamento fundamentalista, arrogante e raso é uma marca da conveniência do mundo atual.

  • Incrível como os treinadores quem passaram pelo galo nos últimos 3 anos não conseguem enxergar o óbvio: a defesa do galo é uma peneira mas a culpa não é dos zagueiros, o problema está principalmente na lateral direita e no meio. O Marcos Rocha não consegue marcar, qdo ele passa da linha do meio de campo ele simplesmente não volta, e qdo se depara com um atacante ou lateral de mais qualidade que cai no setor dele, ele perde 90% das jogadas. Mas parte disso acontece porque não tem cobertura dos volantes, manter esse Rafael carioca é um erro, ele não marca, não dá combate, só sabe cercar, me lembra muito o Rafael Miranda..mal de Rafael né..o Roger precisa acordar pra vida, tirar o carioca do time, colocar 2 volantes marcadores (Adilson e Roger), liberar o Elias que de volante não tem nada..tirar o Robinho que não ajuda marcar e não tem produzido nada no time..ou insiste e da ritmo ao marlone ou coloca o Moura junto com o Fred pra segurar os volantes e zagueiros dos adversários lá atrás. Os treinadores gostam de volantes q saibam sair pro jogo...que saibam tocar a bola...mas, se quer ganhar campeonato com esse elenco do galo, ou bota jogadores q saibam marcar ou teremos uma das piores zagas do brasileirão pelo terceiro ano seguido.

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