Placar injusto em uma vitória inquestionável

O magro um a zero não mostra o que foi o bom jogo do Galo frente ao Paraná. Ao meu sentir, finalmente o treinador Rogério Micale – o quinto na atual gestão – encontrou a formação quase ideal para as metas de 2017. Em que pese à quantidade de gols perdidos pelos atacantes Robinho (um incrível no início do jogo) e pelos dois centroavantes, Fred e Rafael Moura, o time demonstrou vontade, organização e com isso podemos dizer que “encaixou” conforme o Torcedor tanto tem reclamado e vem desejando.

Fred e Robinho podem e devem render muito mais do que vêm apresentando, pois futebol e potencial têm para tanto. É difícil entender o que se passa com ambos, se é realmente fase ruim ou até má vontade, pois – especialmente o camisa 9 – vem deixando o Atleticano inseguro. Sei, embora não frequente a Cidade do Galo, por exemplo, que até nos treinamentos a dupla não tem funcionado.

Outro dia, ao que soube, depois do treinador reunir os jogadores e orientar pelo fim do “chutão”, ambos treinando no time reserva, numa das primeiras jogadas o pedalada fez um lançamento exatamente desta maneira, o centroavante recebeu, dominou a bola e não deu continuidade no lance. Deboche? Descaso? Qual teria sido, enfim, a motivação para a atitude? Não adianta fechar treino, alguém comenta, passa para um, que conta para outro, seguindo assim, até chegar ao consumidor final, o Torcedor. Por sinal, diga-se que a presença de quase 13 mil Atleticanos comprova que a Massa nunca abandona o time. Já no camarote da diretoria, a presença foi bem abaixo do quórum de rotina. Será que o Torcedor está acreditando mais que os dirigentes?

Já no jogo de ontem, apesar de tantos gols perdidos e com a dupla em campo, o Galo dominou e mereceu a vitória e a classificação para a final da Primeira Liga. Será no dia 8 de outubro, em Belo Horizonte ou Londrina, dependendo do resultado da partida de hoje entre os outros dois semifinalistas. Se o placar tivesse sido três ou mais, seria normal pelo que os dois times apresentaram em campo. O Paraná entrou como se estivesse fazendo o jogo da sua vida. Alguns jogadores, como o lateral Cristovam e o volante Leandro Vilela, estavam pilhados. O Galo conteve o ímpeto e numa boa partida – como se fosse amistosa – controlou o placar até o apito final.

Sem Cazares e até mesmo Otero, que devem voltar para o próximo compromisso pelo Brasileiro, acredito que mostrou força de reação. Com isso, gradativamente, vamos cumprir as metas da temporada. A primeira delas é fugir da proximidade com o grupo de baixo, só depois pensar em eventual classificação para competições do próximo ano. Domenico Bhering, depois que assumiu a superintendência de futebol, pode comemorar a terceira vitória consecutiva.

Ainda assim, como em Porto Alegre frente ao Internacional, o goleiro operou milagre ao fim da partida. Lá foi Giovani que em três defesas seguidas impediu o empate. Ontem foi a vez de Victor, depois de uma bola na trave e uma defesa sensacional, também assegurar a vitória. Haja coração! O time, no todo e apesar dos gols perdidos, esteve bem e faria um destaque individual para Adilson. Esteve bem o tempo em que ficou em campo, substituído talvez por ter amarelo, saiu aplaudido. Outra satisfação foi ver atuando juntos Luan e Valdívia. Disse aqui, tempos atrás, que sonhava o time com ambos atuando. O gol foi numa jogada ao melhor estilo do Menino Maluquinho, que como o PokoLoko, tendo sequencia – seguramente – nos darão grandes alegrias. Eles têm muita agilidade e velocidade.

Num destaque coletivo, senti o time – até mesmo Fred e Robinho – com disposição para ajudar na marcação e voltando para ajudar o setor defensivo, principalmente o primeiro. Foi um bom cartão de apresentação para o que nos espera pela frente.

Só para fechar, ontem, almoçando no Pátio Savassi já bem tarde – pois estive com o Reinaldo em outro momento em torno do livro de sua trajetória (assino o infantil) -, um torcedor não Atleticano me abordou e queixou das minhas reclamações contra os juízes. Pois bem, ele acabou por me despertar, uma vez que tem tempos que me esqueci dessa gente. Aí vou para o jogo e assisto a um cearense péssimo mediando a partida. Não estou reclamando, só registrando que Luiz Cesar Magalhães é muito ruim. Não prejudicou, é só fraco mesmo. Teria passado em branco, não fosse o registro do rapaz. Ele me aguçou.

Amanhã, mesmo não considerando que tenha ficado em cima do muro com a questão do estádio, pretendo me manifestar sobre o que acho a respeito. Tem dias que venho conversando sobre este assunto, chega uma hora que a indecisão acaba exigindo tomada de posição. O que me faz manifestar tem uma única motivação, pensar e desejar o melhor para o nosso time do coração, o Galo, Forte, Vingador!