Chegou a Belo Horizonte o desconhecido Tomás Andrade, saído do River Plate. O jogador veio por empréstimo, sem custo e com o Galo pagando apenas seu salário. Eu mesmo aqui, dias atrás, sinalizei que não acredito que ele seja um dos reforços desejados e esperados pela Massa. Entretanto, pelas condições anunciadas, até entendo que pode ser uma interessante aposta. Com passe fixado, se der certo pode resolver parte dos nossos problemas e ainda valorizar o elenco Atleticano.
Resolvi puxar na memória algumas situações que já presenciei de jogadores que vestiram a camisa do Galo. Começo com Buião. Vindo de Vespasiano, onde tempos depois construímos o melhor Centro de Treinamento do Brasil, ainda jovem se destacava no futebol amador daquela cidade e veio fazer uma experiência no Galo.
Numa partida, frente ao Paraense – de Pará de Minas –, o Galo venceu pelo placar mínimo e ele fez o gol da vitória. Isso foi em 1964 e assegurou sua contratação. Quatro anos depois, em 1968, Buião se transformou na grande negociação do futebol brasileiro. Vendido ao Corinthians, por “400 mil ou milhões”, nem ele se recorda qual era a moeda da ocasião. Deu equilíbrio financeiro ao Galo, que acabara de receber outro jovem – esse de Sete Lagoas – para a posição. Era Vaguinho, que mais à frente também se transferiu para o mesmo time paulista.
O Galo vinha sendo prodigioso em matéria de ponta-direita. Buião que partia, Vaguinho que chegava e Ronaldo que atuava em todas as posições do ataque. Ronaldo foi campeão em 1971 e chegou a formar uma linha ofensiva com o próprio Buião, além de Edgard Maia, Santana e Tião. Ele sempre entrava numa dessas formações. Ronaldo foi tri-campeão brasileiro, pois se transferiu para o Palmeiras e ganhou 1972 e 1973. Mas o nosso eleito hoje é realmente Buião, pelo exemplo de quem chega como uma aposta e que acabou dando certo.
Além de ter dado grandes alegrias à Massa, ainda se transferir e resolver a situação financeira do Galo, ainda participou daquele famoso jogo da “moeda”, com o Botafogo do Rio. Foi em 1967, pela Copa do Brasil. Perdemos o jogo de ida por três a dois, sendo que os cariocas debocharam e fizeram chacota com a vitória sobre o nosso time. No jogo de volta, vencemos por um a zero, obrigando uma terceira partida. O Botafogo, fugindo do pau, ameaçava não vir a Belo Horizonte. Até colocaram jogador em cadeira de roda, cinicamente, para fugir da guerra armada por eles próprios. Capitaneada por ninguém menos que Gerson, o canhotinha de ouro.
Ao final da terceira partida, empate por um gol. Ronaldo para o Galo e Gérson numa penalidade a favor dos cariocas. A decisão foi para um sorteio de cara ou coroa. Buião, ídolo daqueles tempos, afirma que não viu nada. Apenas que o meio de campo estava congestionado de jogadores, repórteres e até Torcedores. “Só vi o Décio Teixeira pulando em comemoração e a Torcida festejando”. Até hoje não se sabe de que lado a moeda caiu verdadeiramente. São histórias da nossa centenária vida.
Agora, de volta ao que propus para o debate. Escolhi três jogadores com passagens conturbadas no Galo e que vingaram lá fora. Um contratado (Evair) e dois da base (Mancini e Lincoln). O primeiro, centroavante revelado pelo Guarani de Campinas, passou pelo Atalanta e Palmeiras, sendo artilheiro em todos eles. Chegou ao Galo e, embora com uma média de 0,5 gol por partida, era impiedosamente massacrado e cobrado pelo Torcedor. Foi para o Vasco, depois para times paulistas e ainda clubes de menor expressão. Sempre artilheiro em todos eles, com média inferior à que alcançou no Galo.
Mancini subiu e teve passagens pela Seleção Brasileira de base, mas não se firmava no Galo. Rodou emprestado para a Portuguesa e São Caetano (atuou naquele jogo em que fomos eliminados pelo time do ABC Paulista, nas semifinais, debaixo de tempestade). Depois, conseguiu sua liberação e foi brilhar na Itália, atuando pelo Venezia, Roma (seu ápice naquele país) e ainda Internazionale e Milan. Voltou ao Galo e não repetiu o que apresentou nos quase dez anos em solo europeu.
Lincoln, mineiro de São Brás do Suaçuí, apesar do futebol refinado, era vaiado sistematicamente pela Torcida. Com pouco mais de 20 anos, transferiu-se para o futebol alemão. Inicialmente no Kaiserslautern, depois brilhou no Schalke 04 e ainda atuou pelo Galatasaray da Turquia. Ao que sei, ajuizado, fez bom patrimônio e vive entre suas propriedades. Antes de encerrar sua carreira, de volta ao Brasil, jogou no Palmeiras, Coritiba entre outros.
Até Telê Santana, no final dos anos 80, saiu do Galo questionado pelo Torcedor e levou o São Paulo a quatro títulos internacionais (duas Libertadores e dois mundiais). E notem que o exercício de reflexão foi feito agora cedinho, antes de redigir. Imaginem se me colocasse a fazer uma pesquisa mais profunda!
Em tempo: Eu estava entre aqueles que vaiaram todos que mencionei. Não estou aqui com a intenção de reprimenda, então vai aí a minha confissão. Mas, hoje, aos 60 anos, acho que precisamos ter paciência e dar crédito aos que estão defendendo o nosso time do coração. Dentro e fora do campo. Isso tem validade até a próxima derrota.
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Como já dizia a música carioca, 'malandro é malandro e mané é mané'. E quando um mané começa com a mania de mexer com alucinógenos e a ter pesadelos, isso se torna um problema.
Explica uma certa confusão mental e os textos desconexos. Mas é bem desagradável. Quer um conselho? Mexe com isso, não, fiote. A Raiva é uma Droga. A Amargura, vicia. Vai ser feliz com o Galo e deixa de ser rancoroso.
E agora, um curso de interpretação de texto inteiramente grátis.
Onde NÃO estiver escrito que é para a torcida ficar satisfeita com jogador que perde gol debaixo da trave é porque o comentarista NÃO acha que a torcida deve ficar satisfeita nessa situação.
Entendeu? Posso desenhar também.
Agora, se isso acontecer, de um jogador recém chegado (de preferência jovem) cometer um vacilo desses, além daqueles que xingam e desabafam naturalmente e vida que segue, nos quais me incluo, formará também o grupinho dos de mal com a vida que a partir daí vai tentar desestabilizar o jogador e pressionar técnico contra ele, disso eu não tenho dúvidas.
É aquele sujeito chato e insistente que quer sempre ter razão, se impor na marra e que não admite ser contrariado. Esse não se contenta em apenas xingar um lance isolado, não. Mas chato é chato. E mané é mané.
Quem se lembra do Bernard nos primeiros jogos do Galo sabe bem disso. O que tentaram desestabilizar o menino foi brincadeira. Mas o Cabra era bom mesmo!
Porque vencer o André Figueiredo e os cornetas selvagens do Galo não é para qualquer um não. Muita gente boa ficou pelo caminho.
Mas, vida que segue. E viva a corneta selvagem dos ressentidos!!!!
telê santana recusou a ser técnico do cruzeiro.perrela queria traze-lo de todo jeito,acho que em 95 ou 96.ele não quis vir,tamanha identificação com o galo.o mesmo podemos dizer de ronaldinho,tardelli e marques.
Caros,
Leio a coluna pq aqui tem excelentes corneteiros, de primeira linha...tem um cabrão aí J171 incapaz de fazer um comentário decente. Me expliquem pq a torcida irá ficar satisfeita com um jogador q erre debaixo das traves? Tardeli errou sozinho debaixo das traves na decisão LA13, num lance olímpico. Quem ficou satisfeito naquele momento. Pq a nossa torcida vai ficar? Será q a corneta ñ pode mais soar um "PQP", um "FDP", "mercenário", um " vai tomar ...."?
Eu hein, é brincadeira? Será J19 um adolescente ....?
Fui corretamente repreendido pelos termos que, descuidadamente,deixei passar.
Tive de retornar para editar o comentário enviado. Aproveito para sugerir não usar palavrões, sobretudo por extenso.
Me ajudem!
De acordo com o relator!!! Bravo João da massa!
boa tarde Eduardo e massa,temos que cobrar sim,ano passado acreditei que o galo ia ganhar um titulo nacional,olha que deu vexame um atras do outro,nao acredito mais no futebol dos péssimos Patrick,carlos,santana,Danilo,Valdivia,Carlos cesar,yuri,Clayton,pablo,leleu,isto e pedir a eles milagres,ja tivera dezenas de chances,eu acredito no galo,mas não nestes peladeiros que citei,vai galooooooooooooooooooooooooooooo.
Esse LUGALO continua na mesma. "Verdadeiros atleticanos", assim como ele, talvez. Com essa concepção só será disseminada a discórdia entre nós. Todos que não pensam como ele são Marias. Um reino dividido não pode prevalecer, enquanto houver mentalidade tacanha e egoísta desse jeito entre nós, não caminharemos. É pra frente que se anda amigo e "verdadeiro atleticano" LUGALO.
Será que o Nepomuceno viu a entrevista do maricone????
Que me desculpem os Atleticanos, mas não acredito que estejam hoje querendo ressuscitar jogadores medíocres que já deixaram o GALO, e dezenas ainda mantidos na folha de pagamento. Vamos cuidar de assuntos que tenha valor. Mediocridades: estou fora!
Ô Barba,
No espírito da crônica, um dos jogadores mais contestados pela torcida, vaiado durante os jogos, foi Dadá Maravilha. O filme já rodou, mas segundo consta, o cara era ruim demais, a torcida simplesmente ñ aguentava. Qnd naquele fim dos 60, começo do 70, foi montado UM TIME HONRADO q acabou com a patolagem dos serelepes e conquistou o Brasil, foi a vontade na base da raça q impulsionou Dadá. Vontade férrea de superar a limitação técnica. Nunca fez gestos obscenos prá torcida, nem se fantasiou azullado e fazia muitos gols. Um verdadeiro ídolo.
Apenas prá dizer q nunca existiu nem vai existir isso de apoio incondicional, autêntica invenção JABAZEIRA.
Se faltar a bola e a corneta ñ existe o futebol. Dadá provou o contrário e a Massa comprovou...
Boa tarde.pois é , ano após ano , a torcida do galo continua massacrando jogadores de base. Com relação aos mencionados, Lincoln e Mancini quando da base fora muito vaiados , mas deram retorno ao clube . Evair foi como neto, fim de carreira arrumar um clube para enganar e ganhar dinheiro. Hoje vejo o mesmo filme. Yago massacrado e Adilson enaltecido. Aliás quem viu a entrevista do Adilson , e ainda continua defendendo o jogador, deveria tbm defender Felipe Santana , Roger Bernardo e outros que não fizeram pré temporada. Temos que cobrar bem mais desses caras , pq já são jogadores com carreira consolidada , e o risco de acomodação é muito maior, além do salário. Vamos ser coerentes.