O Atlético terminou a fase de grupos da Libertadores invicto e na liderança geral da competição, conquistando 16 pontos em 18 possíveis. Em uma campanha que não deixa dúvidas quanto ao potencial de seu elenco, o Galo impôs goleadas aos seus adversários e, afora um empate indigesto na estreia em gramados venezuelanos contra o modesto La Guaira, não teve dificuldades em fazer prevalecer a sua superioridade técnica e garantir a sua classificação para a fase subsequente com duas rodadas de antecedência.
Não atoa a massa faz um paralelo com a campanha vitoriosa de 2013. E, de fato, algumas semelhanças são inegáveis. Mas, daí imaginar que as condições objetivas poderão ser as mesmas são outros quinhentos.
Até mesmo a melhor campanha na fase de grupos não tem mais a mesma relevância de antes, vez que o torneio agora é decidido em um jogo único disputado em um campo em principio neutro. Nesse ano, a escolha da sede da final recaiu no emblemático e histórico Centenário de Montevidéu, Uruguai. Se o vencedor do duelo entre Nacional do Uruguai e Penharol, que vão se digladiar nas oitavas de final, chegar à final da competição, irá disputar o titulo em casa. E, se não fosse a pandemia, a presença maciça de sua torcida lhe daria um handicap considerável.
O sorteio dos confrontos das oitavas de final desse ano, com os clubes que se classificaram em primeiro lugar nos seus grupos no Pote 1 e os classificados em segundo lugar no Pote 2 é outra novidade que deixa os caminhos até a final e o chaveamento do restante da competição bem diferentes daqueles percorridos pelo Atlético em 2013. Se antes o melhor primeiro colocado pegava o pior segundo colocado e assim por diante, agora, teorias da conspiração à parte, a sorte e o acaso definiram os duelos.
Aos olhos de muitos, algumas injustiças e alguns azares. A massa atleticana e a “hincha” do Boca comungaram sentimentos de apreensão e muito respeito ao adversário. E, ainda que a tabela e as chaves tenham sido construídas em sorteio, coube ao Atlético pegar uma vez mais um adversário de camisa pesada o que deixa totalmente em aberto a disputa pela vaga nas quartas de final. Em 2013, não obstante chegar às oitavas de final ostentando o posto de pior segundo colocado, o São Paulo não deixava de ser um adversário temível, tradicional e de peso. E tudo podia acontecer. O Galo passou por cima do tricolor, vencendo fora de casa de virada e goleando impiedosamente no Horto. Naquela oportunidade, R10 editou um máxima que ficaria para sempre nos corações e mentes atleticanos: “Quando está valendo, …”.
Agora o adversário é um dos gigantes do futebol argentino, sul-americano e mundial. Atlético x Boca é um confronto que tem história. Se o clube argentino nunca foi eliminado em um mata-mata de Libertadores por um clube brasileiro, o Galo de Guilherme, Marques, Ramon Menezes e Cia. Ltda., pela Copa Sul-americana, já o eliminou em pleno La Bombonera, ao arrancar um empate épico no final do jogo com um gol do saudoso centroavante André que recentemente nos deixou de forma bastante precoce.
O primeiro gol atleticano foi marcado pelo bom zagueiro Cláudio Caçapa e 2 x 2 foi o placar final em um jogo em que o Atlético sempre esteve em desvantagem e que teve uma particularidade que entrou para a história. Em seu camarote, o irreverente, emblemático e frenético Diego Maradona, torcedor apaixonado do Boca Juniors, comandou e inflamou a “hincha” argentina. E, dentro de campo, os jogadores do Boca fizeram de tudo para dar a vitória e a classificação ao grande ídolo. Mas, no final o Galo cantou mais alto.
Se do lado portenho não falta camisa, tradição e história na competição, do lado atleticano sobram paixão, peso, mística e também muita camisa e muito café no bule. Um duelo de gigantes que certamente estará para a história. Time por time e elenco por elenco, diriam muitos, que o Atlético hoje é o favorito, Mas, o adversário é o Boca. Respeito, foco, concentração, postura é tudo que o Atlético não pode transigir e que, ironicamente, tem faltado em alguns compromissos, mormente quando o time sai em vantagem no marcador, como aconteceu, por exemplo, diante do Fortaleza e do Remo.
Entre semelhanças e diferenças com a épica campanha de 2013, a Libertadores deste ano estabeleceu para o Atlético uma jornada pesada. Um chaveamento que para muitos é cruel pode colocar no caminho do alvinegro rumo ao título, se passar pelo Boca, adversários como River Plate, Palmeiras ou São Paulo e, se chegar à final, um tal de Flamengo.
E, se isso acontecer, não será, de certa forma, inédito na história do clube. Na campanha da Copa do Brasil em 2014, o Galo eliminou em sequência Palmeiras, Corinthians e Flamengo, sempre saindo em desvantagem, impondo aos dois últimos duas goleadas inesquecíveis e, na final, dobrou seu mais tradicional rival vencendo com autoridade os dois jogos (ida e volta).
Ah! Quem quer ser campeão não pode escolher adversário e tem que estar preparado para vencer quem vier pela frente. Uma verdade que vai exigir em dobro dos jogadores atleticanos exatamente aquilo que eles mostraram na fase de grupos da competição, tesão e vontade de vencer.
A edição da Copa América este ano pode produzir um diferencial significativo nas possiblidades de cada um dos clubes envolvidos na Libertadores deste ano. É que, em razão daquela, a Libertadores será paralisada por cerca de 40, 45 dias e, neste período, a abertura das janelas internacionais de transferências, poderá produzir mudanças drásticas e para pior nos elencos de vários clubes. Tudo dependerá de quem e de quantos irão sair e da capacidade de reposição e reorganização tática e coletiva de cada time, sem falar claro, dos possíveis desníveis físicos e da dificuldades naturais de adaptação deste ou aquele atleta que as chegadas de novos jogadores normalmente acarretam.
Dependendo do que acontecer durante esta janela, os prognósticos feitos hoje não farão mais sentido e, times hoje considerados favoritos, muito provavelmente ficarão pelo caminho. Não atoa, o Flamengo trabalha nos bastidores para segurar Gerson, já negociado do o Olimpique de Marseille de Sampaoli, por pelo menos mais um mês. E, se se confirmar também a saída de Everton Ribeiro, será um apocalipse para ao rubro-negro.
E o Atlético? Dois fantasmas obsidiam o Glorioso. Primeiro, a irregularidade que o time atleticano tem mostrado em jogos contra clubes brasileiros e de camisa menos pesada, o que pode acabar por corromper o ambiente interno, não só em razão das cobranças e pressões decorrentes, como também porque evidenciam uma deficiência de comando que não consegue inspirar no elenco uma postura uniforme que transpareça o tão propalado DNA do Galo forte Vingador.
Nunca é demais lembrar que o que acontece dentro de campo é reflexo e consequência direta do que ocorre fora dele. Assim, como através dos empregados você conhece o patrão, você conhece o clube e os seus dirigentes por meio do que os jogadores fazem dentro de campo.
Segundo, o risco de se fazer maus negócios premido pelas dividas, o que pode contribuir para desfigurar o elenco atleticano e adiar, como sempre, o sonho da conquista de novos grandes títulos.
Em 2013, mística e magia se somaram e levaram o Atlético a conquistar a América. Nesse 2021, uma simbiose entre o dentro e o fora do campo será fundamental. Não basta contratar e o treinador escalar. A mística, como sempre, vai ficar por conta da torcida e da própria camisa preta e branca. A magia vai surgir naturalmente na medida em que os jogadores começarem a transparecer dentro de campo, independentemente do adversário e da competição, a mística e o DNA alvinegros.
Quando isso acontecer, o mundo atleticano gritará novamente em uma só voz: EU ACREDITO!!!
Não podia imaginar que viveria um primeiro dia da semana, pós derrota, sentindo um grande…
Quem diria! Confesso que, depois do terceiro gol alinhado a entrada do Kardec, não desliguei…
O Galo relacionou 31 jogadores em condições de jogo para hoje no Maracanã. São todos…
Num momento tão especial, finalista de duas importantes Copas, temos uma oportunidade de escrever páginas…
Assim como na canção da banda Blitz, o Atleticano está a dois passos (duas taças)…
Definido adversário para a final da Libertadores e imediatamente entrando na preparação para a primeira…
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PRECISAMOS E DEVEMOS DAR AO BI CAMPEONATO DA CONMEBOL A IMPORTÂNCIA QUE ELE TEM E MERECE.
SÃO TÍTULOS INTERNACIONAIS , DISPUTADOS POR GRANDES EQUIPES DA AMÉRICA LATINA , COMO BOCA JUNIORS , RIVER PLATE E VÁRIOS OUTROS.
ENALTEÇO SEMPRE ESSES DOIS GRANDES TÍTULOS.
E VIVA O BI CAMPEÃO DA CONMEBOL.
Só quero ver se lá na Argentina, não estão conspirando a favor do Boca para que o Nacho seja convocado e vá jogar a Olimpíada de Tóquio, tirando assim esse, o nosso jogador do confronto das Oitavas!!!!!
Bom dia, AmiGalos!!
Só uma correção na coluna: o confronto entre Nacional x Peñarol será pela Copa Sulamericana.
Gustavo, boa tarde.
Muito obrigado pela correção. Como ser humano não estou livre de errar. E, apesar deste ato falho, o alerta em relação às peculiaridades da Libertadores de hoje e às suas diferenças e similaridades com a edição de 2013, continua valendo.
Saudações atleticanas.
Bom dia MAX!
Bom dia a todos!
MAX,gosto muito dos seus textos e esse foi ótimo.
Eu trocaria a tal mística, DNA,eu acredito e outras coisas imponderáveis por planejamento correto, avaliação correta do plantel, trabalho nos bastidores para que não sejamos roubados ano após ano e outras coisas que realmente fazem a diferença.
Abraços e parabéns pelo texto!
Reinaldo, boa tarde.
Muitíssimo obrigado. Valeu e muito.
Saudações atleticanas.
Treinar e entrosar um time leva um certo tempo, não é da noite pro dia isso
O time de 2011, foi treinado em 2012, e com reforços pontuais, foi dar certo em 2013e 2014.
Elenco formado ano passado, ainda está sendo entrosado e treinado este ano, é manter a fórmula para colher resultados mais a frente
Acho que a torcida está avaliando mal o Galo. O time é bom. Podem falar que o grupo da Libertadores era o mais fraco. Ainda que fosse, jogar contra nossos hermanos sempre foi muito, muitíssimo difícil, é muita catimba, é muito fator extra-campo. Entendo que um time que faz 16 pontos em 18 tem que ser respeitado, e muito respeitado! Pode ser que seja eliminado pelo Boca, ou em etapas posteriores, mas é um dos destaques da competição não há como negar.
O grande problema do Galo é ter contratado muito jogador mediano. Como o treinador tem que escalar todos eles, acaba aparecendo insatisfação nos jogam pouco.
Sugiro pegar a turma todas e escolher os 22 melhores, posição por posição, e colocar os demais à disposição do mercado. Tenho certeza de que sairão daí 2 times respeitáveis, em condições de disputar, com alguma carência, as competições em que o Galo está envolvido.
Completar o elenco com jogadores da base. Escalar progressivamente os que mais se destacam. Certamente não haverá reclamações por ficarem no banco. SE FOR CONTRATAR ALGUÉM, que seja jogador especial, de preferência do nível do Ronaldinho, nunca de nível inferior ao do Marinho.
Acho que é por aí . Confio no Galo, e muito.
Cadê os zagueiros? Esse Alonso é muito fraco!
Não vi, em 2013, toda essa mística e magia somadas, como relata o escriba. Apenas uma divergência de opiniões, por óbvio, sem querer desmerecer o missivista que, aliás, é muito bom. O que vi naquela conquista foram os fatores listados abaixo que, associados, conduziram-nos ao triunfo:
1) Uma diretoria atuante, principalmente quando EXIGIU arbitragem estrangeira para o confronto contra o São Paulo;
2) Um monte de jogadores medíocres (medianos) que, cientes das próprias limitações, uniram-se em torno do ÚNICO CRAQUE daquele plantel e, de certa forma, deixaram-no à vontade para exercer a magia dele;
(3) o clima favorável criado em torno do Atlético por toda a imprensa (sim, foi isso que vi) e outras torcidas do Brasil (com as exceções de praxe), talvez até por pena que as outras torcidas sentiam de nós por sempre fracassarmos;
(5) o imponderável... ah, esse sim, foi o grande artífice daquele título;
6) a minha ausência nos jogos semi-final e final, em função do meu assumido pé-frio (já contei essa história nesse espaço).
Em relação ao imponderável, não vou falar do lance que ficou marcado em nossos corações (pênalti contra o Tia Juana), nem mesmo as viradas ou disputas nos pênaltis ou, ainda, a rasteira que o Ferreira levou do Elias Kalil, mas sim do primeiro jogo da final contra o Olímpia. Ainda outro dia revi esta partida e até hoje não sei como não levamos, no mínimo 7 gols naquele confronto. Os caras perderam, no mesmo lance, 3 chances de fazer um gol, sem goleiro.
Por fim, dispenso tradições, mística, jogo bonito e outros que tais. Eu só quero a taça!
Abraços!
Teobaldo, boa tarde.
Inicialmente muito obrigado pelo comentário. Permita-me, por outro lado lado, provocá-lo.
Vc disse que não viu mística e magia em 2013. Paradoxalmente reconhece o imponderável e exalta a arte de R10. Cosas de atleticano.
Um grande abraço e saudações atleticanas.
Inicialmente, sou eu quem agradece "o comentário do comentário". É sempre bom para o ego quando o que escrevo chama a atenção de alguém; mesmo que seja uma escrita tão banal.
Em complemento entendo não haver, na minha opinião, nenhum paradoxo (pô, cara, que palavra difícil, essa!!!)! Eu apenas quis ressaltar que ganhamos mais por SORTE do que por qualquer outro fator. Na minha santa ignorância traduzi "mística e magia" como "algo encantador e de ótima qualidade quando observado sob a ótica do futebol bem jogado", o que, de fato, não ocorreu.
Abraços!
Bom dia amigos do Galo. Quando um jogador como o Thê Thê, chega e assume a titularidade em um time como o NOSSO GALO, que está disputando Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro, é porque tem alguma coisa muita errada no clube. Thê Thê é melhor que Calebe? Nunca.
Bom dia!
Não estou preocupado com o Boca. Minha preocupação é o o Sport, o campeonato brasileiro. O problema é que esse monte de amebas, diretoria, "teimador", jogadores não entendem assim, ou seja, mais um ano na fila.