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Mata-mata, um jogo de armadilhas

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

O Atlético entrou na fase mais aguda e decisiva da atual temporada. E o desafio é gigantesco. É preciso considerar que o fato de liderar com autoridade o Campeonato Brasileiro, qualificando-se ate então, como um dos mais fortes candidatos ao título, senão o mais forte se considerarmos as possibilidades estatísticas que os números do momento permitem calcular, somado ao fato de que está a apenas 90 minutos da tão sonhada final da Libertadores e prestes a disputar a semifinal da Copa do Brasil, se de um lado é prova inquestionável de uma campanha de muitos méritos e merecedora de muito aplausos, de outro está a exigir do clube foco total, erro zero e percepção de que está percorrendo um terreno minado, onde todo o cuidado é pouco.

Se o Campeonato Brasileiro, em razão de suas características intrínsecas e complexidades de um torneio de tiro longo, exige regularidade, planejamento, elenco qualificado e equilibrado, seja em opções, seja física e mentalmente, as competições de mata-mata são carregadas de armadilhas e, por isso, vez ou outra, produzem surpresas e causam frustrações que entram para a história. O Atlético, por exemplo, coleciona eliminações na Copa do Brasil que até hoje doem na alma do atleticano. A última delas, diante do modesto Afogados, o time do emblemático frentista, o goleiro do boné, ocorrida ano passado, causa pesadelos até hoje, não obstante ter-se transformado no marco da maior transformação gerencial e organizacional da história do clube.

Diferentemente da Libertadores onde a melhor campanha da fase de grupos garantiu ao Glorioso decidir em casa os mata-matas até grande final que será disputada em jogo único em Montevidéu, Uruguai no final do mês de novembro próximo, o Atlético decidirá a semifinal da Copa do Brasil no Castelão em Fortaleza.

Geralmente acredita-se ser uma vantagem decidir estas disputas de 180 minutos em casa. E, dependendo do regulamento, fazendo gols na casa do adversário. Aqui, é preciso lembrar que a libertadores e a copa do Brasil tratam esta questão de forma diferente. Enquanto no torneio brasileiro o gol for de casa perdeu o peso, na maior competição sul-americana ainda tem valia e pode ser determinante de uma classificação.

Se não sofreu gol no jogo de ida contra o Palmeiras, confirmando o bom momento e a elogiável consistência de seu sistema defensivo, o Atlético também não conseguiu sair do zero no placar.  E o 0 x 0 imprime ao jogo de volta algumas marcas. Do ponto de vista frio do regulamento da competição o time paulista entrará em campo no Mineirão com um leque a mais de possibilidades que o favorecem, pois qualquer empate com gols lhe dará a classificação.

Se tal vantagem, porém, exige do Atlético cuidados e atenção, de outro lado a experiência adquirida com a forma com que o jogo de ida foi jogado dentro e fora do campo, i.e., com tudo o que aconteceu no entorno da partida e no duelo dentro das quatro linhas propriamente dito, será de extrema utilidade e importância para Cuca definir o time e a forma de jogar ideais para o confronto de volta.

Nada é mais verdadeiro e repetido atualmente que cada jogo é um jogo.  E, o futebol de hoje, exige cada vez mais dos treinadores que desenhem, jogo a jogo, as suas estratégias e o melhor time para desempenha-las.

Invariavelmente todo e qualquer time sempre terá pela frente adversários ora superiores tecnicamente, ora inferiores qualitativamente, ora atravessando um mau momento, ora vivendo uma fase onde tudo dá certo, ora praticando um futebol reativo, ora propondo o jogo obsessivamente, ora de camisa pesada tanto quanto a sua, ora de camisa, no caso de muitos, mais pesada, ora, no caso de outros como o Atlético, de camisa menos pesada, ora isso, ora aquilo. E, em qualquer caso, se entrar em campo como franco atirador, se descurando dos riscos, pode ser fatal.

A briga com o Palmeiras por uma vaga na final da Libertadores mostrou no jogo de ida no Alianz Park um ingrediente para o qual o Atlético, a meu ver, mostrou dificuldades importantes para enfrentar, o que poderia ter causado prejuízos irreparáveis. Falo da estratégia palmeirense de desestabilizar emocionalmente o time atleticano, em particular os seus principais jogadores, Nacho, Hulk e Diego Costa. As faltas violentas de Felipe Melo ainda nos primeiros 10 minutos em cima de Hulk e do craque argentino, nesta ordem, passiveis de cartão, e coroadas pelas provocações que se seguiram poderiam ser o estopim de uma tragédia. O arbitro a tudo assistiu sem fazer nenhuma advertência ao volante do time paulista.

Qualquer jogo elevado para um nível de tensão brutal fica feio, a técnica desaparece e uma possível superioridade técnica ou tática não prevalece. Em consequência, as escolhas erradas se multiplicam, os erros de passes, particularmente os não forçados aparecem mais que o desejável e o nervosismo se agiganta e as dificuldades se agudizam.

As competições de mata-mata são de vida e de morte. Quem perde está fora da disputa sem qualquer chance de recuperação.

Aprendida a lição do jogo de ida contra o Verdão paulista, o Atlético tem todas as chances de, dentro de casa, cravar com autoridade a sua classificação para a grande final. E mais, para também passar brilhantemente pelo brioso e bom Fortaleza na semifinal da Copa do Brasil, onde outras armadilhas certamente estão sendo armadas para depenar o Galo Forte Vingador.

Cuca, que inegavelmente vem fazendo um bom trabalho e se revelando um estrategista de respeito, certamente irá escalar o melhor time e traçar a melhor estratégia para cada uma dessas decisões. Se não contar com Diego Costa (escrevo este artigo antes que o clube tivesse divulgado o resultado dos exames), certamente o Atlético e o clube contarão com outras opções de qualidade técnica e tática que não só suprirão a ausência do atacante ibero-brasileiro, como também merecem todo o apoio e incentivo da massa.

Ainda sobre Diego Costa, devo dizer que, no meu entender, em razão de ainda estar fora de ritmo e da exiguidade de tempo que o Cuca teve para treinar e ajustar a formação que iniciou o jogo, o atacante foi mal escalado o que, entretanto, não apaga o que de bom o treinador vem fazendo. Assim, se Diego Costa for liberado para o jogo de volta contra o Palmeiras, o que acho muito difícil, entendo que seria de bom alvitre deixa-lo no banco, o acionando, se necessário, como uma arma na etapa final. Mas, isso é função de Cuca.

Por fim, um recado a tantos quantos forem ao Mineirão na próxima terça-feira: torçam como nunca e empurrem o time os noventa minutos. Em São Paulo se anuncia um tsunami tinto de verde varrendo o Gigante da Pampulha. Mas, será que isso assusta a quem já venceu o vento um sem número de vezes? 

Blogueiro

View Comments

  • tite , o encantador de jumentos, o homem do clichê pronto e infame , implora a cbfdp um amistoso com uma seleção européia. Sugiro a Alemanha , motivada , malvada. E que ele escale a dupla sensação do eixo , gabigol e neymar. Ouça o clamor das ruas , tite , se não der certo , voce sabe que pode contar sempre com chile, venezuela, paraguai, equador , eles estão aí pra isto.

  • Saudações atleticanas!!
    Como bom mineiro, o GALO certamente sabe que é preciso fazer o dever de casa na terça pra se classificar sem depender de sorte nos penais. Cuca deve tá cabreiro com o portuga, e vice-versa. Não vamos sofrer antecipadamente. Lembrem de 2013. precisávamos de 2x0 pra levar aos penais. e conseguimos. é repetir esse placar aí , no primeiro tempo se possível, pra não ter a sofrência costumeira. o resto é jogo de bola, cada um defendendo o seu.
    MAS! Sábado tem outra decisão!! GALO tem que ir com a força máxima disponível pra encarar o sp. os caras ganham muito bem é pra isso aí. eu ralo aqui muitas vezes 3 expedientes por dia, na raça, bebendo café... e esses caras aí também tem que saber da entrega que está na meta. É pra volar com os 3 pontos!!
    GAAAAAAAAAAALLLLOOOOOOOOOO!!!

  • boa tarde Eduardo e massa e Max pereira . mata-mata é armadilha quando o jogador não pipoca nas decisões e quando treinador enxerga o errado na equipe. simplesmente no primeiro jogo contra os porcos o galo pipocou aliás Hulk pipocou e cuca mexeu muito mau nas substituições. a cbflixo lixo ja convocou os jogadores para seleção e convocou arana para ficar no banco de reservas.aff. aliás a cbflixo ja atrasou os jogos do Flamerda então diretoria abre o olho. vamos ter mas jogadores para seleções e vai nos desfalcar. amanhã contra o São Paulo não poupava ninguém. a galo não nos decepcione mais. vai galooooooo.

  • Prezado Barata. A revolução tecnológica, com a virtualização da sociedade parece ser um caminho sem rumo. Vivemos tempos das lives, lacracao e infelizmente da elitizacao em todos os segmentos sociais. O futebol é apenas um recorte da sociedade. Mas, somos privilegiados por termos vivido tempos melhores. Hoje o torcedor consumidor é muito chato....mas nao temos como voltar no tempo. Sigamos

  • Bom dia, Max e Canto do Galo!!!

    O foco é o SP...

    Mariano está certo...

    Contra o SP, se sou o Cuca, não pouparia ninguém...

    E cuidado com o VAR, com a arbitragem...

    Abre o olhoooooo, Diretoriaaaaa!!!

  • Bom dia,

    Gostei muito do texto de hoje.
    Foi muito bem lembrado a estratégia de escalar o Felipe Melo e outros que tornaram o time pesado e de puro confronto.
    Que seja ponto de observação, porque na quarta a metade do time do Palmeiras será substituída por garotos corredores.
    Creio que o pênalti perdido foi o melhor reforço do Palmeiras, porque fez eles obterem seu objetivo que era empatar em casa sem gols.

    • Wellington Souza, bom dia.

      Muitíssimo obrigado. A estratégia de espalhar armadilhas não se restringe a uma só competição e o fato de se lembrar e analisar o que aconteceu em uma partida de Copa não significa necessariamente retirar o foco do jogo imediato que é de torneio diferente.

      Ao contrário, se o clube se descurar do entorno de um jogo por ser de competição diferente do próximo compromisso, pode colher resultado ruim mais à frente e comprometer todo o resto, pois o desequilíbrio emocional seria inevitável e talvez devastador.

      O foco deve ser com o todo, com essa arrancada final de temporada.

      Saudações alvinegras.

  • Prezados Amigalos ótimo dia,

    A estratégia do treinador do porco usou foi simples e clara, ele sabendo que seu plantel é inferior e o bom momento do GALO nos campeonatos, optou em tentar manter o placar de 0x0, assim ele obriga o GALO a vencer no Mineirão, pois um novo 0x0 será disputa de pênaltis e todos sabemos que disputa de pênaltis é loteria, outro tipo de empate dá a eles a classificação. Desta forma no segundo jogo ele vai jogar com os 11 dentro do gol e viver de contra ataques, e jogar também com o fator emocional, que a medida que o tempo for passando e se não sair gol pelo lado do GALO, pode acarretar descontrole em campo. Essa foi a aposta dele.
    Já o roedor de unhas também não quis vencer, e aparentemente não fez a leitura (como de costume) da estratégia adversária. Se tivesse metido gols lá, agora era só alegria.

    • Leonardo,
      Com todo o respeito pelo sua avaliação, talvez não seja bem assim. Jogar pelo empate para resolver nos pênaltis é um risco muito grande, imagino que eles vão atacar aqui mais do que atacaram em SP. A chance do Galo aumenta.

      Alternativa a ser avaliada é o drible dentro da área. É pegar nossos dribladores e e mandar partir para cima dos zagueiros. Pode virar pênalti.

    • Prezado Leonardo!

      Concordo com você em partes, nenhum dos treinadores contava com o penal perdido pelo Hulk, sendo assim, foi reforço para Porco que nitidamente queira o zero no placar, quanto ao CUca, depois da perda do penal , não quis arriscar, deixando claro que em BH com o apoio da Massa não vai faltar motivação, e de certo a vitoria! Entendi assim!

      Forte Abraço

      Galo Sempre!!!

  • Bom dia, Sr. Paulo Silva,

    Meu pensamento também vai nesta linha! O próximo jogo do Galo é sempre o mais importante!!!

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