Jogo para (re)começar a temporada

Tentando virar tristes páginas da nossa história, escritas por alguns “trapalhões” nos últimos dias, o Galo (nosso time do coração e com apenas um L) volta a campo para enfrentar o América pelo Campeonato Mineiro. Este jogo, que outrora já foi o maior clássico das Alterosas, em condições normais nos colocaria como franco favorito. Entretanto, até que os responsáveis pelo clube consigam recolocar a casa em ordem, é de difícil previsão.

Amargando uma campanha lamentável, sem precedentes e de inimaginável preocupação da Massa, ainda temos de ouvir o treinador eventual jogar o adversário como favorito. Tudo bem, o moço que pode até ter futuro (torcemos desesperadamente para que isso se concretize), talvez ainda não conheça a tradição e o que significa jogar e trabalhar no Clube Atlético Mineiro.

Quem sabe uma boa vitória hoje o faça repensar antes de se manifestar. Thiago Larghi, até então desconhecido, leva nem tanto a confiança do Torcedor, mas a esperança de uma revirada no enredo deste início de temporada. Vencer a partida pode significar a estreia do Galo neste 2018.

Afinal, depois de sete jogos, seis pelo Mineiro e um pela Copa do Brasil, colecionar duas vitórias, duas derrotas e três empates frente a adversários que – em condições normais – deveriam ser goleados, é algo totalmente fora de qualquer admissibilidade. Nem digo isso por nós, Atleticanos, mas também por todo e qualquer analista de futebol.

Se a responsabilidade deve, sim, ser jogada nas costas do treinador demitido, o que é indiscutível, sua permanência no comando técnico foi decisão da diretoria. Diga-se, com apoio de muitos Torcedores, inclusive deste blogueiro. Estávamos todos errados, assumo minha cota. Tem gente que não assume, apenas some de acordo com a conveniência do momento.

Vamos todos hoje mentalizar e torcer pelo sucesso de um jovem treinador, que poderá se transformar – quem sabe – numa grata revelação. É importante que ele saiba muita coisa que seu antecessor não teve. Além de responder com fidalguia perguntas nas coletivas, por mais que sejam desconfortáveis, Larghi tem a missão de dar um padrão de jogo que Oswaldo conseguiu desmontar após as férias coletivas.

Foram quatro partidas com o time considerado titular e três com os reservas. Com exceção dos primeiros 19 minutos com o Democrata, o Galo foi um amontoado de jogadores no gramado, sem qualquer organização. Nem jogadas ensaiadas, tampouco disposição e garra, foram percebidas nas sete partidas até aqui. Nem estou considerando os dois jogos utilizando o time C, na Flórida Cup.

Admito até que no jogo com a Caldense, mesmo derrotado, o time foi mais organizado que o que vínhamos vendo nas mãos do treinador anterior. Não sei ao certo se pelo dedo do novato, que promoveu cinco alterações, ou pela pressão natural e por jogar sob o olhar atento do Torcedor nas arquibancadas. Reconheço que duas bolas, pelo menos, uma de Otero e outra de Ricardo Oliveira, foram milagrosamente salvas pelo goleiro da Caldense. E até que um gol do mesmo Oliveira foi anulado por falha de um péssimo bandeirinha. Mas, é inadmissível perder pontos para o time de Poços, ainda mais aqui em Belo Horizonte.

Vamos ver o que Larghi pode fazer e mostrar na tarde de hoje. Fez treinamentos secretos, situação que nunca me seduziu. Estou cansado de ver treinador fechar o treino e o time em campo mostrar absolutamente nada. Quem sabe hoje vejo o contrário. Outra crítica que faço: Carlos César foi uma das mudanças radicais para a partida anterior, hoje sequer foi relacionado. A meu juízo, é fraco, porém, melhor que Samuel Xavier e Patric. Este primeiro, indicado por Oswaldo, vai ficar na folha de pagamento por responsabilidade do pitizento treinador.

De resto, vamos esperar qual ou quais surpresa(s) este jogo nos reserva. Maidana, insisto, merece continuidade (ao lado de não sei quem). Adilson, apesar de continuar atabalhoado e precisar rever isso, acho mais útil na proteção à zaga. Victor, a meu entender, é o único com lugar cativo. Tenho cá outras preferências, mas a responsabilidade agora é de Thiago.

Para cima do Coelho, meu Galo. Vamos dar a volta por cima. Nossa Atleticanidade nunca vai passar. Por mais que nos maLLtratem.