Jogo e rodada que definem próxima temporada

Não só a partida do Galo, frente ao Corinthians, irá sinalizar os rumos e planejamento – espero que exista – do ano seguinte, bem como a dependência dos demais resultados de nossos concorrentes. Já disse aqui, na sexta-feira – dia seguinte à vitória frente ao Cuiabá – sobre as possibilidades que vão desde o céu, passando pelo umbral (purgatório para católicos) até mesmo podendo ser o inferno Atleticano.

Se nosso time vencer e o Paranaense não, estamos assegurados na fase direta de grupos da Libertadores. Cenárío ideal. Já se ambos vencerem, asseguramos a participação na pré do torneio. Em caso de empate do nosso Galo, igualmente estamos na fase prévia da competição. Essa condição nos obriga a dois mata mata, com jogos de ida e volta (quatro ao todo), para assegurar vaga na fase de grupos.

Em caso de derrota, ai haja secador, pois nossa sétima e histórica colocação será – inevitavelmente – colocada em risco por adversários. Nesse caso, dependendo dos resultados, podemos permanecer nela, cair para oitavo e até mesmo ficar fora do G8. Sendo derrotados, temos os riscos de sermos ultrapassados por Botafogo, que nesse caso supera e o Paranaense sem pontuar, também fica à nossa frente. Já América e Fortaleza, se vencerem, também ultrapassam o Galo. Nesse pior panorama, podemos cair para nono ou até mesmo a vergonhosa décima colocação. O que seria um vexame histórico!

De qualquer maneira, ganhando, empatando ou perdendo – entrando na Libertadores direta, fase preliminar ou até ficando fora – fundamental se faz uma profunda reciclagem interna. Desde a direção administrativa, passando – fundamentalmente – pelo futebol, até chegar em nós pobres Torcedores. Sou Atleticano pra toda situação. Vivi 1971, passei pelos anos 70 e 80 – sendo prejudicado pela cbf – consequentemente roubado pela arbitragem e stjd -, convivi com times horrorosos e o rebaixamento (minha cirurgia de coluna tem relação com esse momento), até chegar nos tempos de glórias recentes.

Inexplicável e mesmo inadmissível, esse fechamento de Brasileiro como estamos vivenciando. Uma folha de pagamento que beira 20 milhões mensais – em dia – e o time brigando por uma mísera vaga na Libertadores. Podendo até mesmo nem conseguir esse objetivo. O Brasileiro, que conquistamos antecipadamente ano passado, desde rodadas passadas já não tínhamos qualquer possiblidade ou ilusão.

Nas Copas do Brasil e Libertadores, duas eliminações tristes. Na primeira, saimos em vantagem em BH (Flamídia), fomos ao Rio e não demos um único chute ao gol adversário. Eliminados no saldo de gols das duas partidas. Pior na competição da Conmebol. No jogo de ida, também como mandante, depois de abrir dois gols de vantagem (Palmeiras) – vergonhosamente – cedemos o empate. Na volta, com dois jogadores a mais em campo, não tivemos competência para marcar um mísero gol da classificação. Eliminados nas penalidades, no dia que o juvenil Rubens atrasou a bola para o goleiro adversário, na penalidade que deveria ter sido convertida pelo irresponsável Vargas, expulso infantilmente.

Todas essas lembranças irão nos acompanhar neste trágico final de ano. Essa tal de copa do mundo, antecipou o final de uma temporada deprimente que o Atleticano jamais imaginou. A reapresentação deverá ocorrer antes da virada do ano, que venha cheia de boas novidades, se Caetano fica ou vai para o sul – conforme o candidato do Grêmio vem insinuando (que vá!) – e também na boca do túnel e – claro – pelo gramado. Rejuvenescimento e comprometimento são as palavras de ordem que ouço pelas ruas da cidade. Se mexam e atendam esses reclamos da Massa. Caso contrário, sei não!

Para hoje, creio que o treinador – parece que se despedindo – deve lançar o mesmo time que venceu ao fraco Cuiabá. Otávio se mostrou, ao lado de Jair, muito mais produtivo e eficaz que o Allan. Até porque o título do Brasileiro para o Galo no momento é de não ter nenhum cartão vermelho, pois a eventual presença desse volante – que já tomou nove amarelos – coloca em risco inclusiva essa possibilidade de consolação.

Temos de buscar a vitória, lembrando que o Corinthians, em quarto lugar ainda briga pela terceira colocação com o FluminenC. Já deixou de ser ameaçado pelo Flamídia, que foi derrotado em casa para o rebaixado Avaí. Colocação vale premiação da cbf, portanto não estão em campo pelo simples compromisso de calendário. Tem motivação extra. A nós, depois de tantos vexames, resta ter respeito com a camisa e com o Torcedor Atleticano e buscar a vitória e a vaga. Preferencialmente direta na fase de grupos. Honrem o manto Atleticano!

*fotos: 1) flickr/Atlético; 2 e 3) Pedro Souza/Atlético