Jogai por nós

Concentrado na Copa Libertadores da América, o Galo abre uma pausa e foca suas energias na decisão do Campeonato Mineiro. A competição tomou especial significado para o Atleticano. Sou da geração em que os títulos estaduais eram os mais disputados em todo o Brasil, especialmente em Minas Gerais, onde predominamos desde que o futebol aqui foi iniciado.

Villa Nova e América, nossos principais adversários até décadas atrás, perderam força e permitiram a ascensão de times que até então não passavam de figurantes. Há duas décadas, mais ou menos, os campeonatos regionais perderam força e prestígio devido à globalização e ao destaque dado às competições nacionais. Em 2017, uma série de fatores tornam o título primordial para os Torcedores Atleticanos.

O Galo possui bom elenco. Não é por acaso que é tido e reconhecido como um dos melhores (senão o melhor) times brasileiros da atualidade. Isso, por si só, sugere aos jogadores empenho e luta na busca da taça. Outra motivação decorre de provocações baratas, capitaneadas pela diretoria e pelo treinador adversários.

Lá, parece que existe uma orientação interna para cutucar o Galo e os Atleticanos. Desde a primeira rodada, quando vencemos a partida com um gol de pênalti, o técnico alfinetou. Depois, questionou a imprensa e até chamou nosso território de “aldeia”. A metodologia de Benecy parece ter perdido espaço nos tempos atuais do futebol mineiro.

Se tínhamos dúvidas, elas se dissiparam pela boca de um dirigente que por cinco décadas trabalha em prol de interesses de nosso atual adversário. Se formos campeões do Estadual, com empate ou vitória (prefiro para que provem do veneno de 1977 de ser vice invicto), o Galo se distancia ainda no quesito conquistas regionais.

Nos últimos dez anos predominamos. Estamos na décima primeira final, tendo disputado a partida decisiva com quatro adversários diferentes. No período, comemoramos títulos sobre todos eles.

Diante desses fatos, a conquista do 44º título de campeão Mineiro é especial. Os ingressos da Catedral do Horto estão esgotados. No Mineirão, teríamos lotação completa, com mais de 50 mil presentes. No jogo de ida, pouco mais de cinco mil Atleticanos fizeram a festa frente aos 35 mil torcedores adversários.

Em nome desta fé, devoção e paixão que o Atleticano nutre pelo time do coração, pedimos raça ao time todo. Entrem em campo com espírito e alma que caracterizam nossa história. São 109 anos com o mesmo nome e as mesmas cores. Vamos manter a tradição. Jogai por nós!