Hora de recuperar prestígio e confiança em terras uruguaias

Minha condição de Atleticano, isolado em Montevideo desde sábado, me colocou numa situação de solitário até o dia seguinte. Cheguei aqui com tempo para sentir o clima que nos aguarda para a difícil missão em reverter a lambança da primeira rodada em casa. Confesso que não percebo nos adversários a mesma paixão que temos no Brasil e, notadamente, em nós Atleticanos. As camisas que, alternadamente, venho usando desde a minha chegada vem sendo facilmente identificada e festejada pelos torcedores do Peñarol.

Assim, como já fizemos com o Estudiantes, o Bayern e o Borússia, todas com sucesso. Diferente de quando teve gente que torceu pelo Olímpia do Paraguai. Vida que segue, daqui de Montevideo – via aplicativo – acompanhei a dura partida do expresssinho frente à Patrocínense. Alerrandro, agora também artilheiro do Mineiro ao lado do outro Atleticano Ricardo Oliveira, garantiu a vitória no finalzinho.

Apesar do gol e a permanência na liderança, o jovem goleador deveria tirar uma lição daquela jogada. Guga fez o que ele, Alerrandro, raramente faz. Podia ter chutado em direção ao gol, mas preferiu servir ao companheiro melhor colocado. Isso que faz um time ser campeão. Coletivo. O expressinho, mesmo com essa partida fraca, vem fazendo o que o time principal não tem conseguido. Vencer e, as vezes, convencer.

Segunda-feira, depois que o time e boa parte dos Atleticanos já pisavam em Montevideo, minha expectativa para o compromisso de hoje à noite deu saltos. Creio, seguramente, na possibilidade de mudar a expectativa gerada com o imprevisível resultado da semana passada em Belo Horizonte. Aquilo, a meu juizo, foi fato isolado e responsabilidade da má escalação do treinador naquela noite. Tomara que hoje ele corrija aquela borrada e nos traga de volta à esperança por novo título da Libertadores.

Estive na manhã de ontem no confortável e aprazível  hotel onde o Galo está hospedado. Lugar melhor para se preparar nao deve existir por aqui ou onde for, de maneira que por falta de descanso e ambiente de absoluta  descontração não haverá de ser. Vencer, como sempre, continua sendo o nosso ideal. Algo inusitado me aconteceu ontem, quando passei pelo local, que me motivou a acreditar ainda mais na vitória e mudança no roteiro imperdoável da primeira rodada. A se confirmar conto aqui no próximo post.

Peço permissão aos amiGalos para dividir a alegría de boa parte da viagem de vinda até Montevideo. Naqueles horários nada atrativos da madrugada de sexta para sábado, desde Confins até Guarulhos (refiro à longa espera na sala de embarque em BH e SP), a resenha sobre futebol foi dividida entre o blogueiro e duas simpáticas irmãs que tinham Orlando como destino. Júnia e Cássia, belorizontinas da gema são filhas de um Atleticano ilustre do passado. Nascidas sob o manto preto & branco do Galo, a primeira se mantém fiel aos ensinamentos do pai, enquanto a outra se deixou capitular no casamento.

Senti saudade do meu saudoso irmão Fausto, que também tinha opção pelo outro lado da lagoa, e assim – como elas – não permitíamos interferência na nossa relação de irmandade e amizade. Ficávamos, como elas, no campo da curtição.

Já aqui aguardando o momento do jogo, nada melhor que dividir essa paixão com mineiros Atleticanos que aqui continuam chegando. No mesmo hotel que fiquei, o casal Emanuel e Ângela, ela Atleticana e que leva o companheiro para ver o seu time do coração. Pelas ruas da capital uruguaia, encontro Felipe Antônio, divinopolitano e residente em Campinas, que veio ao Uruguai tambem – exclusivamente – para apoiar o nosso Galo.

Por fim, um pedido aos jogadores. Façam por nós que aqui estamos e pelos milhões de Atleticanos que estão acompanhando pelo rádio e televisão, o que deixaram de jogar na semana passada. Só a vitória interessa!

*fotos: Bruno Cantini, Atletico