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Ei meu amigo Charlie Brown

“Se você quiser, vou lhe mostrar”, o quanto é melhor ficar calado e esperar até o final para ver a hora de a onça beber água. Nessa mistura musical e expressão popular podemos acrescer pegar touro à unha, tirar o cavalo da chuva, porca torce o rabo e a vaca vai pro brejo. Brinco com isso, pois meu amigo Charles (que nem é Brown), e figura entre aqueles que brincamos e zoamos -um com o outro – sobre nossos times de futebol. Confesso que sou seletivo nesse quesito, quem avança o sinal conhece o humor das minhas respostas.

Com Charles e aos que dou abertura, a resenha rende e a gozação é sadia. Pois bem, tem tempos que venho dizendo ao amigo, calma e espera o fechamento da competição. Inicialmente, quando começamos a cair na tabela – na mão contrária ele foi se iludindo – e nós saímos do G4, depois G6, nem G8. Fora as perdas dos títulos da CB e LA, igualmente ocorrida com ele na SA. Mas ele, impávido, mantinha o desafio. Previa o pior ao meu time e um céu de brigadeiro ao de sua preferência. Essa semana então, Charles esteve impossível. Eu repetia o que lhe dizia desde o meio do ano, ou seja, que na próxima temporada vamos disputar as mesmas competições.

Não deu outra. Mineiro, Copa do Brasil (cuidado com a família Souza da Paraíba), Sul-americana e Brasileirão. Sem a intenção de me mostrar com uma apurada intuição, tampouco – como acontece – fiquei daqui do meu canto secando. Mas, em que pese a nona colocação – contra a minha décima segunda – e cinco pontos a mais serem favoráveis ao time dele, ambos foram condenados por disputar a Sula. Sim, condenados, já que a rivalidade aqui tem ganho contornos que só beneficiam aos adversários – especialmente do eixo – agora com a companhia de dois times do nordeste e um sulino.

E mais, o enredo das decisões das duas Copas da Conmebol foi idêntico. Ambos chegam às finais e foram ao Paraguai e Argentina, o primeiro para decidir com um time argentino e o nosso com outro clube brasileiro. Duas derrotas por três a um, sendo que os adversários abriram dois a zero, tomaram um gol no início da segunda etapa alimentando nossa ilusão, e castigaram com requintes de crueldade ao final das duas decisões com tento nos acréscimos. Quem perdeu foram Charles e eu, junto aos parceiros de nossas torcidas. Ontem, num ambiente diferente, vencemos e – no nosso caso – asseguramos vaga na mesma Sul Americana que vamos participar juntos em 2025. O mesmo lugar que a soberba do amigo também se habilitou.

Dito isso, entrando ao que nos interessa – que é o Galo -, pretendo sem jogos resenhar com a Massa sobre esse terrível ano de nossas vidas. Diria, se Milito ainda estivesse por aqui, “el peor año de mi devoción y pasión com mi equipe favorito”. Traduzindo: Pior ano de minha devoção e paixão com meu time do coração. Ontem quando ia para o jogo, lembrava de 2004 quando na última rodada escapamos do rebaixamento. Voltamos em festa, depois de golear o São Caetano. Atmosfera totalmente diferente dos tempos atuais. Tanto que vencemos e retornamos para casa com o gosto amargo como de uma derrota. E escapamos do vexame do rebaixamento e asseguramos vaga na competição menor da Conmebol. Repito, vencemos!

A equipe, sob o comando do Lucas Gonçalves, não foi nada diferente dos tempos do argentino. Gonçalves, que tanto pedimos, encantou no início do mineiro de 2021, depois disso nas interinidades foi mais do mesmo. Ontem, mesmo com a mudança de posicionamento do Scarpa no gramado, o rendimento foi pífio novamente. Rubens ganhou destaque por ter sofrido a penalidade, que Hulk cobrou e o goleiro defendeu, permitindo – no rebote – que nossa cria da base salvasse daquela agonia que vivíamos. Eu in loco e a maioria no rádio e televisão. Recorro ao meu outro bom amigo e parceiro de boas prosas sobre nossa preferência clubística Albertinho Rodrigues, “terrível, terrível, terrível”. Nessa semana vamos prosear muito sobre o que, se é que podemos, esperar para frente. Estou num desanimo, próximo de uma desolação e devastação com a destruição que estão promovendo com o que de melhor possuímos. Atleticanidade!

*fotos: Pedro Souza/Atlético

Blogueiro

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  • Que resenha bacana meu amiGalo Eduardo Ávila.

    Que ano este do Atlético heim. De finalista de duas copas à luta pela permanência na elite do futebol brasileiro em 2025. Rubens deu o tom nesta batalha de domingo na Arena MRV. Boa semana para todos. E que bom saber que você irá continuar a escrever neste espaço. Abraços

  • AS ENTREVISTAS DE VÍTOR SÃO DEPRESSIVAS , DESANIMADAS , NUNCA VI UM DIRETOR DE FUTEBOL TÃO PESSIMISTA IGUAL ESSE
    ........UM TIME QUE TEM OS
    PÉSSIMOS JÚNIOR ALONSO NA ZAGA , FAUSTO VERA E ALAN FRANCO NO MEIO CAMPO , NÃO TEM CONDIÇÕES DE GANHAR ABSOLUTAMENTE NADA........

    • Compartilho a desilusão. Os SAFados que comandam o Galo têm mais compromisso com seus lucros do que com o time. Se não abrirem o cofre pra contratar bons jogadores, e acabar com busca de jogadores livres, vão amargar a parte de baixo das tabelas de classificação e continuarão dando vexame. É hora de ousar e não de acovardar.

  • Em suma: abaixados o panos, apagadas as luzes e esvaziada a plateia desse tenebroso brasileirão, temos no Botafogo o maior vencedor de 2025 e, em contra partida, nosso GALO o maior perdedor. Agora vamos brindar com um prosecco a manutenção na série A em 25. Que dureza!!!

  • Mais do que um choque de realidade na administração do futebol, as SAF's têm uma árdua batalha que, penso, SERÁ PERDIDA AO LONGO DO TEMPO, em função da nossa cultura (ou falta de cultura): o imediatismo. Difícil fazer o torcedor entender que nenhuma mudança que traga resultados bons e consistentes ocorrerá em curto prazo. Além do exposto, infelizmente, ainda prevalece a máxima "Conquistou o título, está tudo certo; não conquistou o título está tudo errado" ou "o segundo colocado é o primeiro entre os últimos". E o que ocorreu com o Atlético em 2024 representa muito dessa essência.

    Pessoalmente penso, o que não tem a mínima importância, que o ano foi extremamente positivo, tendo o time avançado muito além do que eu imaginava. Admitir que a temporada tenha sido um fracasso tem muito mais a ver com o meu lado passional de que "o Atlético é o melhor time do mundo e tem a obrigação de vencer tudo e a todos" do que nos mostra a realidade. Friamente, quando comparo os investimentos feitos pelo Atlético em 2024 com os investimentos feitos pelos demais times que ficaram à nossa frente (obviamente as exceções estão logo ali para desmentir o meu argumento) entendo que as nossas chances em todas as competições disputadas (exceto o Campeonato Rural) eram mínimas. Portanto, concluo, o Atlético chegou longe demais. Observando o futebol como um negócio imagino que para o ano vindouro teremos baixo investimento, redução de custos e MUITO SOFRIMENTO. Não me deixo iludir: AGORA A INSTITUÇÃO TEM DONO e nenhum empresário vai colocar o próprio dinheiro num negócio à fundo perdido.

    Acreditar ou não em quem comanda o Atlético, na implantação de um modelo organizacional que objetive a ESTRUTURAÇÃO INSTITUIÇÃO EM LONGO PRAZO e embarcar nesse ônibus, nessa ideia, é opção de cada um. Eu não estou disposto a abrir mão do Galão da Massa e continuarei firme nessa empreitada. E você?

  • Sds talvez pelas disputas vindouras em 25 o Cuca cairia bem, mas não confio , ele abandona mesmo o barco. Tem de fazer uma multa baixa pro galo e uma alta pra ele caso desista. Precisamos diretor de futebol

  • Milito saiu com pífios 48% de aproveitamento
    Felipão saiu com 54% de aproveitamento
    Cuca deixou esse time horroroso do genérico com 66.7% de aproveitamento
    Deixa o Cuca montar o time e vamos ser felizes simples assim!!
    Coloca uma clausura no contrato dele SÓ PODE SAIR DEPOIS DE SER CAMPEÃO DE TÍTULO GRANDE E TÁ RESOLVIDO KKKKKKKKKKK

  • Caro blogueiro, se não for possível esta publicação, não há mal nenhum; seria perfeitamente compreensível, e te agradeço. Sobre ontem, ..., salvos... É o que importa por ora, creio. Mas escrevo, neste tão caro espaço, pq ontem li em jornal de SP artigo de um jornalista mineiro, publicado por empréstimo de espaço, que me deixou entristecido, pela quantidade de injustiças e inverdades nele, e se possível, registro aqui minha indignação – que já procurei fazer lá.
    Serei breve: Desde sempre, que me lembro, o Atlético passou por dificuldades financeiras fortes - e não havia os Menins. Todos os empréstimos feitos ao Atlético foram, repetidas vezes, por eles informados como a serem ressarcidos apenas com o lucro de eventuais venda de jogadores e sem juros; a construção da Arena, empreendimento até então impensável, foi dificultada de todos os modos pela Prefeitura, e funcionários dela, técnica, financeira e legalmente, de forma escancarada; a luta contra as dívidas não é fácil - veja-se, por exemplo, a situação do estádio do preto e branco paulista... e me lembro quanto os sócios do Diamond chantagearam o Atlético em relação ao preço do shopping... Fico por aqui. Respeito o jornalista enquanto autodenominado atleticano, mas creio que está muito equivocado – e creio que fomos longe em 2024, mesmo com todo o enorme sofrimento. Talvez, para o jornalista do artigo, ou quem pense assim, fosse bom se se tivesse a coragem de propor algo concreto, realmente - a venda do Atlético a alguém, por exemplo...? Seria isso...? Que tal já prospectar compradores...? Se não for, é necessário honestidade intelectual e mudar o referencial, a meu ver equivocado, até agora apresentado. Muito obrigado.

  • Impressionante desde 2022 essa diretoria bate cabeça para contratar um técnico, fica igual barata tonta tomando não dos Portugas.
    Pelo visto já tomou não dos Portugas de novo e estão focando em Cuca, Tite e Renato Gaúcho, dos 3 prefiro mil vezes o Cuca.
    A diretoria ainda deu sorte de ter esses 3 bons nome no mercado pois já vimos esse filme se não tivesse era outra aposta que ia chegar isso é fato.
    O Cuca todo time que ele inicia o ano ele vai bem ótimo técnico o genérico esse ano com o Cuca estava com 68% de aproveitamento o Cuca pediu reforços eles não deram ele pulou fora.
    Se der os reforços que o Cuca pedir nós vamos bater Campeão de novo o cara é bom!!!

  • Penso que as SAFs trouxeram um choque de realidade ao futebol. Nenhum investidor, mesmo bilionário, colocará milhares de $ a fundo perdido. Investir no futebol brasileiro é altamente arriscado, pois não há garantias mínimas de retorno. Junte-se a isso as dívidas impagáveis, com juros que corroem as finanças dos grandes clubes. Daí a encruzilha: como arrecadar mais se não ganha títulos, como ganhar títulos se não investe em bons atletas, como pagar a dívida se não investe e não ganha títulos? Qualquer cabeça-de-bagre recebe 400, 500 mil/mês (não há profissão melhor que esta!) tornando as folhas de pagamento absurdas. E o pior, é um caminho sem retorno, no qual restarão pouquíssimos clubes/SAF disputando os títulos. Sou pessimista quanto ao futuro do futebol profissional em nosso país.

    • Permita-me discordar meu Caro. A Exposição feita pelo Henrique (7:21 hs abaixo) foi a mais clara possível em relação à investir. Como dizia minha mãe...."dinheiro trás dinheiro". Leia o comentário citado e talvez fique mais otimista, sabendo que, se investir, o retorno virá. O que não fez o Atlético esses anos atrás...

  • Com a vitória salvadora de ontem, o alívio tomou conta de todos nós e a noite de sono até que foi proveitosa.

    Tirando isso, é notório que a empresa chamada GALO SAF é extremamente mal administrada.

    Ou mudam o conceito de administrar e coloquem pessoas realmente qualificadas lá dentro ou será mais do mesmo ano após ano.

    E o futebol do time???

    - um show de horrores!!!

    E o treinador???

    - pois é, não tenho idéia de quem vai ter a coragem de assumir essa bronca!!!

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