“É campeão” ecoando por BH, MG, BR e o mundo

“Que mistério tem o Atlético que, às vezes, parece que ele é gente? Que a gente associa às pessoas da família pai, mãe, irmão, tio, prima? Que mistério tem o Atlético que a gente o confunde com uma religião? Que a gente tem vontade de rezar: Ave Atlético cheio de graça?

Que mistério tem o Atlético que, a simples presença de sua camisa preta e branca, um milagre se opera? Que tudo se alegra à passagem de sua bandeira? Que tudo se transfigura num mar preto e branco? Ser Atleticano é um querer bem. É uma ideologia. Não me perguntem se eu sou de esquerda ou de direita. Acima de tudo sou Atleticano, e nesse amor, pertenço ao maior partido político que existe, o PCAM,…”

Esse fragmento de um, entre milhares de textos do meu saudoso amigo Roberto Drummond, foi um dos que li ao voltar pra casa depois da tarde/noite Atleticana. Passei parte da madrugada lendo e recordando de fatos e de pessoas que – como Roberto – iluminaram minha vida Atleticana. Afinal, estive presente em vários momentos desde o início dos anos 70 em muitos – bota muito nisso – jogos do nosso Galo seduzido desde criança por outro também saudoso cunhado Fausto Barbosa de Paiva. Foi ele que me fez Atleticano.

Após a vitória épica, como sempre em nossas grandes conquistas, fui para a porta da sede de Lourdes. Que emocionante abraçar e festejar com, conhecidos e desconhecidos, mas que a paixão Atleticana nos torna próximos e íntimos quando estamos no ambiente do nosso time do coração. Esse título foi muito merecido. Temos, e nisso a imprensa do eixo não consegue contrapor, o melhor time do futebol brasileiro.

Lideramos a competição, quase que de ponta a ponta, ao que me recordo quando superamos o Juventude na 15ª rodada do primeiro turno (08 de agosto) assumimos a primeira colocação e nunca mais perdemos essa posição na tabela. Até o momento, faltando ainda dois jogos, o Galo que soma 81 pontos venceu 25 vezes, empatou seis e perdeu apenas cinco jogos. Nos dois compromissos que faltam, que não muda nada mais, podemos fazer nada, um, dois, três quatro ou seis pontos. Creio nos seis, mas ouvi gente querendo parar nessa pontuação para lembrar do ano de 1981 quando aconteceu a vergonha do Serra Dourada. Acho que vamos aos 87 pontos no final da competição.

Sobre o jogo, que ao melhor estilo do nosso Galo, será lembrado para todo o sempre (amém), recorro ao bom amigo Fred Melo Paiva. Ele, que é o papa da literatura Atleticana, registrou tem tempos que a senha do Galo para as grandes viradas e – consequente – conquistas e estar perdendo de dois gols a zero. New Old Boys e Olímpia na Libertadores (2013) e Corinthians e Flamídia na Copa do Brasil (2014) comprovam a tese do grande Fred. Ontem foram apenas cinco minutos, depois de estar perdendo por dois, para fazer os três gols da extraordinária vitória.

Lembrei ainda, durante as comemorações, que quando asseguramos a volta para a série A (2006), perdíamos para o Coritiba por dois a zero e chegamos à vitória em três a dois. Talvez naquela partida com o Palmeiras, nas semifinais da Libertadores, tenha faltado essa senha com Deus. Brincadeiras à parte, acredito que após aquela eliminação, o foco da equipe ficou nas competições nacionais. Somos campeões do Brasileirão e podemos ainda ser da Copa do Brasil. Em 2022, seguramente, vamos continuar brilhando e no topo para desespero da concorrência. Que venham de novo o regional, o nacional e a CB, agregando ainda a Libertadores e o consequente mundial.

O dia de ontem, que entra para a rica história Atleticana, começou bem cedinho com as ruas inundadas de camisas preta e branca. No meio da tarde o trânsito começou a mostrar retenções. Muita gente saiu do trabalho mais cedo e agitou a cidade. Uma hora antes do jogo, buzinaço e foguetório contagiava e anunciava do final feliz. Ao apito final, o barulho que já era contundente se tornou ensurdecedor por toda essa Cidade do Galo, que atende pela alcunha de Belo Horizonte. Quem manda aqui e no território mineiro é o Galo. Ponto!

Afirmo, sem medo de errar que os tempos restantes para o encerramento de 2021 serão de festa da Massa, em dias ou não das quatro partidas que faltam no ano. O estado de espírito e o humor da capital dos mineiros é dosado pelo Atleticano. Desde os primórdios e por todo os tempos, quem manda no território é o Galo. Que venham Bragantino e Grêmio, pelo BR, e o Paranaense nos dois confrontos decisivos da Copa do Brasil.

Aqui é Gaaalooo, po##@!

Fotos: Pedro Souza/Atlético