Departamento Jurídico do Galo em ação

Existe um setor no Galo que vem funcionando bem, faz tempos, que é o Jurídico, especialmente no que tange à Justiça Desportiva. Se fora do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) temos colecionado boas vitórias, como a adesão ao ProFut e as certidões negativas que viabilizaram o patrocínio da Caixa Econômica Federal (dando até carona para quem nada fez por isso), no STJD o Galo vem obtendo êxito sistematicamente.

A absolvição do Fred, na tarde de ontem, foi mais um entre os vários processos de sucesso do Departamento Jurídico do Galo. Como sou bem antigo, mas de memória boa, posso comemorar a mudança de patamar que o Galo vem experimentando há cerca de dez anos. Era comum, o STJD punir e virar as costas para a racionalidade e às provas evidentes. Muitas histórias eu testemunhei e também gerações de jovens mais experientes.

Atualmente, prestam serviços ao Atlético na Justiça Desportiva os advogados Lucas Otoni e João Avelar. O primeiro está no Galo tem mais de dez anos e o outro sucedeu a Roberto Vasconcelos, que, depois do Galo, esteve no STJD e atualmente é desembargador no TJMG. Ontem, em meio à ressaca pelos dois últimos resultados e pela série interminável de contusões, o Torcedor, movido por matérias do eixo RJ/SP, aguardava uma pesada punição ao artilheiro Fred.

Pois bem, o centroavante foi absolvido. Por pouco, o Atleticano não sai às ruas para comemorar. Ao tomar conhecimento de mais uma brilhante atuação do Jurídico do Galo no STJD, passei a rememorar a sequência de êxitos do setor nos últimos anos. Não foram poucos e alguns deles pareciam irreversíveis. Tem muita gente que trabalha no clube e pouco aparece. Afinal, quando se fala em futebol do Galo as duas principais lembranças são os jogadores e a Torcida, essa inigualável em Minas Gerais e uma das mais apaixonadas do Brasil e do mundo.

Os advogados, coadjuvantes nesse processo, conseguiram convencer os auditores do que realmente aconteceu na partida com o Figueirense. Expulso pelo péssimo juiz, numa partida coincidentemente anterior a jogo com o Flamengo, Fred não mereceu o cartão aplicado. O árbitro excedeu, tanto que, no tocante ao outro artigo em que o jogador foi indiciado, o Tribunal sequer tomou conhecimento. Foi com relação às declarações do artilheiro afirmando que o juiz era fraco. E é fraco mesmo.

Acabou, na verdade, aquela falta de reação junto ao STJD. Quem não se lembra, tempos atrás, quando o Galo ganhava algum julgamento no Tribunal e a Rádio Itatiaia rodada aquela vinheta “aleluia!”? Agora, colecionamos vitórias e mais vitórias com a equipe dos doutores Lucas Otoni e João Avelar. Vejamos rapidamente os filmes que passam na nossa memória. Quantos mandos de campo perdemos no passado por incidentes, especialmente em clássicos? Isso mudou.

Quem não se lembra de efeitos suspensivos que garantiram escalações de Bernard e Tardelli? O primeiro, numa dessas ocasiões, jogou contra o Palmeiras e fez dois gols. Depois ele também marcou em cima da Portuguesa. Tardelli, igualmente, entrou e marcou num jogo com o Flamengo.

Mas o mais marcante aos olhos deste blogueiro, poucas pessoas se lembram. Rever, expulso contra o Tijuana, após a defesa de Victor no inesquecível momento em que “eu vi Riascos ir pra bola”, foi suspenso por quatro partidas. Vale dizer, não jogaria – como não jogou – as duas com o New Old Boys e ainda a final frente ao Olímpia. Pois bem, cumpridas as duas primeiras, o Departamento Jurídico do Galo conseguiu a redução para dois jogos. Com isso, o zagueiro pôde jogar as duas partidas finais. Ele foi importantíssimo naquela conquista.

Diante disso, se estamos contrariados com alguns setores, temos de comemorar a vitória do Jurídico. Que doravante tenhamos motivos para festejar todas as áreas do Galo em busca da reabilitação.