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Coisas do futebol segundo a velha zulmira

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

Diante dos resultados que definiram os finalistas da Copa do Brasil 2021, a velha Zulmira, torcedora raiz do Atlético, se ainda estivesse entre nós ela com certeza diria que futebol é coisa do Pedro Malazartes, aquela figura mitológica do folclore brasileiro. Malazartes é um personagem presepeiro e astucioso que a muitos iludia e ludibriava e a outros tantos surpreendia e fascinava. Assim é o futebol.

Se a velha Zulmira que nunca entendeu de futebol e que só queria ver as redes dos adversários do Atlético balançarem e gritar gol do Galo, ainda estivesse entre nós, ela diria que só podia ser coisa do tinhoso colocar frente a frente duas crias do Galo no maior templo do futebol, de modo que uma brilhasse e ganhasse os céus, Nikão, e a outra descesse ao inferno e purgasse todos os seus pecados, Diego Alves. Eu diria que é coisa do futebol.

Se a velha Zulmira, torcedora raiz do Atlético e crente em todos os anjos e santos do céu, ainda estivesse entre nós, ela, ao ver que na mesma noite e horário em que o seu Galo Forte e Vingador garantiu a sua passagem para final da Copa do Brasil, o tal de Urubu seria depenado e varrido da competição por um insuspeito furacão vindo do Paraná que, não só sacudiu os alicerces do maior estádio do mundo, mas deixou arrasado o mundo rubro-negro, diria que o que aconteceu tinha sido um milagre divino. Eu diria que é coisa dos deuses do futebol, que vez ou outra, fazem traquinagens no maior estilo Pedro Malazartes.

Se a velha Zulmira que nunca entendeu de futebol e que dizia que o homem vestido de preto era coisa do coisa ruim (naquela época os árbitros só usavam uniforme preto), ainda estivesse entre nós, ela, professora da escola da vida, continuaria nos ensinado que é de grão em grão que a galinha enche o papo. Eu traduziria esse ensinamento dizendo que, se a jornada rumo à gloria é fascinante, cheia de armadilhas, de idas e vindas e de momentos de profunda agonia e de outros de imensurável êxtase de outro, para se chegar ao lugar mais alto do pódio de todas as competições que disputar é preciso, degrau por degrau, jogo a jogo, construir o objetivo colimado.

E diria mais: diria que o Atlético de hoje vem mostrando jogo a jogo que aprendeu esta lição e que a velha Zulmira, esteja onde estiver, está muito feliz e se preparando, para cumprir, uma a uma, as promessas que fazia em vida para ver o Galo campeão.

E diria mais ainda: diria que a Massa atleticana também tem sabido, como talvez nunca tenha sabido antes, jogar junto com o time. Mais do que esperar os títulos tão desejados, o torcedor atleticano entendeu o quanto é importante e profícuo esperançar por eles. Esperançar é construir o sonho e não apenas esperar que ele se materialize do nada. É ajudar o Galo a encher o papo de grão em grão.

O futebol tem coisas que nem a velha e sábia Zulmira sabia. O futebol tem coisas que até os Deuses do esporte bretão duvidam. O futebol tem coisas que só ele futebol é capaz de fazer acontecer. O Atlético tem coisas que só ele Atlético é capaz de produzir e tornar realidade. O torcedor atleticano tem coisas que só ele é capaz de sentir, vivenciar e experimentar. E nisso a velha Zulmira era catedrática, como pós-doutorado em atleticanidade.

As coisas do futebol segundo a velha Zulmira, torcedora raiz do Galo e que nunca entendeu de futebol, são coisas comuns a qualquer galista apaixonado e, incrivelmente, são coisas muito vivas nesse Atlético dos dias de hoje.

Por fim, faço meus alguns dos versos de Caetano Veloso cunhados na bela canção “Alegria, alegria” que, a partir do seu titulo expressam com perfeição este momento mágico e, ao mesmo tempo, pão, pão, queijo, queijo, que a nação alvinegra vem vivenciando: 

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No Sol de quase dezembro
Eu vou

O Sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot

O Sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia?
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não? Por que não?

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou

Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil

Ela nem sabe, até pensei
Em cantar na televisão
O Sol é tão bonito
Eu vou

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou

Por que não? Por que não?
Por que não? Por que não?
Por que não? Por que não?

Blogueiro

View Comments

  • O saudoso CAFUNGA, se vivo hoje falaria: sábado ganharemos do Mengo nem que seja por ½ a zero. Meio a zero? Sim. Reza a lenda que ele participou de um jogo que terminou assim mesmo ½ a zero. Mas como assim? As bolas eram de couro e tinham uma câmara de ar por dentro. E no fim da partida houve um penalty contra o adversário. Pedrão colocou a bola na marca da cal e deu aquele bicudão. Acontece que a câmara de ar saiu da bola e entrou no gol mas a carcaça de couro ficou no meio do caminho. O Juiz não teve dúvida : meio gol e logo depois encerrou a peleja. Resultado na súmula: Galo ½ x Zero. E assim CAFUNGA nos brindava......

    • Boa tarde.
      Kkkkkkkk,rindo muito aqui.
      Kafunga era demais,lembro de 2 estórias que contava sempre.Uma, quando foram jogar no interior e tiveram de empurrar um trem( Maria fumaça) para ele andar e também, toda vez que o Eder Aleixo fazia aqueles fantásticos gols de falta,ele zuava muito,dizendo que se escondesse um bloco de concreto atrás da mão,e colocasse na frente do Eder,ele chutaria o bloco com a mesma força e faria o gol.Lendário o Kafunga.

  • Prezado Teobaldo. Boa tarde...Espero que ao final do ano, estejamos todos nós atleticanos de qualquer estirpe comemorando uma temporada memorável. Saber perder também é uma virtude. Veja o que aconteceu ontem no Independencia. Veja o que aconteceu quando o incaivel foi para a serie b. Na minha memória lembro do que aconteceu em 77, os jogadores sairam abraçados. A reação da torcida do Galo na eliminação contra o Palmeiras certamente ajuda nosso time a se empenhar pelos dois titulos seguintes. Por outro lado, até a mãe do Gabigol foi xingada no Maracanã....Eu estou torcendo pela conquista dos títulos. Vejo Diretoria, jogadores e a torcida empenhada ( estamos atingindo 80 mil socio galonaveia). Então se nao ganhar paciência...Mas empenho nao está faltando...A hora é de união e somar uma corrente de apoio e positivismo. Abraço amigalo

    • Não me lembro de, em momento nenhum, ter discordado de suas palavras... aliás, belíssimas! Em tempo, comemoraremos, por óbvio, assim espero! Abraços e grato pela leitura!

  • Saudações!!
    No futebol não basta ter dinheiro, tem que dar liga.
    A liga no futebol é quando o time está unido, quando técnico e jogadores se entendem, quando o time está pacificado fora de campo, e quando tem uma torcida fanática como a do Galo a liga fica mais forte ainda...
    No Brasileiro podemos cravar o título pois é um campeonato de regularidade e o Galo é o time mais regular e merece o título.
    Na Copa do Brasil somos mais time que o genérico mas é um time muito perigoso que vai jogar no contra ataque; mesmo assim confio no nosso time e em mais um título fechando 2021 com chave de ouro.
    Mas o que mais me da orgulho é que o planejamento é muito mais que títulos é uma base para ficarmos no topo por muito tempo, é um planejamento maravilhoso que está sendo muito bem gerido e executado, estamos muito felizes e parabéns a diretoria e aos 4R!!

  • Belo texto, e uma bela música do Caetano, Max!!! Reflete bem o momento do nosso time. Partir pra cima do urubu, porque ele está grogue. Vamos ser campeão do BR21 e da CB21! A gente merece! Vai Galo!!! Aqui é Galo, sempre! PS: o blog não está aparecendo na página do Superesportes. Está com algum problema?! Só consegui encontrar pelo Google.

  • Bom dia, Massa, Max e Guru,

    Hilário ontem o chororô da imprensa do eixo pela desclassificação do Malvadão. Teve nego que não conseguia disfarçar a sua ira contra o Renight Baladeiro Gaucho, deitando críticas ao classificadasso. Pois é, assim como um time tri da série B, este mulambo cheio de soberba vai vendo seu castelo ruir.
    Enquanto isto com humildade, pés no chão e muita, muita vontade de ganhar, nosso time vai aos poucos trazendo para casa o título do brasileiro e quiçá da copa do Brasil. E se tudo correr como esperado conquistaremos três títulos no ano, mas nada da tal tríplice coroa, pois isto é coisa de Maria.
    No nosso manto precisamos somente de uma estrela, e é aquela que lá está e que se um dia foi o campeonato brasileiro de 71, hoje significa a força da massa.

  • Bela resenha, amigo Max , Pedro Malasartes, o tinhoso , dissimulado, traiçoeiro é o biotipo de torcedor do lado de lá, cheios de vaidade e sem fascínio algum. Não concordo, de forma alguma , sobre dizer que o ghhenerico operou um milagre no Maraca. Não , quem acompanha futebol no dia a dia, e tem olhos pra enxergar , diria que surpresa mesmo somente o placar dilatado , mas , sinceramente, nem isto, este time do Rio tem caixa pra tres ou quatro. Este time , comandado por um treinador péssimo dos péssimos , caiu no canto da sereia, por assim dizer e pensou, erradamente, que era um timaço , um time galatico , acima de tudo. A razão disto tudo, sabemos , não adianta esconder, foi a propaganda enganosa da tv , superdimensionando o time, o lenco, fechando os olhos pra um sistema defensivo que beira o ridiculo , para o desequilibrio do time. Este treinador chegou, depois de deixar o gremio arrebentado, conversaando muito, como sempre , fazendo juras de amor, trabalhando nada. Motivador ,"copeiro", segundo a midia local, maravilhoso quando empilhou vitorias acachapantes em verdadeiras babas, com este asqueroso gabigol, fazendo o que sabe fazer: chutar cachorro morto. E tome holofote, elogio de manha a noite,, massacrando o povo brasileiro, que já tinha detectado que não é nada daquilo. Narradores , comentaristas, convidados, enaltecendo, endeusando , criando idolos de barro., É muito bom ver a cara de tacho deles agora. TODOS ELES , SEM EXCESSÃO. Este time vai disputar uma final de libertadores sem ter merito algum, não pegaram um time decente na competição toda. Amigo Max, me alonguei em falar deste lixo , o que importa é nosso galo. Amanha, ,com foco e responsabilidade , com bom futebol, passaremos , será umjogo dificil , pelo momento deles , porém acredito , sou mais galo, muito mais time. Abraço

  • Bom dia, Eduardo, Max Pereira, atleticanas e atleticanos.

    Se a velha Dona Zulmira, atleticana raiz, que não entendia nada de futebol, ainda estivesse entre nós, certamente estaria encantada com esse Galo novo e moderno que desconhece dificuldades e que sabe como nenhum outro time, vencer barreiras e transpor obstáculos. E a Dona Zulmira nem estaria preocupada em saber quem é responsável por essa mudança radical no jeito de ser e estar desse novo Galo inteligente e vencedor. Ela simplesmente estaria feliz e diria que não há nada melhor na vida que ser atleticana.

    Ser, e só ser atleticana raiz, mesmo não entendendo nada de futebol ou como isso é possível, ela simplesmente estaria feliz e cantante.

    Mas infelizmente, o Galo tem torcedores que não são velhos atleticanos raiz, como a Dona Zulmira, apesar de serem velhos e atleticanos que pensam que sabem tudo de futebol, embora parados no tempo, só conseguem pensar Galo velho e perdedor que embora tendo os melhores times do país, não conseguia vencer por absoluta imperícia. E por isso não conseguem estar felizes e cantantes. E sonham com tempos que não voltam mais.

    O GALO ESTÁ VIVO E ATIVO E AGRADECE A SUA TORCDA RAIZ QUE AO LONGO DO TEMPO O FIZERAM SER GRANDE E VITORIOSO.

    • "Mas infelizmente, o Galo tem torcedores que não são velhos atleticanos raiz, como a Dona Zulmira, apesar de serem velhos e atleticanos que pensam que sabem tudo de futebol, embora parados no tempo, só conseguem pensar Galo velho e perdedor que embora tendo os melhores times do país, não conseguia vencer por absoluta imperícia. E por isso não conseguem estar felizes e cantantes. E sonham com tempos que não voltam mais".

      Guardarei essa parte para responder (ou não, como diria Caetano Veloso ora em destaque) no final do ano (desse ano!). Abraços!

    • Exatamente isso, caro Paulo! Vamos que vamos, amanhã podemos sacramentar nosso tão esperado bicampeonato brasileiro! Parabéns a todos os envolvidos. Muitos grandes jogadores, treinadores e dirigentes tentaram ao longo de nossa história, portanto, todo o mérito do mundo pra aqueles que conseguiram! Um abraço Atleticano! SAN

  • Bom dia!
    Sei que o espaço aqui é só pra falar do Galo mas o cruzeiro vai ter a cobertura da BBC de Londres.

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