Clássico com sabor de decisão

O jogo de hoje, por seu histórico, já reúne os ingredientes de um grande clássico do futebol brasileiro, mas a situação dos dois clubes na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro cria uma motivação toda especial. Apesar de o São Paulo ocupar a décima posição, com apenas 23 pontos, os paulistas ainda sonham com G4 e a classificação para a Libertadores em 2017. A despedida do mediano treinador argentino Bauza, que assumirá a seleção do país vizinho, também contribui para que o jogo adquira contornos relevantes.

No passado, distante e recente, Galo e São Paulo já proporcionaram grandes espetáculos e emocionantes decisões. Em 1971, vencemos no triangular decisivo, quando conquistamos o primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol. Os mais velhos, como o blogueiro, não se esquecem da decisão de 1977, vencida pelos paulistas, numa das maiores aberrações do Brasileirão até hoje. Não bastassem os dez pontos a mais conquistados durante a competição, os paulistas contaram com duas armações patrocinadas pela CBF e venceram nas penalidades depois do zero a zero no placar do jogo e da prorrogação.

O STJD, direcionada e ardilosamente, tirou o principal jogador do Galo daquela partida. Reinaldo foi suspenso exclusivamente para não participar daquele jogo, num ano em que marcou 28 gols em 21 partidas. O juiz, nada menos que Arnaldo Cásar Coelho, deveria ter aplicado uma dupla expulsão durante a partida, quando Chicão e Neca (ambos do São Paulo) agrediram e quase inutilizaram Ângelo, mas fez olhar de paisagem para o lance. Contaminado faz décadas esse campeonato e a CBF.

Já no ano da nossa conquista da Copa Libertadores das Américas, além do lance em que Ronaldinho bebeu a água gentilmente servida pelo Ceni, no mata-mata foi dum-dum, vale dizer, ganhamos lá e cá. Neste ano de 2016, com a indisfarçável contribuição do “apito amigo” nos dois jogos também pela Libertadores, perdemos lá e vencemos aqui, mas fomos eliminados pelo critério de gol fora de casa. Lá, o juiz se encarregou de amarelar os dependurados para que não jogassem aqui. Já no jogo de volta, o seu colega “não viu” duas penalidades bem à sua cara.

Sem qualquer espírito de vingança, como quer sugerir a imprensa do eixo, o Galo vai à capital paulista com a única intenção de vencer e pontuar rumo ao pódio do Brasileirão. Para tanto, o treinador Marcelo Oliveira levou o que de melhor tem à disposição para a partida, inclusive Carlos, que pode ser vendido a qualquer momento. Se concretizada a transferência, acredito que viabilizará a sequência do ano e, consequentemente, das competições de 2016. Então, vamos sonhar com os dois títulos. Boa sorte, Carlos!

A meu gosto, embora a decisão seja do treinador, entraria com Patric na sua real posição, deixando Carlos César como opção de banco. Quanto a outra dúvida do treinador, entre qual dos dois Lucas – Pratto ou Cândido –, confesso que felizmente não cabe a mim a decisão. Já disse que sonho com um ataque formado por Robinho, Fred e Pratto, mas quando o treinador, atuando fora, utilizou Lucas Cândido o resultado foi quase que avassalador pelas circunstâncias. Que Deus e o saudoso Pacote – pai e quem direcionou Marcelo para o futebol – o protejam na escolha, na partida e na competição.