Cansados de correr para não chegar!

Por José Roberto

Preocupante o estilo de administração do futebol que o C.A.M adotou. Um estilo dorminhoco que beira as raias da inércia, do comodismo, do pagar para ver!

 

Custo a crer que a direção, em débito com os anseios da torcida, acredita, não só que o trabalho é bom, mas também que o time que temos é forte o suficiente para realizar uma grande jornada nesta temporada ou até mesmo num futuro nem tão distante.

No meu ponto de vista, assim como o da maioria da torcida, não é. O tempo dirá! Nas últimas apresentações, apesar do desempenho ser muito parecido na maior parte do tempo, vai ficando claro que na hora da onça beber água, as coisas complicam.

Aliás, o que temos presenciado – além da óbvia limitação técnica e a forma tolerante como o time aceita passivamente qualquer resultado, seja ele adverso ou não – é ver surgir um fato novo, mas que vem se tornando característica deste time, comissão técnica e diretoria: a apatia inacreditável de todos.

Cansaram ou apenas desistiram de correr e se doar um pouco mais em busca das vitórias? Em determinados momentos, este time parece mais um bando de amadores correndo ou evitando correr atrás dos resultados e em alguns momentos, até da bola. E essa é a “equipe” forte que o presidente, o diretor de futebol e agora também o treinador, com seu discursinho raso e conformista, teimam em citar? E o que é pior: querem nos enfiar goela abaixo.

Enquanto a carruagem passa e vamos vendo o Galo se distanciar do objetivo que julgávamos ter sido traçado, que seria fazer um campeonato digno e buscar, pelo ao menos, uma posição melhor na tabela, nossa diretoria fica sentada na beira do caminho, jogando conversa fora. Num campeonato de nível baixo, como mostra ser o desta edição, a briga pelas primeiras colocações, não é uma ilusão e sim uma realidade. Se conformar com a mesmice e achar que está tudo dentro dos “conformes” é o maior erro dessa liderança.

Não está! Nenhum Clube no mundo se sustenta sem ter ambição, jogando um futebol mequetrefe e uma bolinha inofensiva que não incomoda nenhum dos adversários. Mesmo assim, a diretoria hiberna, pois, para ela, está tudo bem!

Lhes digo que se persistirmos jogando essa bolinha inofensiva, de aceitação que vem se tornando marca registrada do time da “austeridade”, não chegaremos a lugar nenhum. O ano que seria de reconstrução, de reafirmação, se tornará um grande drama, um fiasco, até o final da temporada. E no final, culparão o azar, pois buscaram um monte de apostas e nada deu certo. Contratações sem nenhum critério, mas mesmo assim, contratações. É o que dirão.

O Atleticano sofre quando o time faz uma campanha ridícula, como se não bastasse, ele, o Atleticano, sofre também com a série interminável de desmandos fundamentados na arrogância de seu mandatário, aliado ao pensamento pequeno que brota como um verme na Sede de Lourdes.

Com um diretor de futebol e um treinador com total falta de senso crítico, que tem a destinada coragem – ou total falta dela – de dizer que o time está pronto e que não precisa mais de reforços, a coisa vai por água a baixo. Vemos apenas apresentações e tomadas de decisões pífias e uma falta de comprometimento surreal, indignas da filosofia sobre as quais o Clube foi construído. São no mínimo uns brincalhões e irresponsáveis.

Assim, vamos para mais um jogo frente ao São Paulo, sabendo que no returno nosso desempenho é pífio, que nosso time se mostra mal treinado, conformado e sem ambição. Nenhum Atleticano está exigindo título, não mesmo, porque todos sabemos o que eles têm condições de oferecer, o que se espera é comprometimento com a CAMisa, um futebol minimamente decente e atitude dentro de campo. Seria pedir muito? Saudações