Bate outra vez a desilusão no meu coração Atleticano

Assim, como em 2005, na gestão Ricardo Guimarães, o Torcedor sente o prenúncio de outra vergonha a manchar a nossa história e judiar dessa nossa paixão.

O roteiro é tão parecido, que entre os vices do então presidente, lá estava Sérgio Sette Câmara que acabou renunciando ao cargo naquela gestão.

Sinto, até pela reação do Atleticano, que estamos vivendo a pior gestão e o momento de maior vergonha em 111 anos de Atleticanidade.

Dá vontade de convocar alguns companheiros e ir para o Parque Municipal refundar o Galo (conforme sugeriu ontem o leitor José Eduardo Barata), que aqueles meninos de 1908 deixaram como legado a muitas gerações.

Essa gestão, repito, a pior de todos os tempos, está matando a nossa Atleticanidade. Disse, neste espaço, que o Atleticano estava deixando de ficar triste e sentindo vergonha, pois agora percebo que o sentimento passa a ser de raiva e ódio. Não do Galo, mas de quem está manchando essa nossa devoção Atleticana.

Nesta situação, se enquadram diretoria e assessores (como aquele arrogante que patrulha Torcedor e imprensa), comissão técnica e elenco.

Rui Costa disse outro dia que tinha vergonha de sair na rua para comer uma pizza, ao que sinto, não convém mesmo.

Nem ele, nem o presidente, especialmente os dois, mas – convenhamos – todos esses que estão nos impondo esse ridículo momento de devoção ao nosso time do coração. Dois anos de gestão Sette Câmara, nenhum título e o rebaixamento batendo à nossa porta.

Inacreditável pensar nessa possibilidade, mas ela, a cada partida, fica mais real e concreta. Nas últimas rodadas, dando um corte de dez, doze, menos e até de segundo turno, estamos entre os quatro piores da competição.

E caem exatamente quatro, então a cada novo vexame, como estamos acompanhando, a Segundona vai ficando mais perto. E ainda temos de ouvir as entrevistas vazias dos responsáveis por essa desgraça.

O presidente, semana passada, falou duas horas e não respondeu o que queremos saber. Quantos jogadores sua gestão trouxe, se eles são úteis e estão sendo aproveitados, quando custou cada um e o salário desses reservas de luxo com cinco anos de contrato.

O diretor Rui Costa, bom de prosa, quando manifesta insiste que temos um excelente grupo. Ora, me ajuda. Elenco de segunda divisão.

Os treinadores, coitados – tanto o Rodrigo Santana quanto o Vagner Mancini – longe de serem de primeira linha, insistindo com respostas que não convencem o irritado Torcedor Atleticano.

O caos está pertinho. Depois de liderar, ficar no G4, cair para o G6, agora estamos até fora de eventual participação na Sul-Americana.

Tivemos chance de vencer essa competição, mas a covardia de um time apático e pífio nos tirou da final.

O título da Sula daria vaga na Libertadores do próximo e no Mundial de 2021, mas ao que estamos assistindo, neste ano, podemos estar comemorando é outro “vamos subir Galo!” Basta! O sofrido Torcedor não aguenta esse time e essa direção.

Se o presidente curte F2, o Atleticano não quer saber de Segundona novamente. Que ele fique na Europa acompanhando seu esporte favorito, que parece ser automobilismo, pois nós gostamos é do Galo e de futebol. Essa gestão, a cada dia, confirma ainda mais o amadorismo que está gerindo o Galo.

A dor é tanta que nem consigo falar sobre as borradas na escalação inicial do Galo ontem, com Rever de volante (três zagueiros para pegar vice-lanterna) e o pastor no ataque.

O primeiro, enquanto esteve naquela missão, jogava torto e de costas para a bola, já o centroavante deveria – muitos “jogadores” deveriam acompanhar essa sugestão – passar na Tesouraria e acertar as contas.

O gol que ele errou no início do segundo tempo é para “justa causa”. Geuvânio, Elias, Cazares, Maicon, Wilson, Rever, Leo, Fábio Santos, Patric, Hernandéz, Hulk, Zé Welison, Martinez, Vinicius, Terans, Chará, Ricardo Oliveira, imaginem que extraordinária redução de gastos com tanta improdutividade.

Di Santo, não pode ser condenado pela penalidade perdida, mas o treinador que o deixou de fora e acabou recorrendo merece a responsabilidade.

Como deixar um jogador frio assumir tamanha responsabilidade. O argentino tinha acabado de entrar em campo. Zico fez a mesma merda, frente à França, na Copa de 1986. Culpa do Mancini.

Essa gestão está diminuindo o Galo, via de consequência encolhendo nossa Torcida. Se Sette Câmara e seus companheiros – remunerados e não remunerados – querem prestar um bom serviço ao Galo o caminho certo é abdicar de continuar à frente da direção.

Mesmo que ao final, por milagre e uma reação inesperada, o time se salve do rebaixamento, essa gestão da “austeridade” não deu certo. Quando não dá liga, o caminho mais curto e tomar o rumo de casa.

A Massa comemoraria como se fosse um título. Mas não só um, dois, cinco, muitos ali precisam buscar outra atividade, notadamente jogadores na hora de aposentar.

Nos meus tempos de infância, era comum no futebol da criançada, dizer a quem não tinha habilidade. “Pede pra ir ao banheiro e não volta”. É o caso! E ainda é arrogante e não tem empatia com o Atleticano.

Em tempo: ficou muito extenso e disse pouco do que gostaria, mas tenho de registrar. Desde que estou indo no Galo Na Veia, uma coisa me impressiona.

Além de ingresso a preço de cafezinho e até cortesia no setor, parece que o número de torcedor no local tem superado a capacidade.

Os corredores ficam lotados e todos de pé. É divertido, especialmente pra fazer coro aos cantos de cobrança, mas é desumano e mal acomodado.

Fora Sette!

fotos: Bruno Cantini/Atlético