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A ressaca pessoal e a cura no dia seguinte

Claro, ninguém entre nós Atleticanos, se vale de negacionismo para dissimular a tristeza pela perda do título. É sim doído, mas nossa condição de Torcedores do Galo – ao longo dos tempos – ensinou sobre vitórias, conquistas e frustrações. Nesse último grupo, em duas vertentes, incompetência – como as duas perdas recentes – e pela ação de vândalos travestidos de autoridade esportiva. São formados por subgrupos. Juízes, togados e no campo de jogo, sob a coordenação dos interesses da organização das competições e da rede esgoto de televisão interessada unicamente em seus interesses comerciais. Conhecidos e manjados atores oficiais dessa vergonha do futebol brasileiro.

Pois é, no caso das duas perdas, em que pesem lances discutíveis nas duas decisões, perdemos pelas péssimas apresentações do Galo nas três partidas – e derrotas (duas na CB e uma na LA) – frente aos dois cariocas adversários de cada finalíssima. Copas do Brasil e Libertadores. Evidente que a tristeza me contaminou e incomodou, como a maioria dos Atleticanos, que esperavam vencer ambas ou pelo menos conquistar uma entre as duas competições. Nada que nos condenasse por viver uma profunda depressão, como parece o desejo de quem secou o Galo nesses jogos decisivos.

Ontem, sem que essa ressaca das perdas interferisse na minha rotina, por onde passei – creio que hoje dia útil tenha continuidade – convivi com a insistência de alguns desejando que estivesse detonado e debilitado. Como não percebiam dessa maneira, sugeriam que eu estivesse dissimulando e omitindo a dor que desejavam ver em meu semblante. Segui, sem alterações como sempre faço em todo tempo e lugar, sob o olhar injuriado de quem desejava me ver em estado de miséria humana. O tal de espelho que pessoas usam para julgar o outro é algo que só mesmo um divã pode tratar e entender. Usei por boas décadas, pode ser essa a diferença entre eu e elas/es.

Enfim, não nego que fiquei (ficamos) triste(s), mas não é uma dor que sugira medicamento. Até porque o tratamento será nos próximos jogos do Galo, nesta e nas temporadas seguintes. Essa seguramente é a nossa diferença. Atleticanos e não secadores de rivais, ainda que essa rivalidade esteja a cada temporada mais desatualizada e só exista na cabeça dessa gente. Sobre o Galo, diria que foi uma temporada frustrante. Em quatro competições, vencemos tão e somente uma e chegamos à finalíssima de duas delas, na outra – ainda em andamento – fazendo uma de suas piores e mais medíocres campanhas. Pela ordem: Mineiro, Copa do Brasil, Libertadores e Brasileiro.

Vale dizer, em três decisões de títulos, só vencemos o mineiro. Fácil, extremamente fácil! Vice nas duas Copas. Pouco, muito pouco, para e expectativa do Atleticano. Em que pese, defendo isso, o grande mérito de ter chegado nas duas finalíssimas e até a premiação (maior que de muito time por ai) dessas conquistas. Sim, conquistas! Ser o segundo colocado na Copa do Brasil que reuniu 92 concorrentes e igualmente na Libertadores onde 47 equipes disputaram desde as fases preliminares, grupos e mata matas é algo honroso que só não é valorizado por quem tem nível de exigência exacerbado e por invejosos eliminados na primeira partida da primeira e ausente na segunda Copa.

Por fim, em minhas considerações finais – ainda triste e não nego – diria que já passamos por momentos muito piores e sobrevivemos com dignidade. Em duas situações, numa demonstração da paixão e fé Atleticana, saímos do estádio – no Mineirão do governo do Estado – cantando o hino do Galo. Decisão de 1977 e rebaixamento em 2005. Sem quebrar estádio. Ficamos um ano na série B e voltamos imediatamente numa brilhante campanha e recorde de público nacional em 2006.

Queria evitar, mas me incomoda constatar que em três derrotas em mata matas da Libertadores (21/22/24), Vargas foi o protagonista negativo em todas. Em 2021, vencíamos o Palmeiras por um a zero – gol dele – que teve o segundo tento à sua frente, mas atrasou a bola para o goleiro palmeirense. Na de 2022, decidida nas penalidades com o mesmo time paulista, expulso no instante final do jogo. Seria um dos batedores – especialidade que ainda lhe resta – prejudicando nosso time. Agora, na partida final de sábado último, marcou o gol que reacendeu o Atleticano, depois perdeu dois mais fáceis que até o Vanucci faria. Tri Vilão!

Atleticano não se entrega. A relação Galo/Massa nunca foi quebrada pela sacanagem da cbf/tv, não será uma derrota justa que vai abalar nossos mais profundos e sinceros sentimentos. Tampouco provocação barata de torcedor de time pequeno. “O sol há de brilhar mais uma vez. A luz há de chegar aos corações”. Obrigado Clara Nunes por sua canção e prece sobre o Juízo Final.

*fotos: Pedro Souza/Atlético

Blogueiro

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  • Amigos,

    Além do tudo que foi comentado nesse espaço referente a parte esportiva, deve-se levar em conta, também, a perda financeira provocada pela falta dos títulos. Futebol é muito caro e sem receita não é possível fazer grandes times. A incompetência da equipe técnica, jogadores e diretoria (de futebol também) provocou uma perda de receita da ordem de 450 milhões de reais ao clube, se não for mais. Vamos lá:
    LA - Perda de 96 milhões em prêmio (campeão 137 mi, vice 41 mi)
    CB - Perda de 52 milhoes em prêmio (campeão 73 mi, vice 31)
    Não participação no super mundial: dizem q vão pagar 50 milhões de EUROS por participante

    Não está incluído a perda de prêmio pela colocação do brasileirão, que é por posicionamento e premiação do intercontinental

    Acho que é receita para reorganizar o fluxo financeiro do clube e contratações. Vai fazer muita falta!

    Em qq empresa privada a perda de uma receita dessa provoca um revisão profunda das pessoas que falharam. Veremos se será feita no Galo.

    Como o clube é gerido por empresários de sucesso, creio que saberão como fazer.

  • Boa tarde! Dois tabus foram quebrados nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores da América. Primeiro tabu: todas as decisões da Copa do Brasil cujos finalistas protagonizaram também uma final do campeonato brasileiro, sempre saía vencedor o vice-campeão do brasileirao. Segundo tabu: Após a adoção da final em um joogo unico na Copa Libertadores, o time mandante sempre saía campeão.

  • Boa tarde, Ávila!

    O termo "ressaca" do título faz jus. Porém, a cura no dia seguinte é mais fácil para os jogadores do que para nós torcedores. Eu sou um dos defensores da máxima de que para jogador, os milhões estão na conta mensalmente, ganhando ou perdendo, e que nós torcedores é que temos que encarar as mazelas do dia a dia. Eles não tem que andar de transporte público lotado, trabalhar em construção com chuva ou sol forte. Pra eles, a cura do dia seguinte é muito mais rápida.

    Sobre 2025, a gente tá ouvindo e lendo que sem a participação na Libertadores o investimento será menor, o elenco terá dispensa, etc.
    Alguns pontos:

    1. Dispensa de quem? Do time titular? Ora, se teve jogo que teve dificuldade pra colocar jogador no banco, é porque não tem elenco. Se não tem elenco, não tem quem dispensar.

    2. Redução do investimento: sinceramente, será que 2021 não ensinou nada? Talvez eu esteja falando o óbvio ou sendo completamente burro no meu comentário, mas o que gera receita não é estar sempre competindo nas cabeças, principalmente se ganhar? (Vide a diferença da premiação do vice para o campeão nessa Libertadores). Vamos lá, clube de futebol não funciona como uma empresa "comum". Merchandising, bilheteria, essas coisas só vão dar dinheiro se o time estiver bem, é natural. O torcedor engaja mais quando o time está bem. E pra que o time esteja bem, é necessário gastar. Ok, os donos de SAF querem lucro. Mas querem lucro reduzindo custo?
    Comparando novamente com uma empresa comum. Nessa, quando se fala em reduzir custo, a primeira coisa que fazem é dispensar funcionário. Quantos jogadores, que não deixam de ser funcionários, foram dispensados desde 2021? Galo sempre trabalhou reduzindo custo, contratações de oportunidade de mercado. Pouquíssimas as vezes que isso deu certo, se é que algum dia deu certo, algumas deram muito errado. Não estou defendendo gastança, estou defendendo lógica. Gastar certo.

    3. Esse item complementa o anterior. Ok, não temos Libertadores, mas temos pelo menos 3 campeonatos a disputar, 4 se o time não conseguir a proeza de ficar fora da sulamericana. O hino do Galo diz "vencer, vencer, vencer. Esse é o nosso ideal". Isso tem que ser colocado em prática em qualquer campeonato. Até por que, pra voltar à Libertadores, via torneio de copa, só faturando o trofeu. Pra faturar o trofeu, tem que ter um time decente. Pra ter um time decente, tem que investir.

    Obrigado.

  • Boa tarde!
    Como é bom saber que alguém se aproximou de Deus.
    Depois da tal publicação do Vargas, fiquei muito alegre por saber que fui um dos que o ajudaram a se aproximar do Criador.
    Vai enganar em outra freguesia,sr.Eduardo Vargas, quem sabe o futuro não te reserve uma vaga de pastor em outro lugar qualquer.
    Até nunca mais. Obrigado por NADA, absolutamente NADA!
    Agora vamos aguardar a demissão desse incompetente Milito.

    .

  • Outro fato curioso, cadê os investidores? Só aparecem quando ganha para colher ou louros? Vejam a postura do Textor (ano passado mesmo com o vexame da perda do brasileirao, não se escondeu) e comparem com a postura dos investidores do Galo, sinceramente, desanimador!!!

  • Pra mim, é o momento mais triste desde o rebaixamento em 2005! Não pelos vice-campeonatos ou pelo péssimo Brasileiro, a pior campanha desde 2011, mas sim pelo futuro ao que parece tenebroso! Em qualquer clube sério, até no Mequinha aqui, o Lisca foi demitido por um trabalho bem menos pior do que o de Milito, sem tantas goleadas ou vexame, pelo fato do América não conseguir o acesso à elite. Já o Galo, 11 jogos sem vencer e ladeira abaixo, dois vexames em finais, uma continental e os tais mecenas inacreditavelmente mantém o mesmo treinador, fraco, medíocre, pardal e depressivo, além de burro e teimoso! Tenho inveja do Botafogo, do Palmeiras e até do Bahia, não pelos títulos ou pela história, já que temos até mais títulos relevantes do que o foguinho e o time nordestino, mas por terem investidores sérios, competentes, que não pensam só no lucro ou em roubar o dinheiro do time, mas que não economizaram em reforços e estão aí colhendo os frutos, enquanto os daqui querem gratidão eterna pelo 2021, se limitando a fazer economia porca com o carro chefe (futebol), enquanto exploram a torcida com ingressos, estacionamento e produtos como camisas e uniformes! 21 foi um grande ano e só, porque os três anos seguintes foram péssimos, conquistando apenas a Supercopa do Brasil, a não ser que só almejem ganhar estaduais mesmo! Se for verdade e o Ávila poderia averiguar isso pra nós, de que mesmo tenho ganhado uma senhora bolada nas Copas (que seria muito maior em caso de títulos, óbvio), o investimento com o time capengando será menor, entrego os pontos e desejo que esse dinheiro queime na mãos desses 4 Rs, que aí sim serão justamente chamados de 4 Ratos! Que as empresas deles tenham o mesmo destino que estão dando pro clube ou que ao menos tenham a dignidade de fazer como o rival ao lado, que vendeu a SAF pra alguém REALMENTE DISPOSTO A GASTAR E INVESTIR NO TIME, PARA LUCRAR NO FUTURO COM TÍTULOS, PROJEÇÃO E RENDA!

  • A DIRETORIA DO ATLÉTICO NÃO PODE BRINCAR COM ESSES DOIS ÚLTIMOS JOGOS QUE FALTAM......EXISTEM GRANDES POSSIBILIDADES DO ATLÉTICO NÃO SE CLASSIFICAR PARA A SUL-AMERICANA , OU MAIS GRAVE AINDA , CAIR PARA A SÉRIE B......... JÁ SÃO 12 JOGOS SEM VITÓRIA.........
    E SE MILITO CONTINUAR PARA ESSES DOIS JOGOS , AÍ O CALDO ENTORNA DE VEZ...
    MILITO PERDEU TOTALMENTE A CONDIÇÃO DE DIRIGIR O CLUBE NESSES DOIS IMPORTANTES JOGOS , ELE ESTÁ DEPRESSIVO , BAIXO ASTRAL , E ISSO PASSA PARA OS JOGADORES....
    É SÓ OBSERVAR O COMPORTAMENTO DELE FRENTE AO BOTAFOGO.....
    LUCAS GONÇALVES TEM QUE COMANDAR O TIME NESSE FINAL....

  • Bom dia,

    Em 2024 tivemos dois novatos em cargos principais, Milito e Victor.
    Ficou a eles lições que acredito pela capacidade de ambos a ser tomadas:
    Mesmo pagando pouco (sem explicação para isso), o campeonato Brasileiro é a principal competição.
    A Glória eterna é o que vimos, o fio da navalha, em 2023 o vice campeão(Boca Jr) ficou fora da competição 2024 e agora em 2024 o vice Atlético também fora de 2025.
    Copa do Brasil é o caça níquel da SAF, bom para manter orçamento e também o vice fica no fio da navalha, para 2025 nem terceira fase, preferem dar para o nono colocado do Brasileiro, tudo isso para não remunerar de acordo as equipes do Brasileiro.
    Além de tudo isso mencionado tem ainda o baixo rendimento no Brasileiro que colocou uma pressão terrível no emocional dos jogadores, então creio que o baixo rendimento no Brasileiro foi o causador de todo o mal nos resultados.
    Resumindo, o problema foi as decisões erradas dos dois novatos com o apoio é claro dos R$$$$$$ que sempre vão focar o tal do orçamento em primeiro lugar.
    Continuo torcendo da mesma forma, cicatrizes é claro, mais nada que o Atleticano já não sentiu e passou por cima.
    Que 2025 seja com menos competições e estes dois aproveitem bem a oportunidade que isso possa proporcionar.
    Vejo sempre o lado bom, temos também a oportunidade de dar uma enxugada nesse elenco e procurar assim errar menos, o treinador indicar jogadores com o perfil que ele precisa, o diretor de ficar livre de vários encostos e nós torcedores de não ver jogadores vestindo o uniforme do Atlético já que nunca fizeram por merecer o Manto.

  • Ainda em tempo; para quem não esta lembrando: fizemos a pouco um ano de SAF e veja que resultado o Atlético colheu. Não será esse um bom motivo para a Diretoria mudar tudo e resolver montar um elenco vencedor e trazer um técnico decente?

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