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Uma medida que merece aplauso

Enfim uma boa notícia para o início da temporada. O clássico mineiro será disputado, depois de alguns lamentáveis anos, com torcida dividida. A partida, válida pela Primeira Liga, poderá ser determinante ao fim da infeliz medida que determinou a realização dos clássicos com torcida única e que foi adotada por total incapacidade e incompetência de todos os envolvidos: clubes, Federação, Polícia Militar, BHTrans, enfim aqueles que, por puro comodismo, praticamente mataram um dos maiores espetáculos de Minas Gerais.

Tudo isso começou quando um governador de Minas Gerais, por deliberação própria e sem ouvir clubes e torcedores, decidiu reformar os dois estádios de Belo Horizonte simultaneamente. A medida, que sacrificou especialmente os dois clubes e suas torcidas, obrigou que se jogasse em Sete Lagoas. Naquele modesto estádio da vizinha cidade, era impossível comportar as duas maiores torcidas da capital e de Minas Gerais.

Quando os estádios foram reabertos, inicialmente o Independência, com dimensões menores que as do Mineirão, essa idiotice permaneceu. Já na reabertura do nosso salão de festas, conhecido por Mineirão e de propriedade do Governo de Minas Gerais, o então governador assegurou que dali para frente todos os jogos seriam com a presença das duas torcidas. A promessa do político valeu apenas para aquela partida.

As justificativas, dadas tanto por dirigentes quando por autoridades da área de segurança, sempre foram as mais esfarrapadas possíveis. Na verdade, essa lamentável opção pela torcida única ou com apenas parte de ingressos para acesso de visitantes sempre mascarou a incompetência e a incapacidade dos responsáveis pelo maior clássico mineiro da atualidade. Digo da atualidade porque em tempos anteriores já foi Galo e América e antes desse era Galo e Villa Nova. O nosso time sempre na prateleira de cima, já o adversário em permanente revezamento.

Brincadeiras à parte, o blog e imagino que a maioria dos torcedores mineiros – Atleticanos e não-Atleticanos – aplaudem a iniciativa. Caberá agora a nós torcedores fazer a nossa parte. E é simples. Boa conduta! Se as pessoas de bem querem desta maneira, não será permitido que “arruaceiros” joguem por terra uma tão esperada decisão. Cumprimentos aos dois presidentes e suas diretorias. Daniel Nepomuceno e Gilvan de Pinho Tavares – o nosso Gilvanzão da Massa – brilharam e demonstraram sensibilidade com seus torcedores.

Muitos de nós, 60tões, 50tões, 40tões e até admitindo alguns na casa dos 30 anos, sem esquecer os mais antigos que nossa geração, sabem muito bem o que é o Mineirão dividido entre as duas torcidas. É bem verdade que os Atleticanos sempre superaram os adversários, mas ainda assim era emocionante e divertido o nosso grito de guerra e o silêncio do lado direito das cabines de rádio.

Caros, se me permitem a pretensão, convoco e invoco a todos – Atleticanos e não-Atleticanos – a dar um exemplo a todo o Brasil. Vamos mostrar que aqui em Minas Gerais, terra de gente ordeira, é possível a realização de partidas de futebol entre as duas principais equipes mineiras, sem que seja ameaçada a segurança pública. Quem ver um desordeiro, que chame o policial militar mais próximo. Minas sempre foi exemplo para o Brasil. Sejamos outra vez!

Em tempo: que, além de de garantir a segurança dos Torcedores, os agentes policiais ou de trânsito destacados para o trabalho coíbam a ação de achaque dos flanelinhas em torno do estádio.

 

Blogueiro

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  • Torcida dividida tudo bem. Mas só até a construção do nosso estádio, pois quando construido, a nossa catedral (arena) só poderá receber devotos da fé atleticana.

  • Dudu a iniciativa é louvavel se não fosse as entrelinhas.Leio diferente isto aí, em minha visão o pïrängï que tem duas rendas penhoradas pelo consórcio Ma quer que o CAM dívida p possível prejuízo que fatalmente eles teriam , simples assim .Pode até não ser, mas debaixo deste angu tem caroço,meu caro e o tempo dirá...!!Minha opinião,certo...? SAN

  • O nosso grande problema hoje em dia e a seguranca publica fraca e sem poder de definir uma acao, antigamente nao se via policial em estadio armado, e ele se fazia valer pelo poder de respeito a farda, hoje em dia se vale ser respeitado pelo poder de violencia com pimento nos olhos de todos no estadio, eles mesmo nao sabem mais o dever de policia, perdeu o respeito, uma corda e pronto estava resolvido o empurra as bichas, agora pedem 15 mil lugares entres as torcidas e ainda reclamam de seguranca, falta poder de governo, poder de querer impor o valor da farda e se fazer ser respeitado.

  • Realmente, Eduardo de Ávila, essa historia de torcida única só trouxe prejuízo aos três grandes da capital. Tomara agora possamos decidir os clássicos com a casa cheia e dividia em duas cores.

  • Boa tarde !!! muito legal sua análise de quem era os "grandes" adversários do atlético, os gigantes américa e vila nova, mais legal ainda é ver que com esses "grandes" adversários o atlético com quase 109 anos tem 43 títulos rurais enquanto o Cruzeiro com 95 anos tem 38, que rivalidade com américa e vila nova. Vamos deixar essa pendenga pra lá, não consideramos vocês nosso grande adversário, consideramos times de maior expressão. Abraços kkkkkk

    • Para voce ver, vila e mequinha sao tradicionais em MG e mais importante junto com o clube Atlético Mineiro nunca mudaram de nome é por falar nisso quando e qual o verdadeiro nome dos azulinhos?

  • Trabalhar em silêncio zzzzzzzzzzzz bla bla bla zzzzzzzzzz tranquillidade zzzzzzzz sem pressa / trabalho 24 hs por dia zzzzz Caramba, onde estão os reforços? Pré-temporada é para ajustar o time, dar entrosamento, preparar física e taticamente, enxugar o elenco... Não é possível continuar com Carlos, Hiury, Patric e o péssimo Lucas Cândido. É a minha opinião, ok? isso não me faz menos atleticano. Quero ver o Galo campeão e, ano após ano de desculpas, a paciência se esgotou!!!! Bora trabalhar Secretário.

  • A idiotice não foi apenas do governante da épocá. Se estendeu ao Mimistério Público de MG. Futebol é misto de emoção e diversão. A emoção do jogo e a nossa diversão com as "maria celeste".

  • O mundo mudou. A sociedade mudou. As pessoas mudaram. Para melhor em algumas áreas, para pior em outras. Isso é tão óbvio que acaba não sendo considerado. Como em tudo na vida, é necessária a reflexão. Temos alguns elementos.
    o Crescimento da exploração comercial do futebol. A fidelização dos torcedores cresceu vultuosamente nos últimos anos, mudando a maneira de comercialização dos ingressos. Tal qual está sendo proposto para esse clássico, antigamente as rendas eram divididas entre os clubes, com percentuais vinculados ao resultado das partidas. Com o cartão fidelidade, programa de sócio torcedor, o clube mandante já percebe os resultados financeiros de seus programas, e precisa destinar parte da capacidade dos estádios para os “sócios”, quer seja de maneira direta(ingresso garantido) ou de maneira indireta (privilégios e descontos na aquisição de ingressos). Puro achismo, mas creio que essa situação proposta pelo presidente do clube mandante levou em consideração a queda vertiginosa em seu programa de fidelidade, bem como os arranhões na relação comercial que possui com a administradora do estádio. Não existe almoço grátis!
    O comportamento das torcidas também. Dispensável tecer comentário sobre o aumento da violência em todos os aspectos da convivência urbana. Acompanhando esse padrão, os cidadãos se valem da figura de torcedores para promoverem todo tipo de vandalismos, de agressões, depredações, furtos, etc. Em todo clássico, temos notícias de violência ocorrida em regiões distantes do local do jogo. No primeiro clássico do ano passado, houve confronto de gangues, travestidas de torcedores, no Eldorado em Contagem, à quilômetros do estádio do Horto. A imprensa, como sempre, “comeu de colher” valendo-se todas as maneiras possíveis dispostas nas redes sociais para explorar o fato. Violência gera audiência! Para o policiamento, quanto mais longe do estádio, melhor. Contribui para os índices que medem a eficiência do policiamento. Afinal, controlar uma torcida, composta por no máximo 10% do público que vai ao estádio e muito mais fácil do que controlar possíveis 50%. É estatístico. Nisso, a PM está coberta de razão. E, que se dane os confrontos em locais espalhados pelos diversos cantos da cidade. A eficiência do contingente alocado no estádio é o que importa.
    As motivações para esses enfrentamentos também sofreram alterações em sua essência. Muitos são marcados pela internet, por pessoas que, a princípio, se conhecem! É óbvio que não há relação de amizade entre elas, mas há conhecimento sobre os integrantes dos grupos rivais, locais onde frequentam etc. usam essa informações para marcarem confrontos nos idas dos jogos. E ambas as partes buscam o confronto, pois evita-lo é perder, fugir, acovardar. Vá entender! A imprensa também contribui, com já relatado, fomentando uma a rivalidade doentia. Travestidos de programas esportivos, que seja no rádio ( abordando com bom humor...) ou televiso (bancada democrática). Pregam a paz, jogando álcool na fogueira.
    Por fim, as atividades das torcidas organizadas também mudaram. Já foram noticiadas existências comercialização de ilícitos por integrantes dessas torcidas, fazendo com que alguns desses confrontos tenham origem em razões “comerciais”. Isso teria influencia, inclusive, nos confrontos entre torcidas organizadas do time azul, vistas nos anos de 2013 e 2014. O presidente daquele clube tratou o caso como “atleticanos infiltrados” tentando causar prejuízo ao clube. Nem a sua própria torcida acreditou.

    • Souza, boa análise. a violência entre torcedores está longe de se limitar ao dia e local do jogo. É atemporal também, eu era criança na década de cinquenta e já ouvia falar de torcedores brigando em dia de clássico. Eu morava no Barro Preto e vi muita briga em dia de clássico lá no campo do cruzeiro e na Praça Sete. O problema é de educação primeiro e falta de autoridade pública depois. Os Hooligans foram devidamente punidos na Inglaterra, Holanda e outros países da Europa e sumiram. Restam alguns nos países do leste europeu onde a desordem pública é semelhante à do Brasil. Este estado de coisas só se resolve com educação e punição exemplar. E é limitado a um grupo de bandidos travestidos de torcedores. Tenho saudade do tempo em que eu estava no Maracanã para assistir o jogo do Galo campeão brasileiro e subi e desci a rampa junto com torcedores do Bota, Flamengo e outros clubes cariocas. Detalhe: Eu estava vestido com a camisa e calça do Galo. Também tenho saudade de quando terminado o jogo no Mineirão a gente voltava no mesmo ônibus com a torcida purpurinada. Hoje, se eu resolver suicidar vou fazer isso de novo.

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