A difícil missão de ser dirigente

Não queria nunca estar na pele de qualquer diretor de um clube de futebol, especialmente no time do meu (do nosso) coração que é o Clube Atlético Mineiro. Já fui, no passado e por três mandatos, conselheiro e fui colocado pra fora na gestão nefasta do nada saudoso Paulo Cury. Depois, por convite do então presidente desse colegiado, esse sim saudoso Tite, declinei de um convite para ser membro benemérito.

Me lembro que na ocasião disse ao querido amigo – que por muitos anos ao lado do Toninho Abdala seguraram a missão de diretores de futebol não remunerados – que preferia me manter na condição de Torcedor a integrar grupos políticos internos. Daí nos dias de hoje, estou aqui na condição de blogueiro, me esforçando para oferecer ao Atleticano esse espaço de uma boa resenha.

Digo isso, pois venho observando a reação de um pequeno grupo de Atleticanos que ao invés de seguir com orgulho das conquistas recentes, optam por tentar incendiar onde não existe sequer alguma fumaça. E digo fumaça, numa analogia a escolha do técnico, a exemplo do conclave para a escolha do papa. Reafirmo, até prova em contrário, minha confiança na diretoria e benfeitores.

Os resultados recentes, refiro às três conquistas de 2021, só foram possíveis graças à atuação dedicada desses abnegados, que sofreram duras críticas dos mesmos que agora cobram a definição do treinador. Faltam exatas duas semanas para o início do campeonato mineiro, temos praticamente o mesmo elenco que nos levou às comemorações recentes de títulos nacionais.

Se saíram cinco jogadores como Júnior Alonso, Diego Costa, Alan Franco, Nathan e Hyoran – a ordem é pela relevância que julgo – estão chegando outros cinco. Agora sem o mesmo ordenamento uma vez que ainda não vestiram a nossa camisa Ademir, Godín e Fábio Gomes, além dos retornos dos garotos Vitor Mendes e Guilherme Castilho. Outros nomes estão sendo avaliados pela diretoria.

Terminamos a temporada com 32 jogadores e vamos reiniciar o ano com o mesmo número ou até podendo ter uma variação a mais ou a menos, dependendo de negociações. Os nomes de Otávio e Edenílson estão na ordem do dia, pelo noticiário e redes sociais, embora nada oficial tenha sido mencionado pela diretoria. São bons reforços, evidentemente, mas as tratativas devem ser conduzidas por quem tem o poder de decidir. E, reafirmo, pelos recentes resultados demonstraram muito esmero com a missão que estão conduzindo.

Ontem, insistentemente, surgiu e especulação sobre uma eventual proposta do Internacional para liberar Edenílson numa troca por Guga, o empréstimo do Savarino e certo valor em dinheiro. Foi o suficiente para um quase levante e pedido de interdição no comando do Galo. Ora, com todo respeito, se a cada especulação surgir uma reação dessa, não me surpreenderia se os homens que dirigem os destinos do nosso time e seus aliados benfeitores abandonassem essa árdua tarefa de gerir e organizar a vida Atleticana.

A gestão financeira, administrativa e de futebol vem sendo feita com muita responsabilidade, a resistência – convém registrar que alimentada pela imprensa do eixo e um ou outro mineiro – encontra ressonância e faz barulho por entrar na pilha dessa gente. No caso do treinador, disse aqui dias atrás, não vejo necessidade de definição imediata. Claro que nem queria a saída do Cuca, gostaria que o nome do seu substituto já estivesse definido, porém prefiro aguardar a ter uma escolha precipitada e suscetível de pouca durabilidade. O mesmo se aplica aos reforços, que deverão ser pontuais e visando as competições e o difícil calendário do futebol brasileiro.

Cautela! Paciência! Quem não viu, sugiro assistir um interessante vídeo do Rica Perroni acerca de uma eventual soberba – que não combina com o resignado Torcedor Atleticano – a despeito desse tipo de exigência. Vale à pena, sob pena e risco se insistirem e acharem que o Galo tem a obrigação de ganhar tudo daqui pra frente. Eu mesmo brinco que se ganhamos três ano passado, esse ano quero seis, aqueles mesmos e mais Libertadores, Mundial e Super Copa. É minha vontade e meu desejo, mas vamos racionalizar. Não posso esquecer cada pedaço de chão que percorri durante mais de meio século acompanhando o time.

Então, caríssimas e caríssimos, o momento é de darmos as mãos e apoio aos nossos dirigentes e não cobrar, exigir, ameaçar, baseado em conversa fiada de quem não tem qualquer empatia com o nosso time. Se eu tivesse o brilhantismo profissional dos homens que dirigem o Galo, seguramente seria um Executivo de uma grande empresa e não teria sequer tempo para resenhar sobre esse assunto aqui diariamente. Cada qual no seu quadrado.

Sigamos!

*fotos: UAI/EM