por Marcelo Seabra
Depois de escrever e produzir algumas bobagens divertidas como Soldado Universal, Stargate e Independence Day (e a sequência intragável), Dean Devlin resolveu atacar de diretor. Deixou de lado a parte “divertida” e ficou só na “bobagem” com Tempestade: Planeta em Fúria (Geostorm, 2017). E a estupidez já começa no título nacional, que não obedece o conceito apresentado no filme (e no título original) de uma geotempestade, uma catástrofe que os personagens tentam evitar a todo custo.
Um bom elenco, que inclui Gerard Butler, Jim Sturgess, Abbie Cornish, Ed Harris e Andy Garcia, é desperdiçado com uma história estapafúrdia que mais uma vez coloca o presidente americano como presidente do mundo. Uma rede de satélites é inventada para segurar a natureza e evitar tsunamis e outras desgraças. Depois de muito tempo em paz, alguém começa a avacalhar o esquema e temos cenas impensáveis como uma inundação no deserto e um congelamento generalizado em Copacabana.
As coisas acontecem com os personagens como e na hora em que acontecem apenas para servirem ao roteiro. O engenheiro-chefe do projeto (Butler) é demitido depois de salvar o planeta, sendo até reconhecido na rua pela façanha. Os senadores são todos maus ou corruptos, para compactuarem com isso, e uma briga de família é forçada porque… porque precisa. E isso porque estou tentando ficar nos clichês, e não nas situações que desafiam todas as leis da física ao mesmo tempo. E a nossa paciência. As motivações dos vilões são o tipo de coisa que tira qualquer um do sério. E sabe qual é a solução quando o seu computador pegar um vírus? Basta reiniciá-lo!
Sem falar nos efeitos especiais…que não eram tão especiais assim…vide a parte de Copacabana… foi tosco.