Plante uma árvore, tenha um filho e escreva um livro. Ah! Se der, assista a um debate in loco também.
Na porta do estúdio a recepcionista encaminha os convidados aos seus lugares. Um rapaz chega e ela lhe pergunta: “O senhor é jornalista”? Ao que ele responde: “Não, sou candidato.” Putz! Me senti mal pelo rapaz. Começou assim a minha estreia na “cobertura” política presencial. E querem saber? Adorei.
Sinceramente… Um show! De tudo. De horrores e de imaginação. De curiosidade e de paixão. De vocação e de cinismo. Um teatro da vida real representado por personagens distintas. Umas autênticas, outras fictícias. Personagens de si mesmos tentando vender aquilo que definitivamente não são: sinceros, preparados e perfeitos.
Os olhos não mentem, ok. Mas as câmeras, essas… Ô, se mentem. O sujeito fita a lente, faz ar de sério e despeja um palavrório sem sentido e sem verdade. De casa, pensamos estar diante de homens prontos a nos governar. De perto, não passam de trêmulos gaguejantes imaginando uma forma de não mostrarem quem verdadeiramente são.
Intervalo, ufa! Hora de os caras enxugarem as cachoeiras de suor, de os “gênios” do marketing lhes sussurrarem truques aos ouvidos, de retocarem a maquiagem borrada. Um circo, onde a plateia em casa pensa participar de algo realmente sério, no sentido de comprometimento. Mas tudo não passa de um festival de mentiras ensaiadas a nos enganar após o pleito.
Farei isto, farei aquilo; no meu governo aqui, na minha administração acolá; sou, fui, serei. Só eu presto, só eu tenho a solução. Votem em mim e façam um favor a si mesmos. Sou phoda! Com PH. Já os outros, lixo. Puro lixo. Querem ver? É a minha vez de perguntar. Olhem só:
“Candidato, a minha pergunta é, me desculpe, mas… O senhor poderia nos dizer como foi a sua infância”? Núúúúú, que pergunta dura. Que pergunta produtiva. Taqueopariu, viu? Fosse comigo e eu nem responderia.
Um era preparado, mas desconhecido. Outro despreparado, mas conhecido. Outro ainda, um monotemático brigão. Os demais, meros figurantes sequer reconhecidos como candidatos. Saúde, segurança, transporte, educação… Todos têm a solução mágica e definitiva para tudo. Só não falam de onde virá o dinheiro. E sabem por quê? Porque nenhum deles pensa no que a cidade mais precisa, que é um ambiente de negócios favorável ao empresário, fonte de todo o bem, vulgo dinheiro.
Nenhum dos candidatos tem um plano para atrair capital, novas empresas e empreendedores para a cidade. Nenhum deles quer saber de vender BH. Vender nossa mão-de-obra, vender nossa hospitalidade, vender nossa capacidade. Sabem por quê? Porque tudo o que prometem são meras ideias marqueteiras em que ter ou não o dinheiro não faz a menor diferença, pois nada sairá realmente do papel. É apenas panfleto eleitoral.
Nem no único momento quente do debate houve sinceridade. Nem de quem acusou, nem de quem se defendeu. O acusador não acredita no próprio ataque, e o ofendido sabe que não tem defesa. Daí derrubam o tabuleiro e espalham as peças. Que recomece o jogo novamente, pois há mais o que não dizer. Há mais o que não fazer. Estão ali para isso.
Ao final, ao meu lado, um coordenador de campanha manda o auxiliar sussurrar o discurso final ao cliente-candidato: “Mande-o olhar para a câmera e falar sobre esperança”. Dito e feito. O candidato obedece e fala sobre… esperança. Soa tão verdadeiro como uma nota de R$3.
São todos patéticos!
O nosso jogo político é reflexo da cultura que nossos meios de comunicação proporcionaram, FARSAS!
Assim como os candidatos que não passam de miseráveis tentando alcançar algo que não são ou não podem fazer, os jornalistas e blogueiros com espaço nos veículos de comunicação também só escrevem de acordo com as linhas editoriais pagas por “forças ocultas”.
Interessante ler as matérias nos principais sites de notícias, em especial de Minas Gerais e ver como há uma polarização dos assuntos e “ocultismo” de coisas que possam prejudicar a imagem de A ou B. Um exemplo disto é como o Uber se tornou PACIFICADOR ou SATANISTA, de acordo com o a linha editorial de cada site. Se para um, que tem estampado o anúncio de uma cooperativa de táxis o serviço é horrível, para o senhor empresário, que defende a não participação do estado na economia (exceto quando se vê a grana rolando na Petrobrás e o BNDES negando empréstimo a empresa privada, aí o estado tem que distribuir os lucros), semana passada o Uber virou um santo que pode até produzir trabalho análogo a escravidão que terá um texto defendendo a permanência do aplicativo.
Portanto, a cena que o senhor presenciou nos bastidores do debate, nada mais é do que algo que o senhor com seus textos tendenciosos também ajudou a produzir.
Luiz, você está sendo — ao menos comigo — extremamente injusto e leviano. Eu não tenho qualquer patrocínio e não recebo um centavo para fazer o blog. Antes de generalizar tudo e sair por aí acusando pessoas de bem de fazer o que não fazem, sugiro um autoexame de consciência: Gostaria de ler algo ruim a seu respeito, mesmo não sendo verdade? Fica a dica de reflexão.
Parabens pelo texto, Ricardo. Direto ao ponto. Nota de R$3.00, essa foi boa…Realmente sao todos iguais a ela. Acho que o mundo esta vivendo uma crise de lideranca e credibilidade. Nenhum cadidato realmente fala a verdade, so fala o que a “massa” quer escutar e vai lhe render votos. Muito triste, mas a pura verdade.
Valeu, Juan! Obrigado
nao vi….estou no Mexico e pensei q poderia ver pela rede alterosa pela internet…mas nao consegui…q pena!
O Portal UAI transmitiu ao vivo. Pena mesmo!!
E os patetas votam acreditando que farão uma BH melhor. Como? Cada vez mais difícil por pessoas que nem sabem administrar nem suas proporias casas.
Ricardo,
Quem são eles?:
Um era preparado, mas desconhecido. Outro despreparado, mas conhecido. Outro ainda, um monotemático brigão. Os demais, meros figurantes sequer reconhecidos como candidatos. Saúde, segurança, transporte, educação…
Gostei muito do comentário e fiquei com curiosidade de saber quem eram os caras…. kkkk
Te respondi já, Felipe. A bosta da lei eleitoral tem uns melindres, tipo direito de resposta, etc.. Por isso não nominei. Mas dá pra imaginar quem são. Abraços!!
Desculpe Ricardo por ter enviado duas vezes. É que deu pau aqui na página e achei que a primeira não tinha ido. Mas enfim, mais uma vez estamos sem opção. Talvez o menos pior seja o mancha com a Jô Morais….
Tá doido, sô?!?!?!?
A cada dia, prezados, somos feitos de bobos em todos os aspectos. Ou vocês inocentemente acreditam que nós sabemos de tudo o que se passa nos bastidores, ” atrás das câmeras”? Infelizmente nossa fraquíssima cultura política, que alguns indivíduos ( imbecis, no sentido da palavra mesmo) dize
m não se interessar, mesmo sabedores que isso é intrínseco à sua vida, quer ele queira, quer ele não queira. Se unidos somos fortes, com alguns pensamentos destes inomináveis seres, esta força é minguada e nos faz sujeitarmos a uma pequena minoria , não havendo muito o que se fazer, somente aceitar o que é imposto guela abaixo, sem muito questionamento. Seguimos nossa vida bovina, um atrás do outro, somente aceitando o que é determinado e olha que nós, diferentemente dos bovinos, podemos pensar e definir ou decidir sobre o que queremos, sendo necessário para isso, somente usar uma ferramenta que já possuímos que é o pensamento. Esta chegando a hora de pensar mais uma vez, vamos ver o que faremos de nosso destino, ou sentamos no sofá e reclamamos ou tomamos a rédea de nossa vida e não nos deixamos mais sermos manipulados.
Muito bom, William!!!!
Concordo plenamente com você William. Cada um tem de tentar resolver a sua vida e da sua família. É assim que faço. No entanto, acho que seria ótimo se vivêssemos em comunidade, onde o esforço global seria em benefício de toda a comunidade. No entanto, nestes movimentos, logo aparece alguém para se aproveitar. Então, como disse antes, resolvo meus problemas em família. Não participo de grupos comunitários. Sei que estou errado, mas não acredito na boa fé dos “lideres”. Não estamos na Finlândia.
Um era preparado, mas desconhecido. Outro despreparado, mas conhecido. Outro ainda, um monotemático brigão. Os demais, meros figurantes sequer reconhecidos como candidatos.
Ricardo, quais são eles?
Felipe, tem uma bosta de lei eleitoral que é cheia de melindres, por isso não nominei. Mas dá pra imaginar, né?
Todos, tão sujos e enganadores como a própria imprensa usada como palanque, com objetivo de ampliar parecia pontos no Ibope…
Tudo é um jogo, onde quem ganha já sabemos, bem como sabemos também quem perde, que é a maioria das população, que não receberá verbas de publicidade, não desviará dinheiro para seu bolso, não vencerá contratos públicos de maneira duvidosa, não indicará apaniguados para cargos e funções públicas. Aliás não terá direito nem mesmo aquilo que tais candidatos pregam: Saúde, segurança, educação…
Caro senhor Ricardo da casa de onde eu sai fomos sempre incentivados A tratar bem nossos convidados, todas a pessoas que estavam no debate na noite de terça feira estapor Identificadas pareciam saber bem onde estavam e para onde se encaminhar ,o senhor se esqueceu de comentar em seu relato sobre sua experiência por Atras das cameras que além de não Possuir nem uma identificação parecia estar meio perdido, sendo assim como e de costume tratar bem a todos que entram em nossa casa e sem saber o tão “Respeitado e importante jornalisa” a quem me dirigia a palavra, mesmporque não havia nada que te indentificasse como tal, apenas quis ser cordial, agradeço por se sentir mal por mim e espero que tenha sido bem recebido .
Me desculpe, mas não compreendi absolutamente nada do que o senhor quis dizer. Se quiser se explicar melhor, por favor sinta-se à vontade para fazê-lo novamente. Abrs.
Um rapaz chega e ela lhe pergunta: “O senhor é jornalista”? Ao que ele responde: “Não, sou candidato.” Putz! Me senti mal pelo rapaz.
memória curta senhor Ricardo
E o que isso tem a ver com o senhor ou com seu comentário? Acaso o candidato era o senhor? Ainda que fosse…
Poderia ser pior… poderia ser do RJ! Já pensou ter que votar em um daqueles???