“Olá, Dr. Douglas Amorim. Tenho 18 anos, sou solteira e me relaciono com um homem bem mais velho do que eu. Quando o conheci, tinha 15 anos e não quis ficar com ele. Eu era muito nova e percebi que não teria maturidade suficiente para lidar com um homem que tinha idade para ser o meu pai. Na época ele era solteiro e não tinha filhos. Como percebi que iria me apegar, e que isso não seria muito inteligente da minha parte, resolvi me afastar. Hoje, com 18, sou bem mais madura e sei o que quero. Nós havíamos perdido o contato quando eu era mais nova, mas, acabamos nos reencontrando. Voltamos a conversar e, descobri que nesse tempo, ele ficou noivo. Eu não me importei com isso, ficamos, e levei isso numa boa. Fiz isso porque sei que a minha intenção não é casar com ele. Não sou muito romântica, não penso em namorar agora e gosto da minha liberdade. Como gosto de ser solteira, vi em ser a amante, um bom modo de ser solteira e livre. Além disso, também teria alguém mais “fixo” para me divertir e conversar. No momento ele supre essas necessidades. Porém, como ainda sou nova, tenho medo do coração falar mais alto dessa vez e eu acabar me apegando. Esse é o meu maior medo. Afinal de contas, ele é um homem comprometido. Por enquanto está tudo correndo muito bem entre nós. Minha pergunta é: continuo com o caso ou não? Desde já agradeço”.
Envie sua dúvida para perguntaUAI@gmail.com Não identificamos os autores das perguntas
Resposta:
Querida leitora, quando você o conheceu, era uma adolescente com apenas quinze anos. O fato de ter percebido que não teria maturidade pra ficar com um homem que era muito mais velho do que você, foi uma decisão muito acertada. Inclusive, porque, se algo tivesse acontecido entre vocês, poderíamos pensar até mesmo em complicações na esfera da justiça. O fato de você ter dezoito anos, faz com que seja maior de idade e responsável pelos seus atos. No entanto, será que nessa idade você realmente pode ser considerar uma mulher madura? Eu tenho cá, minhas dúvidas. Por mais que você possa ter capacidade de lidar com determinadas questões, o seu próprio texto aponta para uma grande contradição. Perceba: no início da sua mensagem, você falou que hoje se sente bem mais madura e que sabe o que quer. Disse que quer ser solteira, ter sua liberdade etc. Por outro lado, mais ao final da sua mensagem, fala que é nova e que tem medo do coração falar mais alto e acabar se apegando… Se você é tão segura de si, por que o medo?
No meu humilde modo de entender, sua maturidade se apresentou quando lá, mesmo com seus quinze anos, não quis ficar com ele, por medo de não dar conta. Aí sim, você foi madura. Agora, acreditar que, com dezoito anos, você se sente uma mulher feita, que sabe bem o que quer da vida em termos afetivos, é um engano. Se você não pensa em namorar e quer tem alguém fixo para se divertir e conversar. Até aí não vejo problemas. Isso, pode ser uma amizade coloria, um rolo, uma paquera, um ficante etc. Muitas pessoas gostam de viver assim e eu não tenho nada contra, desde que sejam felizes. Entretanto, já vi muita gente, que também tinha esse discurso, que se apaixonou pelo ficante, namoraram, casaram-se e foram muito felizes. O que creio ser mais perigoso na sua história, é viver esse tipo de relacionamento com alguém que seja comprometido e que está em vias de se casar.
Dicas pra você: ao longo dos anos, vi muitas pessoas se submeterem à condição de amante. Já vi dezenas de mulheres (e homens também), terem esse discurso de mera diversão e, quando menos assustarem, se perceberem profundamente envolvidas. Posso lhe assegurar que a experiência não é boa e, sair desta condição, pode levar até mesmo, anos. Obviamente, não tenho a intenção de dizer o que você deva ou não fazer, em uma situação como essa. O que posso fazer é convidá-la a pensar que, todos nós, devemos ter saberia para cuidarmos bem de nós mesmos. Isso vai desde as coisas mais simples, como algo que queremos comer, até coisas mais complexas, como a pessoa com quem iremos nos relacionar ou a profissão que escolheremos.
Quanto mais acertadas as escolhas, menores as possibilidades de sofrimento e angústia. Para fazermos nossas opções, precisamos refletir e pensar nas possíveis consequências dos nossos atos. Ao adotarmos tais condutas, podemos evitar uma série de desgastes futuros. Portanto, a grande questão não é dizer se você é uma pessoa que deve namorar/casar ou curtir sua “solteirice” e, consequente liberdade. O grande ponto é: com quais pessoas você desejaria seguir qualquer um dos caminhos propostos? Seja pra se comprometer, ou pra se divertir, o ideal é que o faça com alguém que não tenha medo. E é isso que você está sentindo agora: medo de sofrer futuramente. Portanto, cabe a você decidir quais os riscos que está disposta a correr. Pense nisso e lembre-se: seja sua melhor amiga e não, sua pior inimiga, ok? Boa sorte!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
www.douglasamorim.com.br
Instagram:@douglasamorimpsicologo
Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
E é isso que acontece mesmo… eu quis falar sem ofender, mas a Marina foi direta e verdadeira! daqui uns anos estará do outro lado! Boa sorte
Você demonstrou ser imatura e insegura na descrita da sua pergunta. Você vai saber o que é maturidade quando tiver 30 anos e seu marido te trair com uma novinha (piriquete e mal caráter) de 18 anos, você vai se sentir um lixo de pessoal, retardada por investir num relacionamento fracassado ai você vai ter que usar de maturidade pra decidir se termina o casamento, mesmo tendo 2 filhos pequenos e financeiramente destruída porque além de tudo o marido é pobre ou se perdoa e tenta de novo. Eu desejo que isso tudo descrito a cima aconteça com você. Lembre-se que não se pode fazer para o outro o que não gostaria que fizessem com você.
Ótimo conselho Douglas! Realmente viver uma vida na sombra da outra, além de não levar a lugar nenhum, traz uma cicatriz que não se apaga quando a traição é descoberta. viva sua liberdade sem prejudicar a vida de outras pessoas. A garota de 18 anos pode até pensar que não está prejudicando, mas o relacionamento é marcado muito mais pela lealdade do que pela fidelidade em si, e o parceiro dela não está sendo leal com nenhuma das 2 pessoas que ele se relaciona, nem com a noiva e nem com a amante (palavra forte…) mas o que mais quero dizer é que, sendo uma pessoa que já passei pelo sofrimento e constrangimento de descobrir uma traição do meu marido, te digo: não compensa ser a outra e que o mundo dá voltas… e que não compensa a aventura e a liberdade que pensa que tem… se a noiva descobrir e terminar, ele decidir ficar com você, você terá paz e tranquilidade para se relacionar com ele ou o medo vai bater na porta e a pulga atras da orelha se instalar dizendo que o que ele fez com ela vai fazer com você? não compensa… vai por mim, sai dessa enquanto é tempo…. viva sua liberdade sem prejudicar a vida de outras pessoas.