Até que demorou para a franquia seguir adiante, já que o último filme é de 2013. A Morte do Demônio (Evil Dead, 2013) foi apresentado à época como uma mistura de refilmagem e continuação do novo clássico de 1981. Traz basicamente a mesma história, mas a leva mais longe enquanto faz homenagens à trilogia de Sam Raimi. Agora, dez anos depois, é a vez de Lee Cronin dirigir e escrever um longa que pode levar a franquia adiante criando um universo mais amplo que aquele de Ash.
Para quem está chegando agora, é bom contextualizar: Raimi, hoje mais conhecido como o diretor da trilogia do Homem-Aranha de Tobey Maguire, lançou sua carreira em 81 com um terror de baixo orçamento estrelado pelos amigos. Bruce Campbell, hoje um notório ator de filmes B e figurinha fácil em encontros nerds, era Ash, o coitado que enfrenta demônios quando amigos em uma cabana afastada encontram o Livro dos Mortos e os invocam. Ele ainda apareceu nos dois filmes seguintes e na série de TV.
Cronin, que tem no currículo alguns curtas e o instigante The Hole in the Ground (2019), além de ter trabalhado com Raimi na série 50 States of Fright, seguiu os passos de Fede Alvarez, diretor da obra de 2013 que reviveu o nome Evil Dead. Assim como o colega, chamou nomes desconhecidos para o elenco e lança agora A Morte do Demônio: A Ascensão (Evil Dead Rise, 2023), com uma história que ele próprio escreveu e que tem vida independente dos demais. De forma direta e enxuta, mostra o horror de uma família quando um espírito parece tomar o corpo da mãe.
Assim como no filme de 2013, esse A Ascensão tem sangue a rodo, além de vísceras e outras partes humanas visíveis por dentro. Membros arrancados não faltam e é aconselhado a estômagos mais frágeis que passem longe, assim como pessoas facilmente impressionáveis. Para os fãs do gênero, não há nada exatamente inovador, apenas uma trama amarradinha, com poucos clichês e sustos gratuitos, e a sensação de risco constante. Todos os personagens estão em perigo, das crianças aos adultos, e as protagonistas, Lily Sullivan e Alyssa Sutherland, fazem um bom trabalho.
Assim como no anterior, coisas acontecem de acordo com a conveniência do roteiro. Nada que chegue a incomodar, mas as regras do Necronomicon não chegam a ficar claras. Alguns elementos recém-descobertos podem levar a várias outras continuações. Ainda mais levando-se em consideração o baixo custo dessas produções. E Cronin deve se tornar um nome forte no gênero terror, tendo em vista as críticas positivas que A Ascensão tem recebido. Isso, além da atenção recebida devido às pessoas que alegadamente passaram mal nas sessões.