Em 1985, um traficante de drogas estava fazendo o transporte quando o avião, muito pesado, começou a ter problemas. Para garantir o voo, ele começou a jogar sacolas e mais sacolas de cocaína em pleno ar, tudo caindo em um parque ecológico. Um urso negro foi encontrado morto três meses depois, bem longe do local, com 40 embalagens de cocaína abertas. A causa da morte: overdose. Esse fato serve de premissa para O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear, 2023), que extrapola a realidade e nos presenteia com o primeiro urso serial killer do Cinema.
Elizabeth Banks, em seu terceiro crédito como diretora (depois de A Escolha Perfeita 2, 2015, e As Panteras, 2019) resolveu contar essa história como se fosse a vingança do urso, como ela afirmou em entrevistas. Com roteiro de Jimmy Warden (de A Babá: Rainha da Morte, 2020), o longa é um slasher estilo anos 80 – inclusive ambientado nessa década – com uma diferença: ao invés de um vilão sobrenatural, como Jason Voorhees, temos uma força na natureza. Um urso doidão na droga.
O filme toma o cuidado de deixar claro que ursos negros americanos não atacam humanos, não são territorialistas ou violentos. Nesse caso, o comportamento do animal teria sido totalmente alterado pela cocaína. Vários personagens são criados para serem vítimas em potencial. Traficantes, oficiais da lei, turistas e crianças são algumas das possibilidades. E há passagens muito divertidas, mortes toscas e membros sendo arrancados.
À frente do elenco, a eterna Felicity Keri Russell faz uma mãe que precisa ir atrás da filha fujona, interpretada pelo prodígio Brooklynn Prince (de Projeto Flórida, 2017). O maluco do avião é vivido pelo marido de Russell e parceiro de The Americans, Matthew Rhys. Temos ainda Margo Martindale (de Bem-Vindos à Vizinhança), Jesse Tyler Ferguson (de Modern Family), Alden Ehrenreich (de Han Solo, 2018), O’Shea Jackson Jr. (de Obi-Wan Kenobi), Isiah Whitlock Jr. (de Destacamento Blood, 2020) e o saudoso Ray Liotta (de História de um Casamento, 2019) em um de seus últimos trabalhos. Entre nomes mais ou menos famosos, todos funcionam muito bem.
Banks demonstra segurança na direção, entregando uma obra enxuta, direta, com um bom equilíbrio entre humor e suspense e dividindo bem o tempo de cena dos muitos personagens – dos quais sabemos pouco, mas o suficiente para nos importarmos. E, no fim, nos pegamos também torcendo pelo pobre urso, que não tem culpa de ter ficado louco na cocaína. Só confesso que cheguei ao final da sessão ainda sem saber o que é “pintar a cachoeira”.
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