Tom Hanks é Finch em simpática ficção-científica

Três personagens em uma viagem pelos Estados Unidos aprendendo o que é amizade em um futuro pós-apocalíptico. Essa é a descrição mais objetiva de Finch (2021), longa da Apple TV que traz Tom Hanks à frente do elenco. Ou como o elenco. Humano, ao menos, já que o trio é completo por um cachorro e um robô. Mais uma vez, cabe a Hanks segurar um filme nas costas, já que o sucesso de Finch depende quase que exclusivamente do ator. Da última vez que vimos algo assim, havia uma bola de vôlei numa praia. E Hanks foi indicado ao Oscar.

Na direção do longa está o inglês Miguel Sapochnik, que comandou seis episódios de Game of Thrones, entre outras séries, e conta com dois roteiristas de primeira viagem, Craig Luck e Ivor Powell. Mas, ao contrário de Luck, com pequenos trabalhos como assistente de produção, Powell foi produtor de clássicos de Ridley Scott (Os Duelistas, Alien e Blade Runner). E Finch não deixa de ser ficção-científica, claro, mas é um mundo desgraçado até razoável. Tirando que a camada de ozônio foi pro espaço e o Sol queima no menor contato.

Quem está acostumado com o futuro como normalmente é mostrado no Cinema, com carros voadores e robôs humanóides, pode achar Finch um tanto anticlimático. Não há explosões ou batalhas. O vilão não é um zumbi ou um conglomerado milionário. O vilão é o humano que quer os recursos para si. Ou mesmo o Sol, capaz de causar um câncer de pele em segundos. Na falta de espetáculos pirotécnicos, o peso cai sobre Hanks, que nos leva com ele pelas estradas americanas. Se não é um prodígio da inventividade, Finch ao menos nos apresenta a outra grande performance do ator.

A voz e a personalidade do robô são cortesia do ator Caleb Landry Jones

Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.

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  • O "jornalista" deveria ser mais cuidadoso. A bola na praia era de basquete e não de voley.

    • Primeiramente, caro José, pode tirar as aspas de jornalista, o diploma está guardado aqui, caso queira conferir. E segundo, acho que não sou eu o mal informado. Se a sua satisfação é sair falando besteira pela internet, então fique à vontade. E obrigado pela visita.

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