Com Os Novos Mutantes (The New Mutants, 2020), da Marvel, nos cinemas e O Gambito da Rainha (The Queen’s Gambit, 2020) em primeiro lugar na programação da Netflix, Anya Taylor-Joy mostra que é um nome que veio para ficar. Desde o sucesso de A Bruxa (The Witch, 2015), a atriz participou de longas de grandes orçamentos, como Fragmentado (Split, 2016) e sua sequência, Vidro (Glass, 2019), mas esteve também em produções menores. Duas interessantes, que podem ser facilmente encontradas, são Emma. (2020) e Puro-Sangue (Thoroughbreds, 2017).
Adaptando o famoso livro de Jane Austen, o longa traz a atriz em mais um drama de época. Ela vive a frívola Emma Woodhouse, uma jovem da alta roda inglesa se ocupa seu tempo juntando os casais que ela julga compatíveis. Mas nem sempre ela acerta em suas maquinações, e sua própria vida romântica fica em segundo plano. Além da versão homônima de 1996 e da reimaginação moderninha de 1995, As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless), o livro já teve várias adaptações para o Cinema e para a TV.
Com uma produção muito bem cuidada, a principal diferença dessa obra para as demais é o tom mais sério que ela assume ao acompanhar as jogadas de Emma. Afinal, mesmo com boas intenções, a menina joga com as vidas alheias, mostrando como os ricos da época eram irresponsáveis com aqueles considerados menores. A sociedade era bem dividida, com os serviçais relegados a quase escravos. Ou seja: uma história de Jane Austen.
Com estreantes na direção (Autumn de Wilde) e no roteiro (Eleanor Catton), o filme é surpreendentemente bem-sucedido. E deve muito a seu elenco, liderado pela carismática Taylor-Joy e seus lindos olhos curiosos. O pai da jovem é ninguém menos que Bill Nighy (de Questão de Tempo, 2013), outro que rouba cenas sempre que aparece. Rostos reconhecíveis incluem Callum Turner (de Rainha & País, 2014), Josh O’Connor (o Príncipe Charles de The Crown), Mia Goth (de A Cura, 2016) e Connor Swindells (de Sex Education).
Nos dias de hoje, temos a história de Puro-Sangue, algo que poderia ser de Patricia Highsmith, mas foi escrito e dirigido por Cory Finley (que seguiu essa estreia com Má Educação, 2019). Finley não criou uma trama exatamente inédita, mas a forma como ele a conduz é curiosa e a conclusão, satisfatória o suficiente. Ao lado de Taylor-Joy, temos Olivia Cooke (de Jogador Nº 1, 2018), uma dupla afiada que se reúne quando a primeira é contratada para ajudar a segunda nos estudos.
Amigas de infância, as duas se distanciaram e foi preciso que alguns anos se passassem para voltarem a ter uma amizade. O tempo ocioso das duas vai fazer ideias ruins surgirem. Fechando o trio principal, temos Anton Yelchin, o Chekov da nova trilogia de Star Trek. O ator morreu num acidente bizarro pouco depois, sendo esse um de seus últimos papéis. Os três têm uma dinâmica interessante e tornam a sessão prazerosa. Mesmo que as coisas fiquem cada vez mais sombrias.
Pelos vários trabalhos mencionados aqui, dá para perceber a versatilidade de Anya Taylor-Joy. E são nada menos que cinco projetos engatilhados para o futuro próximo, incluindo a pré-continuação de Mad Max, no qual ela viverá uma Furiosa mais jovem (papel que foi de Charlize Theron). Isso tudo além de uma nova temporada de Peaky Blinders, série da qual participou no ano passado. Enfrentar o bode Black Philip foi só o começo para a atriz.
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